terça-feira, 30 de setembro de 2008

Uma eleição na Rádio Metropolitana

Estamos a cinco dias das eleições. Contagem regressiva para escolher o novo prefeito. Em algumas cidades, talvez possa ser a primeira etapa para essa seleção, afinal muitos municípios contam com o segundo turno. É hora de me preparar para trabalhar na cobertura do pleito da maior cidade do país.

Isso me faz retornar aos meus primeiros trabalhos nas eleições. Uma delas me chama mais atenção no meu início. Era 1996. Comecei por volta das 7 horas na saudosa Rádio Metropolitana de Mogi das Cruzes. Naquela ocasião, concorriam a prefeito Waldemar Costa Filho, Francisco Bezerra, Marcos Damasio e Ana de Paula.

Percorria as principais escolas, entrevistava eleitores em geral e ficava atento a possíveis ocorrências. Era uma empolgação sem tamanho. Tudo isso com fone de ouvido na cabeça, rádio na cintura e um ht na mão para os boletins ao vivo . Afinal, o telefone celular ainda não era um aparelho tão popular como hoje.

Após as eleições, veio a apuração no ginásio do Clube de Campo de Mogi das Cruzes. O detalhe importante era a contagem manual dos votos, colhidos por urnas de lona. Apertar as teclas para escolher seu candidato eletronicamente era só ficção na cabeça dos amantes da informática.

Por isso, a apuração se estendia por toda a madrugada. E os jornalistas da saudosa rádio atentos a todos os movimentos. E passavam resultados parciais. Do outro lado do dial, o ouvinte sequer imaginava que tudo aquilo era movimentado através de muito esforço e sacrifício. Naquele dia só parei às 4 horas do dia seguinte.

Pausa para um breve descanso. Dormi das 5 às 7 horas na casa de um amigo de trabalho. O jeito foi voltar para o Clube de Campo e retomar as transmissões. Essa rotina durou até 11 horas, quando o apresentador Regis Castilho anunciou o resultado oficial, para alegria dos profissionais que aguardavam ansiosamente esse momento. O ex-prefeito de Mogi das Cruzes e ex-secretário de Abastecimento de São Paulo (da gestão Paulo Maluf), Waldemar Costa Filho, foi o vencedor. Seria o seu quarto mandato à frente da cidade.

Para mim, era a situação mais esperada. A exaustão dominava o meu corpo. Felizmente, chegava a hora de voltar para casa, tomar um belo banho e cair na cama para um sono de verdade.

De volta ao presente, 12 anos mais tarde. Agora, só espero que essa experiência me ajude a fazer um bom trabalho nas eleições para prefeito de São Paulo, no domingo. Só queria ter participado mais ativamente dessa cobertura, pois trata-se da cidade mais importante do Brasil.

A expectativa é de que durante essa semana eu continue nesta viagem pelo tempo para contar as experiências nas eleições, dentro desse meu mundo....

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O strike nas bolsas de todo o mundo

De volta ao batente depois de um final de semana na casa dos meus pais. Parece que esse acúmulo de descanso acabou de uma vez só nessa segunda-feira. Há muito tempo, eu não acompanhava um assunto com tamanha intensidade. Após um bom período sem cobrir esse segmento, finalmente precisei tirar a teia de aranha e a ferrugem. Era hora de ficar atento ao movimento da bolsa de valores, a Bovespa.

A rejeição do pacote de US$ 700 bilhões no Congresso Americano para socorrer o sistema financeiro daquele país veio como uma verdadeira bola de boliche na economia mundial. Fez um verdadeiro strike nas bolsas de valores de todo o mundo, inclusive na nossa tupiniquim Bovespa, que caiu 9,36% num só dia. Nunca tinha visto isso em sete anos nesse setor.

Prova disso foi a necessidade de acionar o "Circuit Breaker". O sistema consiste em interromper automaticamente a Bovespa, toda vez que o índice atingir recuo de 10%. Parecia inacreditável, mas isso aconteceu. Suspendeu as operações por 30 minutos para evitar o pânico dos investidores. Também foi a primeira vez que acompanhei isso desde o meu ingresso na editoria de economia.

A queda ladeira abaixo prejudicou ainda mais quem investiu suas economias em ações, estimulado com os sucessivos recordes acumulados pela bolsa no primeiro semestre. Mesmo assim, os economistas de plantão recomendam as pessoas deixarem essas aplicações como estão. Afinal, os papéis têm retorno a longo prazo.

A opinião foi dada pelos feras do assunto, entrevistados por mim para o Diário de São Paulo: Carlos Daniel Coradi e o professor da FGV William Eid Júnior. Esse último, uma simpatia. "Ganharia muito dinheiro em meio à crise se fosse por produtividade", brincou ele, ao se referir à tamanha procura de jornalistas para ouvir as suas análises.

