sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A primeira matéria de TV

Em meio à folia do Carnaval, recebi um material inusitado. Jamais imaginei que veria esse conteúdo novamente, depois de 12 anos. Devido ao cuidado do meu colega de classe e amigo José de Almeida Jr, tive acesso às imagens feitas para o que deveria ser a minha primeira matéria de TV. Na verdade, o material fazia parte do nosso projeto referente a um trabalho da faculdade de jornalismo. Quanto tempo!

No entanto, o grupo decidiu abandonar essa empreitada no meio do caminho. Desde então, não soube mais onde estava todo esse material coletado. Infelizmente, uma parte desse acervo bruto se perdeu no tempo. O que sobrou disso foi enviado para o meu e-mail pelo Zé. Pelo menos, alguém dessa equipe era mais responsável naquela época.

Ele apenas conseguiu conservar a minha passagem e um pequeno trecho de imagens feitas em 1996 na loja de instrumentos Contemporânea, no centro de São Paulo. O local é um ponto de encontro de músicos, que se reúnem todos os sábados para tocar chorinho. Vale a pena ir. 
 
Para quem não sabe, a passagem de uma reportagem de TV é uma intervenção em que o repórter aparece na tela. É uma forma de deixar a sua assinatura, ao falar uma informação para valorizar a matéria. Mas não foi o caso nessa primeira incursão nos meios televisivos.

Infelizmente, perdemos outras imagens feitas no local e as entrevistas com alguns músicos. Ao receber o pouco material do Zé, veio uma ideia. Por que não concluir esse projeto? Assim, nada como uma internet. Fiz uma apuração bem rápida, coletei fotos, imagens atuais da loja na internet e....corrigi um erro cometido nessa mesma passagem. Fazer o quê. Coisas dos tempos de faculdade.

Desta forma, concluí a minha primeira matéria de TV apenas para fins de memória. Eu já adianto. A qualidade das imagens não é das melhores porque foram feitas com uma filmadora caseira. Além disso, a participação na tela de quem vos escreve é terrível.

O grupo desse trabalho era composto por Eric Fujita (reportagem), José de Almeida Jr (imagens) e Régis Camilo (produção). Quem quiser ver....Ainda bem que não vale mais nota...


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sobre uma emissora do Nordeste

Estou de volta, após um período dedicado aos projetos pessoais. Na verdade, essas atividades são as de arrumar o guarda-roupa, parte das bagunças no quarto onde estou, entre outras. Mas retomarei alguns desses projetos ainda neste final de semana.

Apesar de desocupado temporário, a rotina deu uma apertada nesse pós-carnaval. Precisei ir a São Paulo para buscar o meu auxílio-doença, a minha atual fonte de sobrevivência. Por causa da minha limitação, o jeito foi novamente depender da boa vontade do meu pai.

De volta aos teclados, recebi uma notícia bem curiosa que veio do blog "Rastreadores de Impurezas" sobre a TV Diário, do Ceará. Vale a pena conferir.


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Uma atitude narcisista?

Quando costumava frequentar a roda de colegas nos mais diferentes lugares, muitos deles faziam críticas à prática de musculação. Como motivo, eles apontavam a existência de muitos espelhos, colocados em todas as paredes da sala onde ficam os aparelhos. Em meio ao comentário, os amigos questionavam sobre a graça de fazer exercícios e, ao mesmo tempo, olhar o próprio reflexo. Alguns acham que os adeptos são mais "delicados" porque gostam de espiar a si mesmo. Ou será uma atitude narcisista?

As recordações sobre o assunto vieram durante mais uma sessão de fisioterapia para recuperação. Na ocasião, eu também preciso usar o espelho nos exercícios. Antes de utilizá-lo, tive uma grandiosa ideia. Coloquei o mesmo bem na entrada da sala onde os pacientes realizam as atividades de reabilitação. Quem se dirigia ao corredor de acesso, dava de cara com a própria silhueta. Será uma brincadeira boba?

