sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mais um Natal na redação

Natal é assim mesmo. Quando a gente anda nas ruas - tanto de carro quanto a pé -, tenho uma sensação de tranquilidade. Porém, ao mesmo tempo vem algo muito estranho. Uma verdadeira mistura de saudosismo, emoção e melancolia. Não sei se todos pensam como eu. Talvez isso tenha ocorrido neste ano pelo simples motivo de estar de plantão na redação do jornal.

Alguns jornalistas agora se sacrificam desta forma para garantir a notícia aos espectadores, seja na TV, na internet, no rádio e no tradicional matutino. Esse foi o meu caso no dia em que se comemora o nascimento de Jesus. Afinal de contas nessa época do ano, apenas metade das equipes trabalha nesse feriado.

Nas ruas, acontece algo bem antagônico em relação à véspera da data. Uma tranquilidade só. Vias vazias e sem congestionamento. Calçadas sossegadas para dar aquela caminhada. E lojas totalmente fechadas. Foi possível contar nos dedos as pessoas que se arriscaram a sair de casa.

Também vou mais além. Os meios de transporte público também não registram aquele grande volume de passageiros. Pude sair de Suzano em direção à capital sem a menor agitação. Consegui viajar sentado o percurso inteiro no trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no metrô. Algo raro de acontecer em dias normais. Presenciei todo esse cenário no caminho para o plantão.

No entanto, a vontade de estar com a família ou junto com os grandes e leais amigos aumenta a cada passo rumo ao trabalho. Mas infelizmente precisei abrir mão de tudo isso para cumprir o dever da minha profissão. Pelo menos, consegui festejar a ceia com os parentes e, pela primeira vez, com a Rafaela, a minha linda sobrinha. Algo para ficar emocionado só de vê-la feliz com o monte de presentes que ela ganhou.

Agora, o jeito é guardar todas essas ótimas lembranças e enfrentar mais esse plantão de Natal nesse clima frio de redação. É uma forma de amenizar a minha ausência no tradicional almoço de Natal com a família. Aqui, há colegas de profissão muito legais para conversar e jogar bobagens aos sete ventos. No entanto, não é a mesma coisa se comparada à possibilidade de ficar com os parentes e os parceiros de longa data.

Sinto sim um enorme aperto no coração por trabalhar no Natal. Porém, foi a vida profissional que escolhi. Então, o jeito é dar continuidade a essa missão porque a minha grande recompensa será a folga no Ano Novo com a outra metade da equipe. Além disso, só torço para sobrar um pouquinho desse dia para poder curtir após o serviço. Assim, Feliz Natal para todos e curtam por mim.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dez meses em clima de Natal

Em meio ao clima de Natal, todos se preparam para comemorar a data mais familiar do ano. Ceia farta, todos reunidos, bebida a vontade (tanto refrigerante quanto cerveja e outros alcoólicos) e o espírito de amor e paz em todos os corações. Tudo parece a mesma coisa, a exemplo de anos anteriores. Mas felizmente não será simplesmente desta forma por um só motivo. Nesse ano, teremos pela primeira vez a presença mais ilustre do momento. Sou repetitivo? A resposta é sim, mas nada será igual porque a Rafaela estará agora nessa festa.

E isso acontecerá bem no mês em que ela completa dez meses. Na verdade a pequena notável atingiu essa idade nesta data, a apenas nove dias do Natal. Então, o jeito é comemorar duas vezes. Agora por ela ter chegado a esse patamar e depois para o feriado com a família. Haverá presentes, mas passei a dar mais importância em ficar com todos aqueles que me deram apoio nos tempos do acidente.

E agora contaremos com esse belo reforço. Afinal, já disse várias vezes que a Rafaela chegou num momento difícil. Apesar de tão pequena, se tornou um verdadeiro anjo da guarda por ter trazido mais alegria, candura e amor ao meu coração, apenas por dar atenção a tudo que faço. Afinal, criança não mente e percebemos de fato quando a mesma gosta ou não gosta de alguém ou de algo.

