quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O bom vizinho

Saí à noite no quintal de casa para buscar o exame de tomografia que havia esquecido no carro do meu pai. Brinquei um pouco com o cachorro e depois me dirigi para a porta da cozinha. Simultaneamente, ouvia o barulho da Escola de Samba Cara Preta. Como lembrado antes, os ensaios ocorrem num terreno bem ao lado de casa. Por esse motivo, tomei uma decisão. Em vez de reclamar dos ruídos, resolvi agir como um bom vizinho. Fui visitar o local onde acontecem os ensaios da agremiação.

Pedi a chave da casa para ir à rua. Caminhei com a ajuda da minha companheira mais próxima dos últimos dias: a bengala. Com alguns passos, eu cheguei bem em frente ao portão do imóvel onde foi montado o quartel general da escola de samba. Imediatamente, vi um grupo de 30 pessoas que manejavam os instrumentos responsáveis pelas batidas. Na frente deles, o puxador que cantava o samba-enredo deste ano.

Por outro lado, a organização dos ensaios estava longe de ser igual a uma agremiação de São Paulo. Mas o clima era o mesmo. Todos estavam animados. Já os espectadores na quadra improvisada aproveitavam para sambar. Do lado de fora, as ruas que costumam ser calmas e vazias durante a noite recebiam muitos moradores. O local virou a grande atração do bairro.

Além disso, outras pessoas aproveitaram para ganhar um troco a mais. Duas pessoas montaram suas barracas com cervejas, sucos e refrigerantes. E olha que elas conseguiam vender bem. Também havia muitas crianças brincando tanto dentro do terreno quanto do lado de fora, na rua.

Fiquei nessa observação por apenas 20 minutos. Os frequentadores assíduos estranharam a minha presença porque foi a primeira visita. Tudo bem, eu não importo. O importante é ter feito a política da boa vizinhança, incentivado pela curiosidade de conhecer aqueles que fazem barulho diariamente ao lado de casa até o Carnaval.

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