Infelizmente, nenhum outro paciente se deparou com o reflexo porque uma das fisioterapeutas foi a primeira a passar no corredor. A Débora estranhou o espelho naquela posição e, evidentemente, o retirou do local onde havia colocado. Como previsto, ela perguntou quem tinha feito isso. Respondi que a ideia foi minha para o pessoal exercitar a prática narcisista. Todos os presentes na sala não se contiveram e caíram na risada. Que coisa, não é mesmo?

Agora, a parte séria e esclarecedora da história. De fato, o uso do espelho, tanto na musculação quanto na fisioterapia, serve para olhar no próprio reflexo. No entanto, não é para a prática narcisista. A iniciativa é necessária para pessoa corrigir sozinha os movimentos passados pelo educador físico ou o fisioterapeuta. Eu me lembro quando entrei pela primeira vez numa sala de aparelhos da academia. Estranhei todos aqueles espelhos. Aos poucos, entendi a necessidade deles.

Para completar, vamos à parte cultural. A origem da palavra narcisismo vem como forma de descrever a característica de personalidade de paixão por si mesmo. É derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava.



Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento. Espero ter colaborado com a parte didática, ao contar uma brincadeira que fiz no meu dia-a-dia.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Preparado para o Carnaval

Uma grande quantidade de filmes ao lado do aparelho de DVD, todos cuidadosamente escolhidos na locadora. Computador ligado a maior parte do dia para navegar na internet ou assistir aos vídeos dos meus cantores favoritos. Músicas devidamente selecionadas no telefone celular que tem tocador de MP3. E um livro na cabeceira da minha cama. Agora sim, estou preparado para tentar me isolar dos quatro dias de folia. Eu não posso viajar como forma de fugir do Carnaval em razão dessa fase de recuperação do acidente.

O jeito então é procurar coisas que gosto de fazer durante as horas de lazer como forma de substituir a programação das principais emissoras de TV (Globo, Record, SBT, Rede TV e Bandeirantes), que só passam programas ou reportagens sobre Carnaval. Como não sou muito amante do ziriguidum, prefiro me afastar do movimento carnavalesco. Só entro na folia quando estou de plantão. E eu deveria trabalhar neste ano, se não tivesse afastado das minhas funções.

Em anos anteriores, eu consegui me afastar de tudo. Ou viajei para as praias mais distantes ou fui às cidades do interior do estado, que ficam bem longe do circuito da folia. Garanto que este ano algumas pessoas devem ter comemorado a minha impossibilidade de deslocamento para aproveitar bem o Carnaval. Afinal, quem gosta de cuidar de um acidentado em meio a essa grande festa? É mais fácil deixar isso para a família.

Apesar das minhas limitações, eu até posso comemorar como se uma escola de samba tivesse ganhado o título do ano. Entro nessa festa com avanços na recuperação. Desta forma, não sou mais totalmente um encosto na vida dos outros. Se conseguisse esse progresso antes, talvez arriscaria uma maneira de me isolar novamente, a exemplo de outros anos. Tudo bem, não podemos ter tudo o que queremos na vida.

E eu já comecei a assistir aos filmes alugados. São sete no total. Talvez eu termine todos antes da quarta-feira de cinzas porque fico mais dentro de casa. E também pretendo concluir alguns projetos nesse período em que o Brasil para totalmente. O jeito é aproveitar uma hora em que todos se esquecem da rotina do dia-a-dia como uma maneira de ganhar mais tempo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Novas imagens da Rafaela

Acabei de acordar. Estou com muito sono e me preparo para mais um dia de recuperação antes do período do Carnaval. Quanto desespero. Enfim, levantei rapidamente da cama porque queria cumprir a promessa feita no dia anterior. Publicar mais fotos da Rafaela antes de ter recebido alta com a mãe, na Santa Casa de Suzano.

A exemplo das anteriores, a imagens foram feitas pelo tio coruja minutos antes dela deixar as dependências médicas em direção ao mundo exterior pela primeira vez. Tomara que seja bem recebida.