Pois bem, dez meses se foram e a Rafaela cresce aos poucos. Na mesma proporção, também aumenta a alegria de todos que estão em volta dela. Pelo menos me sinto desta forma, a ponto de amigas dizerem uma certa mudança radical na minha fisionomia quando estou na presença da amada sobrinha. Também, não tem como não aparentar mais felicidade estampada no rosto.

É o mínimo que ocorre porque a Rafaela enche nosso peito de alegria. Até os mais sérios da família se rendem aos encantos dela. Um exemplo mesmo é o meu pai. De comportamento fechado e mais observador, ele também muda quando a neta está por perto. É só ver essa imagem dos dois juntos:




Para mostrar que o tio coruja aqui também sempre está por perto, essa aqui a Rafaela me acompanha no computador. Só não pode virar jornalista, viu:



E as brincadeiras não param por aí. A menina se esbalda no colchão de ar que comprei especialmente para acomodá-la quando ela está em casa:



O tempo passa e a Rafaela fica cada vez graciosa. E agora faltam apenas dois meses para ela completar um ano. Como realmente o mundo não para. Antes, ela mal podia nos ver. Agora, sempre tenta nos atrair, quando dança, pula e bate palmas como forma de chamar a nossa atenção. Essas situações só mostram como ela deverá ser atenciosa quando crescer.

E assim espero para tentar deixar esse mundo mais colorido. Comigo, ela já alcançou esse objetivo. As cores vivas que ela carregou já me deixaram mais vibrantes.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Na Capital da Alegria - parte 4

A festa no Albergue da Juventude

Depois de uma tarde na piscina do resort Stella Maris e na praia com o mesmo nome do hotel, o jeito foi preparar as malas com objetivo de partir para mais perto do centro de Salvador. Queria ficar numa região mais próxima dos pontos turísticos como forma de curtir o final de semana prolongado, após intenso trabalho para o jornal. Com todas as minhas tralhas, consegui transporte ao bairro da Barra, onde ficava o albergue escolhido para ficar o restante da minha viagem à Capital da Alegria.

Cheguei por volta das 18 horas de um sábado, 21 de novembro, ao Albergue do Porto. O local não poderia ser melhor localizado, pois ficava muito próximo à praia da Barra e ficava muito fácil embarcar nos ônibus ou num táxi em direção a algum local conhecido. Ao entrar no local, fiz o meu cadastro.

Afinal, havia escolhido esse tipo de hospedagem porque esses lugares costumam ter várias pessoas interessantes para conhecer. Além disso, facilita a formação de novas amizades. Eu estava sozinho nessa empreitada e queria ter novos contatos.

Mas algo me chamou muita atenção logo ao entrar no albergue. Quando ia guardar minhas bagagens, um grupo de mulheres hospedadas no mesmo local veio e perguntou se eu gostaria de participar de uma festa que ocorreria no albergue. E falou que custaria R$ 15 com direito a bebida e churrasco.

Imediatamente, aceitei o convite e , em seguida, me apresentei. Também disse da minha vontade de estar nesse grandioso evento. Melhor recepção melhor em meio à minha chegada, impossível.


Pois bem, fiquei tão animado a ponto de ir ao mercado próximo e reforçar o estoque de bebidas. Fiz desta forma e aguardei ansiosamente todos os preparativos. A festa começou por volta das 21 horas. A partir de então, foi possível conhecer o pessoal hospedado.

Lá, estavam pessoas de várias partes do país e até do exterior. Conheci uma turma de mulheres bastante animadas de São Paulo: a Vivian, a Thaís, a Michelle e a Pat, além de outras. Além disso, havia a Aline lá de Fortaleza (CE), o Leandro, de Margingá (PR), a Luciana e o Marcelo, ambos do Rio de Janeiro. Fora eles, estava a ala estrangeira, como os grupos de franceses e de inglesas. Também tinha o Fernando, um peruano muito engraçado. Verdadeira figura.

Assim, a festa começou em ritmo acelerado. Então, o jeito foi fazer o registro do pessoal que recepcionou para a ocasião:



O evento deixou todos nós bem a vontade. Conversa vai e outro papo vem, tudo regado a muita cerveja e vodca. Com certeza, esse fator acirrou mais os ânimos de todos nós nessa festa. Apenas algo para alegrar o início da curtição na Capital da Alegria. O único problema foi o cansaço acumulado por conta do trabalho nos dias anteriores, a ponto de tirar um cochilo no meio da muvuca.

