Mais um domingo em casa. Como manda o figurino, acordei bem tarde porque troquei o dia pela noite devido ao meu afastamento do trabalho. Além disso, não recebo tantas visitas nos finais de semana. E quem deveria aparecer aqui para dar apoio a um acidentado, se o dia de folga deve ser bem aproveitado em outras coisas como o lazer? Por causa da ociosidade, o jeito é pensar besteiras. E fiz exatamente isso. Do nada, resolvi agir como fazia quando era criança. Decidi provar de fato a guloseima dada ao cachorro da família.
Pode parecer estranho, mas todos carregam alguma mania por toda a vida. E essa é a minha desde quando era menino. Desta forma, eu mesmo comi um pedaço dos palitinhos caninos que eu compro e dou para o Schumacher, o meu pastor alemão. A curiosidade sempre fala mais alto. Gostaria de saber qual é o gosto daquilo que o cachorro come com tanto prazer.
Ao colocar um pedaço dessa guloseima na boca, comecei a mastigar igual ao meu ilustre cão. O sabor não é dos piores, mas totalmente sem graça para um paladar humano. É um tanto sem sal e não há qualquer tipo de tempero. Pelo menos matei a vontade de saber o qual era o gosto, apesar da idéia ser estranha.
Para quem tem um cachorro de estimação, eu procurei mais informações sobre a composição desse bom petisco canino. Os palitinhos são feitos com pedaços de couro de boi triturados e prensados. De acordo com os veterinários, não há perigo do animal se engasgar. E também há variedades. Alguns são naturais e brancos. Outros têm corantes que deixam a guloseima colorida. Um dia desses, o Schumacher ficou com a boca toda vermelha.
Já a mania de experimentar a comida dada aos cães vem desde quando o meu pai comprava um pacote de cinco quilos de ração. Eu era uma criança de cinco anos. A curiosidade infantil me fazia pegar alguns grãos do pacote para comer. Fazia isso junto com o meu primo Luciano, que passou parte da infância comigo por ter a mesma idade. A marca do produto era Bonzo. Alguém conhece? Minha mãe ficava brava, mas...Naquele tempo, a comida era para um outro pastor alemão, o Sheik.
Essa mania persistiu até a fase adulta. Uma vez, fui à casa da minha tia Ivani. Minhas primas tinham um cocker preto, o Júnior. O cachorro era uma figura. Assim, elas compravam e serviam um biscoito canino, o Biscrok. Quando vi a caixa, não resisti e peguei um para provar, com autorização delas é claro. O sabor é semelhante a de uma bolacha cream cracker.
A atitude um tanto estranha foi útil alguns anos mais tarde. Numa ocasião, fui ao supermercado junto com uma ex-namorada. Ao ver o pacote de Biscrok na prateleira, ela me perguntou se o produto era bom. Minha resposta foi positiva. Como sabia disso? Contei a ela que eu mesmo havia provado um biscoito. A risada foi inevitável.
Em meio à mania estranha de provar algumas dessas comidas, cheguei a uma conclusão. Realmente, os produtos são bons pra cachorro. Afinal de contas, isso também demonstra que esses ótimos companheiros passam bem na hora de se alimentar. E eles merecem uma boa alimentação como recompensa à fidelidade que eles sempre demonstram para nós.
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