A tranquilidade pairou nos últimos momentos na maternidade. E nem estranhou as lentes da câmera. OIhe o detalhe do lacinho:



Aproveitei também uma luz natural do corredor para fazer mais essa:



Depois, dormia bem sossegada no colo da mãe:



Olha só como a mãe, a Elisângela, acompanhava o sono da filha:



Agora, um pequeno recurso da câmera:



A moldura escolhida acima pelo tio coruja tem um significado. Tomara que o mundo seja mais florido nos próximos anos para a sobrinha. Parece um tanto brega, mas foi a forma encontrada para desejar tudo de mais lindo à mais nova componente da família. Essas e as outras imagens estão no espaço especialmente dedicado à Rafaela, existente no lado esquerdo do blog.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Rafaela está em casa

Ainda bem que tudo está dentro da normalidade. Três dias após o parto ter sido realizado, a pequena Rafaela já está em casa para a alegria do pai babão, do encantado avô e da ansiosa avó. Hoje à tarde, por volta das 15h30, ela e a cuidadosa mãe, a Elisângela, receberam alta da Santa Casa de Suzano. Mais um acontecimento para eu esquecer um pouco os meus problemas e algumas decepções.

Antes de tudo, vamos às informações mais precisas, como manda o manual de um bom jornalista (algo que ainda tento ser). A mais nova componente da família nasceu com 3,29 quilos e não com 3,25 como havia escrito anteriormente. Já a medida dela estava correta: 52 centímetros. Pronto, devidamente corrigido.

Sem saber do horário da saída da mãe e filha, eu e o meu pai fomos visitá-las no hospital dentro da hora estabelecida pela administração da unidade. Quando chegamos, encontramos o Jonathan. Na ocasião, ele disse que as duas tinham recebido alta, mas só deixaria o local depois daquele momento de recepção dos amigos e parentes. Desta forma, aproveitei para conhecer a tão aguardada sobrinha.

Com passos vagarosos e ainda apoiados na bengala, me dirigi ao quarto onde a Elisângela ainda permanecia internada. Fui recepcionado pela mãe e filha. Essa última se encontrava bastante tranquila. Apenas resmungava de manha, conforme a própria Elisângela. Assim, não tinha como deixar de ser coruja. Pena que não tinha como fazer foto de mim mesmo.

Arrisquei a pegá-la no colo. Antes, peguei as instruções com a mãe para fazer isso com muita segurança. Consegui na primeira vez. A Rafaela encostou no meu braço e ficou bem serena. Ainda bem. Acho que ela foi com a cara do tio. Olha só a fisionomia dela nesse momento nas novas imagens, desta vez feitas pessoalmente pelo tio coruja:




Ao sair do quarto, eu, o pai babão e o avô bobão (consegui rimar novamente) aguardamos a saída delas. Nesse primeiro contato com o mundo exterior e sem confinamento, a Rafaela encontrou um dia de muito calor e sol forte. Para proteger disso, o jeito foi improvisar. A atenção era tanta:



No estacionamento, o Jonathan usou o meu guarda-chuva que está no carro dele já tem muita história para contar. A saída dela conseguiu quebrar o gelo do avô bobão:


Após a alta, o pai babão, a cuidadosa mãe e a pequena da família foram embora. Soube que a Elisângela recebeu uma multidão de amigas em sua casa. Ainda bem. Pelo menos, a sobrinha foi bem recebida por todos. E aguarde as novas fotos da Rafaela. Quem quiser conferir as já publicadas, poderá encontrá-las num espaço criado especialmente nesse blog.

Parecido com o pogobol

Nessa fase de recuperação, a clínica de fisioterapia virou a minha segunda casa. Passo a maior parte do tempo nesse local, depois da residência. São quase três horas de sucessivos exercícios e alongamentos. Por causa dessa convivência, os pensamentos criativos (digo, bobagens) são inevitáveis. Ao entrar na sala de reabilitação, sempre me deparo com os equipamentos. Um deles me chamou a atenção nos últimos dias. A bola feijão usada pelos pacientes é parecida com aquela de um brinquedo da década de 80. Alguém aí já pulou de pogobol?