Mas antes, consegui flagrar alguns detalhes com a minha máquina digital. Nessa imagem, as moças de Sampa:



Mais uma delas com o grupo mais completo:



Em seguida, a Thaís (de verde) faz pose com outra amiga, a Isis:



Essa é a ala estrangeira, que ficou bem animada com a festa:



E o evento foi madrugada adentro. Além dos agitos, da bebida e de muita comida, aconteceram muitas situações paralelas. Quem gosta deste tipo de festa, já deve imaginar quais foram os acontecimentos. Não há necessidade de entrar em detalhes. Só menciono que rolaram beijos e mais beijos entre vários participantes. Ainda aproveitei para ir às baladas.

O dia seguinte foi muito engraçado, pois o pessoal fazia um balanço de tudo que ocorreu nesse evento. Os risos eram inevitáveis. No meu caso, o jeito foi tomar aquele café da manhã para me recompor. E também precisava me preparar para visitar alguns pontos turísticos da Capital da Alegria. Afinal, não queria perder tempo e aproveitar ao máximo o resto do período de folga.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Numa fase inusitada de transição

Em meio a esses 15 anos no jornalismo, pensei ter passado por todas as situações dessa profissão. Fiz reportagens exclusivas, participei de grandes coberturas e até trabalhei em campanha eleitoral com políticos do cenário nacional. Também enfrentei atraso, corte e até calote do salário, além de demissões em massa numa redação. Quando achei que nada mais aconteceria para enriquecer minha experiência, surgiu algo como uma bomba para me surpreender mais uma vez. Agora presencio uma fase de transição, com a chegada de um novo proprietário no jornal onde trabalho.

Isso mesmo. Depois de acompanhar eleições presidenciais, casos policiais de repercussão, acidentes aéreos e entrevistas com personalidades, chegou a vez de testemunhar a troca do comando do Diário de São Paulo com a compra do jornal pelo Grupo Traffic junto à Infoglobo (braço das Organizações Globo em matutinos). Para mim, tudo isso é uma grande novidade, pois nunca havia presenciado algo assim.

A notícia sobre a compra veio como um verdadeiro tsunami entre os colegas de redação, pois a mesma proliferou antes por meio de uma nota divulgada na internet no horário do almoço daquele dia 15 de outubro de 2009. A confirmação oficial só ocorreu no final da tarde. Apesar de tudo isso, o clima de expectativa continuou por muito tempo nos corredores.

Outros colegas de profissão ficavam ansiosos para saber o que aconteceria a partir de então. Mas muitos permaneceram serenos com as alterações e continuaram a trabalhar da mesma forma, sem qualquer tipo de preocupação. Eu acho que me encaixo na segunda opção, porém com uma grande curiosidade de observar os passos dos novos controladores do jornal.

A transição passou a durar todo o mês de novembro. Os funcionários foram desligados da Infoglobo e recontratados pelo Grupo Traffic. No campo editorial, o conteúdo começou a ser analisado de forma mais criteriosa pela nova direção de redação. Como consequência imediata, a capa do matutino está mais bonita e com bons assuntos para chamar a atenção do leitor.

A empresa assumiu oficialmente a edição do jornal na última terça-feira, dia 01 de dezembro. Nessa data, o dono do grupo, o empresário e jornalista J. Hawilla, fez questão de ir à redação para cumprimentar a todos os profissionais. Conversou e falou da sua felicidade em adquirir o Diário de São Paulo. Com essa compra, o jornal passa a ser carro-chefe da Rede Bom Dia, que já atuava no interior do estado.

Apesar dos contratempos burocráticos, essa fase de transição trouxe bons ensinamentos para mim. Testou minha capacidade de me adaptar a alterações bruscas, conseguiu despertar a tranquilidade em mim nesse processo todo e será responsável por eu guardar mais uma história dentro da profissão. Sem querer ser bajulador, a torcida agora é para que tudo dê certo. Se isso acontecer, eu e os meus colegas de redação serão beneficiados de alguma forma.