O jeito agora é acompanhar o mercado nesta terça-feira como espectador. O comportamento e o mau humor dos números poderão definir os próximos passos da taxa Selic. Os especialistas apostam num aumento de 0,5 ponto percentual em outubro por conta da crise. Quem arrisca outro palpite? Só me resta aguardar.

domingo, 28 de setembro de 2008

Na Ilha de Fidel

Pode parecer um tanto parcial, mas os amantes do noticiário internacional não podem deixar esse blog batido. Quer saber, de forma analítica, os bastidores das eleições presidenciais americanas?

Então, dê uma passada no blog "Mundo Afora", do Diário do Grande ABC. Lá, é possível ver outros assuntos que correm pelo mundo afora (que trocadilho mais infame e sem criatividade).

Nele, tem uma história bem interessante. A experiência de uma jornalista aventureira em terras cubanas. O espírito dela de desbravar a última ilha genuinamente socialista é comparável a um verdadeiro coração revolucionário, a la Fidel Castro.

E tudo isso movido a inúmeras músicas dos cantores do Buena Vista Social Club. Vale a pena conferir.

A parcialidade fica por conta dos elogios à autora. A jornalista que assina o blog é Adriana Mompean. Para quem não sabe, esse é o codinome da primeira-dama de quem vos escreve. Como comentar no blog dela no Diário do Grande ABC pode pegar mal, aproveito para fazer por aqui o que tenho vontade de teclar.

Além disso, fico feliz porque os incontáveis litros de rum cubanos que deveriam ser usados como combustível nessa empreitada foram guardados. Assim, a tamanha quantidade da bebida foi contrabandeada com um único destino: a minha casa. (Hahahahahahaha com a letra h para não plagiar o José Simão).

Brincadeiras a parte, leia as aventuras de uma brasileira na ilha de Fidel no http://www.dgabc.com.br/default.asp?pt=blog&id=71.

Atrás do movimento

Saí da redação rumo aos endereços comerciais mais conhecidos de São Paulo. Primeiro, fui à rua 25 de Março, bem no centro da cidade. Lá, mais de um milhão de consumidores costumam passar aos sábados, atrás de vários tipos de mercadorias com preços mais em conta e contrabandos para todos os gostos.
No entanto, eu achei a 25 de Março deste jeito:



Parece mentira. Não contente, fui ao Brás, mais precisamente na rua Oriente. O local é referência em confecções, roupas e outras coisas desse gênero. Mas o resultado foi o mesmo:


Por que essas regiões comerciais tão importantes estavam vazias? A pauta foi encaminhada no dia 21 de março deste ano. Para os mais desavisados, era Sexta-Feira Santa. Estava de plantão. Como um bom repórter prefere cumprir o dever confiado, fui conferir pessoalmente a minha suspeita de que o comércio estava fechado.

Nesse novo universo

Resolvi entrar nesse universo para contar um pouco das situações que passo diariamente, nesses 14 anos de profissão. Como disse ao blog de um colega repórter. Às vezes, eu digo: infelizmente essa é a vida que escolhi. Em outras ocasiões, eu falo: ainda tenho orgulho do que faço.

O meu dilema foi essencial para tomar a importante decisão de entrar nesse mundo. Depois de anos dedicados às histórias de personagens anônimos, de assuntos importantes do dia-a-dia e a ajudar a população a entender um pouco de economia (estou há sete anos nessa área), decidi agora contar um pouco das minhas percepções, da minha experiência e das minhas emoções.

Ou seja, mostrar um pouco como eu sou à minha família, ao meu grande amor, aos fiéis amigos, aos colegas de profissão e quem quiser ler. Será mais um desafio. Nossa, como é difícil falar de mim mesmo!

Isso me fez voltar há 14 anos. Um jovem de 18 anos que havia acabado de entrar na faculdade de jornalismo partia diariamente de bicicleta nas apertadas ruas de Suzano rumo ao primeiro emprego, um jornal diário da cidade. Afinal, era o meio mais rápido de locomoção, ainda não tinha CNH, muito menos carro e saía sempre muito tarde do serviço. Mas na sua mochila, havia muitos sonhos de vencer na profissão e de subir cada degrau até chegar à capital.

Dedico essa primeira postagem às mulheres da minha vida: a mãe Léa, a avó Tereza (elas me incentivaram a superar todas as dificuldades no início de tudo) e à Adriana, que consegue me suportar mesmo com os meus piores defeitos.

Aproveitem. Aceito críticas, sugestões e colaborações.