É isso mesmo. A bola em formato oval parece com aquela utilizada nesse artigo infantil que se tornou uma verdadeira febre entre os anos de 1987 e 1991, mas em maior tamanho. Falta somente colocar a base no meio dela que serve para a pessoa ficar em cima e, desta forma, virar um verdadeiro pogobol gigante.

Na verdade, a bola feijão é aplicada em atividades que melhoram a coordenação motora, equilíbrio e fortalecimento muscular. Bastante resistente, entra na mesma linha daquela bola cinza existente nas academias, nos exercícios de Pilatos.


Ao fazer o comparativo com o pogobol, os fisioterapeutas concordaram com a semelhança. Afinal, a infância deles transcorreu exatamente no período em que esse brinquedo fazia o maior sucesso entre a criançada. Muitos meninos e meninas o levavam para a escola. Ou ainda pulavam no quintal de casa ou na calçada.


Infelizmente, eu não tive um pogobol. Mas brincava assim mesmo com um da minha prima, a Tathi, que havia ganhado dos seus pais. Eu arriscava alguns pulos no corredor do prédio onde os meus tios moram até hoje ou no apartamento da minha avó que, naquela época, era bem espaçoso. Coitada da família que morava embaixo dela. Devia escutar barulho o dia inteiro.

Por outro lado, a bola feijão usada no pogobol estava longe de ajudar na reabilitação, a exemplo daquela da clínica onde frequento. Se fosse hoje, até serviria para aumentar o número de pacientes dos fisioterapeutas. Várias crianças sofriam fraturas nas pernas ou nos braços em razão das quedas na hora de brincar. Ainda bem que eu nunca caí quando pulava em cima dele.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nos filmes de ficção

Como manda o figurino, mais um dia de recuperação, fisioterapia e medicamentos. Seria tudo a mesma rotina se não fosse um detalhe. Vivenciei momentos inusitados, que levaram de volta aos filmes de ficção científica, do tipo Jornada nas Estrelas, Star Wars, a trilogia Matrix e outros do gênero. Isso aconteceu após ouvir barulhos semelhantes às armas de laser, aos ruídos das naves espaciais e explosões existentes nessas obras. Em vez do faz de conta da sétima arte, os sons verdadeiros vinham todos de um aparelho responsável pelo exame de ressonância magnética.




Ao contrário de ocasiões anteriores, a parte do corpo examinada desta vez foi o joelho esquerdo para atender a pedidos dos fisioterapeutas ao médico ortopedista como forma de descartar algum tipo de lesão nesse local, que sofre com insistentes dores na hora do alongamento. Para esses profissionais, o incômodo ocorre devido à fraqueza na musculatura e nas articulações de uma região responsável por receber uma boa parte do peso do corpo. De acordo com eles, a reabilitação irá aliviar o problema aos poucos. Tomara!

Ao entrar na sala da ressonância, as associações aos filmes futuristas foram inevitáveis. De cara, vi a tamanha semelhança daqueles aparelhos aos usados pelo doutor McCoy na saudosa Enterprise, do filme Jornada nas Estrelas (Star Trek). O personagem completava o trio formado pelo capitão Kirk e Sr. Spock.


O exame durou cerca de 30 minutos. Eu mal podia me mexer, segundo orientação da enfermeira. Desta forma, tudo começou com o primeiro de um total de quatro barulhos que consegui identificar. Esse parecia com as armas de laser disparadas pelos personagens da ficção científica.

Depois, o ruído mudou. Eu me recordei de uma aeronave cruzando pelo espaço à velocidade da luz. Em seguida, o som foi igual àqueles portais abertos para viajar no tempo. A memória é fértil mesmo.

