domingo, 25 de dezembro de 2011

Mais um conto de Natal

De fato, foram alguns longos meses sem passar por aqui. Definitivamente, foi um bom tempo a ponto de até mesmo perder os poucos seguidores desse espaço. Enfim, tento retomar para recuperar o prestígio deles. E nada melhor do que fazer isso bem nessa data, o Natal. Afinal, a ocasião se torna propícia para fazer certas avaliações, retrospectivas e perspectivas para o próximo ano. Sempre é assim com todos nós.

Como tradição, o Natal traz lembranças nas pessoas, tanto boas quanto ruins. É bem típico da data. Então, como não fazer isso ou inconscientemente ou da maneira consciente e estimulada na mente? Em meio às comemorações, também noto a ausência de parentes próximos que conviveram durante muitos anos na minha vida e, claro, influenciaram na formação e evolução dessa pessoa que vos escreve. Por outro lado, passo a acompanhar a vida de quem chegou à família e cresce nela desde bebê, não é mesmo, Rafaela, a sobrinha do tio aqui.

Além de trazer alegrias para todos nós, fui entender mais tarde o motivo dela ter sido enviada por alguém lá em cima. Mais tarde, a pequena criança seria a melhor maneira para superar as perdas na família. Nesse meio tempo, tios e pai nos deixaram. Claro, eles estão numa condição muito melhor, se comparada aos demais ainda aqui no plano terreno da vida. O fato só provou que tudo tem um objetivo e o tempo me leva a entender a situação bem mais tarde.

Prova disso, foi quando meu pai adoeceu, em meio ao Natal e o Réveillon de 2010/2011. Bem num período em que as pessoas estão mais sensíveis e, digamos, com tendências de ficar mais humanas. Enfim, o jeito foi assumir a responsabilidade total de cuidar e tentar reverter a gravidade do estado de saúde. Meu empenho ocorreu da mesma forma que fiz quando precisava me recuperar de um acidente de trânsito. Infelizmente, não consegui.

Nos primeiros meses, minha sensação era de culpa. Afinal, todo o meu esforço não se reverteu para o esperado. Também não evitou com que uma esposa ficasse sem o marido, um irmão sem o pai e uma neta sem o querido avô. Enfim, absorvia a responsabilidade pela partida. Nunca havia mencionado isso publicamente antes, apenas para algumas pessoas mais próximas. Mas como sempre, o tempo traz as respostas certas.

Com o passar dos meses, consegui descobrir o porquê de tudo isso. Enfrentei sim um momento turbulento. Perdi a oportunidade de voltar aos estudos. Optei por uma alternativa errada de trabalho, pois o prometido não foi cumprido. E passei por apertos financeiros. Mas não desisti. Aos poucos, as coisas voltaram a entrar nos eixos.

Com isso, consegui uma chance na profissão, com direito a recuperar o prazer de trabalhar. Ganhei novos amigos. Os velhos conhecidos reapareceram para me ajudar. E, sobretudo, fui presenteado com alguém muito especial, de fato. Ou seja, chego a mais um Natal com paz de espírito, tranquilo e bastante feliz, com toda certeza do mundo, apesar de tudo ocorrido antes. Certas situações servem para crescermos pessoalmente.

Fora isso, eu também entendi porque meu pai partiu. Pode ser a minha forma de compreender, porém acredito que todas essas coisas boas passaram a fazer parte da minha vida porque ele tenha intercedido diretamente ao Senhor para me enviar tudo isso. E como já achava que Ele vai com a minha cara. Claro, ainda falta muita coisa para mim, mas todos esses acontecimentos são suficientes para levar a vida.

Agora, não carrego mais aquela culpa porque sei que haverá novas intervenções dele junto ao Senhor para arrumar nossa vida aqui. Desta vez acontecerá para os outros parentes que necessitam como eu precisei, sem sombra de dúvida. Só espero ter contribuído para todas essas palavras serem aproveitadas como mais um bom conto de Natal.