Ao sair da plataforma onde fiquei, deixei a sala onde fica o aparelho de ressonância. No corredor, eu cruzei com outra paciente vestida com uma roupa toda azul fornecida pelo centro médico responsável pelos exames. Aí, pensei que a ficção tinha saído para a vida real. Até parece.

Independentemente dessas associações, a recepcionista informou que o resultado do exame ficaria pronto na próxima quarta-feira à tarde, após minha insistência para que isso fosse nessa data. Afinal, a nova consulta ao médico é na quinta-feira. Torço para que não seja nada de grave. Caso contrário, a recuperação pode atrasar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

As primeiras imagens

Tudo em ordem lá na Santa Casa de Suzano, onde permanecem a Rafaela e a sua mãe, a Elisângela. Para quem não sabe, ela é a mais nova componente da família, que cresceu graças a um empenho inusitado do Jonathan. Desta forma, vamos atualizar as informações, conforme prometido.

A Rafaela nasceu com aproximadamente três quilos e 250 gramas. A nobre sobrinha e a mãe dela deverão deixar o hospital nesta quarta-feira (18-02). Enquanto isso, o pai babão corre atrás da burocracia como forma de aproveitar sua licença paternidade. Foi hoje mesmo ao cartório fazer o registro da menina. É o passo oficial que comprovará a sua existência nesse mundo.

Também aproveito essa oportunidade para apresentar as primeiras imagens da Rafaela para a alegria do pai bobão (no bom sentido, claro) e da avó bajuladora. As fotografias foram gentilmente cedidas pelo Edinho. Nossa, como estou formal hoje na hora de escrever.

Assim, aproveite para ver as primeiras poses feitas pela Rafaela:




Acho que ela percebeu a presença da câmera e continuou com toda essa graça, mesmo sem usar muito a sua visão:



Após as poses, o jeito foi tirar a primeira soneca da sua vida:


Parece que um parto cansa muito a beleza de um bebê. Olha só a calmaria:


Depois da fase de gravidez, abre-se mais um período de apostas entre os familiares. Com quem a Rafaela será mais parecida? Com o Jonathan, o pai babão? Ou com a Elisângela, a experiente mãe? Ficará mais ou menos japonesa ou os olhinhos não serão tão puxados? Só saberemos disso a partir do segundo mês. Enquanto isso, o jeito é bajular a mais nova parente. E olha que o tio aqui não é tão coruja...hahahahaha.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Rafaela nasceu

Já havia comentado antes sobre o crescimento da família nos últimos anos com a chegada de alguns "agregados". E vai mais além. Por conta disso, ocorreu uma nova expansão conforme anunciado antes por esse candidato a escritor. Como previsto pelos médicos, estamos com o mais novo membro, que abriu mais uma geração na nossa nobre árvore genealógica. Na verdade, é ela. A Rafaela nasceu aqui em Suzano. Agora sim, sou titio!!!

A sobrinha veio na noite desta segunda-feira, exatamente às 23:41. No entanto, ninguém anotou os segundos. O parto aconteceu na Santa Casa da cidade. Ainda não se sabe o peso da mais nova componente. Só informaram que chegou a esse mundo com 52 centímetros. Ela e a mãe dela, a Elisângela, passam bem na maternidade.

Desta forma, a fase de expectativa terminou para o pessoal aqui. Apesar de demonstrar tranquilidade, eu percebia uma certa tensão no pai da bebê, o Jonathan. Nada fora do normal, pois ele é navegante de primeira viagem. Para a mãe, a Rafaela é a terceira filha.

A partir de agora, a etapa deve ser de total bajulação da família. Afinal, ela é a primeira criança depois de muitos anos. Primeira neta dos meus pais e única bisneta da minha avó. Imagine só como será.

Além disso, esse nascimento também deverá transformar a vida do meu irmão. Conhecido pelas baladas homéricas, o Jonathan mudou completamente seu perfil nos últimos meses. Se acalmou bastante durante a fase de gravidez da Elisângela. Nem parecia a pessoa que conhecia antes. E o pessoal aqui apostava isso em mim por ser considerado mais calmo nesse sentido. Tomei rasteira, hahahaha.

Brincadeiras a parte, fica aqui os meus parabéns para o Jonathan e a Elisângela. Tanto ela quanto a Rafaela devem sair do hospital ainda nesta semana. Enquanto isso, apenas acompanho o crescimento da família como espectador até a chegada de alguém realmente companheira para dar a minha colaboração. Quem sabe num futuro não tão próximo?

Quanta ilusão!

Ignorar uma pessoa fica muito fácil, principalmente quando o companheiro mais precisa. Ainda mais se o mesmo vive um momento difícil da sua vida. Pode parecer amargo ou pessimista, mas infelizmente isso acontece sempre num relacionamento. Em vez de enfrentar, a outra parte envolvida simplesmente se afasta ou mesmo abandona a situação. Finge que nada se passa no dia-a-dia por ser muito cômodo. Quanta ilusão!

O distanciamento é inevitável. Afinal de contas, é bem melhor ter apenas os bons momentos. A curtição e a diversão (até rimou) são as responsáveis por sustentar uma convivência que, na maioria das vezes, nos engana. Parece ser para sempre. Ao contrário disso, é eterno enquanto dura. Basta apenas uma turbulência para estremecer, esfriar ou acabar tudo de uma só vez.

Quando tudo está lindo e maravilhoso, a pessoa diz que o companheiro é o amor da vida dela e outras coisas. As palavras deixam o semelhante totalmente orgulhoso, pois pensa que faz o suficiente para essa relação ser para sempre. Em muitas ocasiões, o dia fica mais alegre e cheio de suspiros. Mas o tempo passa. Em vez das qualidades, somente os defeitos são levados em conta. O belo convívio começa a ter suas rachaduras.

E a situação cai de vez na hora em que uma parte envolvida tem sérios problemas. Num certo momento, a outra suposta metade até demonstra preocupação. No entanto, esse sentimento é rapidamente substituído por justificativas da ausência à medida em que a situação se agrava e o número de percalços começa a aumentar.

Assim, as desculpas sempre são usadas como forma de explicar os motivos da distância. É melhor trocar o então companheiro com problemas pelas novas ou antigas rodas de amigos para esquecer a dificuldade. Voltar a se divertir é mais viável ao invés de encarar a realidade. Ainda mais quando o outro lado da história percebe todo esse movimento e, de quebra, a indiferença e o desdém. Enquanto isso, o jeito é fingir uma tentativa de contornar os transtornos como uma maneira de empurrar tudo com a barriga.

A verdade é que não existe o menor esforço para resolver as pendências. De toda essa história, a única conclusão a tirar chega como uma ducha de água fria. Existe a necessidade de sempre desconfiar das palavras bonitas. Elas jamais são iguais às atitudes, que dizem tudo. Apesar da amargura, não queria pensar desse jeito a não ser que alguém consiga me provar o contrário. Serão necessários bons argumentos. Até lá, viva o pessimismo...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

De volta aos bares

Galera reunida para comemorar o aniversário do amigo, regado com muito chope e outras bebidas. Casais se beijam de forma bem ardente, sem se preocupar com a música de fundo. E uma banda com um repertório bem escolhido, na minha opinião é claro pois adoro rock n' roll. O ambiente não é estranho para ninguém, mas finalmente consegui voltar a esse tipo de ambiente, depois de 106 dias afastado do circuito de baladas por conta do acidente. Desde o desastre, eu ainda não havia saído de casa com intuito de fazer um programa assim.

Apesar de parecer abuso devido à minha recuperação, tudo foi feito no mais perfeito cuidado. Também era um teste como forma de saber se a reabilitação tem os seus resultados satisfatórios. Desta forma, meu irmão me deixou na rua em Suzano onde se concentra uma grande quantidade de bares. Presenciei algo antes inimaginável até descobrir que a cidade resolveu se desenvolver nesse quesito. Ainda bem.

Assim, entrei num local chamado Boteco Helena. Como manda o figurino, fui sozinho. Não, assim eu fui injusto. Ao meu lado, estava a minha companheira inseparável: a bengala para dar aquele apoio, tanto no sentido concreto quanto no figurado. Ela é a minha única que me acompanha sem achar um tremendo sacrifício. Afinal, deve ser dureza ficar ao lado de um acidentado.

Apesar do grande avanço, meus passos ainda são dados com uma certa dificuldade. Decidi entrar imediatamente no local e, desta forma, me sentar na cadeira de uma mesa vazia. Foi difícil encontrar uma, mas consegui. Lá, assisti à apresentação da banda Sangue Púrpura, que tocou muitas músicas legais de grupos conhecidos, como U2, Queen e o cantor Ozzy Osbourne, entre outros.

Apesar da solidão, recordei dos tempos antes do acidente. A verdade é uma só. Na alegria, o ser humano conta com alguém para compartilhar desses momentos. Não é somente uma mera companhia inanimada como ocorre hoje comigo. Fica muito fácil aproveitar para ficar perto de uma pessoa somente na felicidade. Talvez eu seja um encosto ou uma presença não-desejada. Afinal, dou trabalho por depender dos semelhantes para algumas atividades.

Tudo bem, são coisas que acontecem para tirarmos boas ou más lições. Não vou reclamar. A hora agora é de comemorar mais um avanço, pois consegui me virar bem. Sinal de que a fisioterapia progrediu. Além disso, curti um pouco após 16 sábados sem poder sair. Porém, substituí a bebida alcoólica por água com limão para não cortar o efeito dos medicamentos. Sem problemas.

Fiquei por um curto espaço de tempo no bar. Apenas 90 minutos. Não consegui aproveitar uma hora a mais que ganhei com o fim do horário de verão. As condições físicas e psicológicas ainda não são totais. Desta forma, chamei um táxi e voltei para casa feliz da vida. Apesar das limitações atuais, com certeza voltarei a ser como era antes.
Aguardo isso ansiosamente para colocar em prática as conclusões que tirei nessa fase ruim da vida, onde recebi a ajuda de alguns e tive o abandono de outros. Enquanto isso, irei presenciar o movimento dos bares e restaurantes com a minha companheira inseparável até outra pessoa quiser se arriscar. Lembre-se que a bengala não irá reclamar. Alguém se habilita?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Hospital fechado

De volta ao ABC Paulista. Aproveitei para dar uma circulada pelas cidades dessa região, onde morei por dois anos, até sofrer o acidente. O passeio desta semana com meu irmão tinha o único objetivo de ir ao médico ortopedista que me acompanha nessa fase de recuperação. Como a consulta havia sido muito rápida, decidimos ir de Santo André, onde fica o consultório, até São Bernardo do Campo. No caminho, recebemos uma triste notícia. Vimos o hospital onde fiquei internado totalmente fechado.

Fiquei bastante surpreso ao presenciar o Hospital Baeta Neves sem funcionar. Por outro lado, o Jonathan não esboçou nenhuma reação. Quando me espantei, ele disse que já esperava isso. Bem diferente de mim durante minha estadia, ele costumava percorrer os corredores da unidade para fumar do lado de fora, ou comprar algumas coisas para o irmão com a perna imobilizada. Nessas caminhadas, notou um baixo movimento de pacientes e profissionais preocupados com a situação financeira.

Um exemplo disso foi uma manifestação organizada por ex-funcionários do hospital no dia 13 de novembro. Naquele dia, o Jonathan correu de volta para o quarto. Quis me avisar sobre o protesto. Sem sair da cama, chamei um enfermeiro de confiança. O profissional me contou sobre a crise instalada no local. A administração fez uma demissão em massa para equacionar os problemas. No entanto, não pagou os direitos trabalhistas dos dispensados. Ou seja, era o pior seria inevitável.

Não imaginava que a situação do Hospital Baeta Neves era tão complicada. Também, não tinha como sair da cama por causa da imobilização. Se conseguisse fazer isso, com certeza teria percebido um movimento estranho. Após o protesto, o único indicativo foi o pedido de ajuda para procurar emprego de duas enfermeiras no penúltimo dia de internação. Eu nem me liguei na hora. Como um hospital pode fechar as portas desse jeito?

Fui atrás dessas informações. Numa rápida pesquisa na internet, soube que o grupo responsável pelo hospital está atolado em dívidas. Além disso, outras unidades da empresa encerraram as atividades. Isso só pode ser o resultado de uma má administração.

É uma pena, pois tinha lembranças do Baeta Neves. Antes do acidente, era o lugar onde costumava ir atrás de atendimento quando estava doente, durante minha passagem por São Bernardo. Agora, são apenas recordações que terminam junto com esse fechamento.Hoje, existe um prédio fechado e totalmente vazio. Tomara que os profissionais demitidos consigam encontrar um emprego o mais rápido possível. Se não fossem eles, talvez não estaria a caminho de uma boa recuperação.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O valor do auxílio-doença

Uma semana após receber a notícia sobre a aprovação do pagamento do meu auxílio-doença, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também me deu uma nova informação. Comunicou o valor do benefício e a data de quando o montante retroativo a novembro estará disponível na conta.
Os detalhes disso não serão revelados para minha segurança. Já pensou eu mencionar esses dados e depois um assaltante me abordar e levar o meu rico dinheirinho? Ficarei sem a minha grande fortuna. A partir de agora, eu dependo da Previdência Social para sobreviver até o meu retorno ao trabalho.
Fora isso, dependia da estipulação do valor a ser pago mensalmente para a empresa onde atuo fazer uma complementação até atingir o valor do salário. Pena que esse reforço só dura três meses, conforme estabelecido pela convenção coletiva dos jornalistas.

Só para não deixar de cumprir a minha promessa, o primeiro pagamento ocorrerá no final deste mês. Eu dei esse detalhe porque fiquei de informar todos os passos sobre a liberação do auxílio-doença, quando ainda aguardava uma resposta do INSS. E essa é a novidade do momento. A próxima será após fizer o primeiro saque. Estarei aqui para comunicar isso.

Mas não posso me esquecer de uma coisa. A liberação do benefício ocorreu após duas frentes que fizeram a cobrança junto ao instituto. Um grupo de jornalistas do local onde trabalho, o Diário de São Paulo, ficou na cola do órgão. E o Juca, repórter do Agora, também procurou saber sobre o meu auxílio-doença.

Além disso, também preciso agradecer o pessoal da assessoria de imprensa do INSS em São Paulo. Os jornalistas desse departamento foram solícitos nos últimos dias e prestaram toda a assistência necessária. Antes que eu me esqueça, fica aqui o meu muito obrigado.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Memórias no Mogi News

O editor-chefe do Mogi News e amigo Márcio Siqueira publicou no matutino os detalhes que eu presenciei sobre a primeira viagem do trem espanhol nas cidades do Alto Tietê, em 1998. O grandioso evento contou com a presença do então governador Mário Covas.

Detalhe: a história recheada de bastidores se baseou num e-mail que enviei ao amigo e colega de profissão ao ler sua coluna. Confira os trechos publicados na edição de hoje:

"Fujita de volta
O jornalista Eric Fujita, que já trabalhou em diversos veículos de comunicação da região, inclusive no Mogi News, e hoje compõe a redação do Diário de S.Paulo gostou das fotos e das notas publicadas pela coluna na terça-feira, que recordaram as viagens eleitoreiras do trem espanhol à Mogi em 1998. Ele mandou uma carta à coluna e deu detalhes importantes e curiosos.

Carta
'Ao ler a coluna Contracapa desta terça-feira, vi as fotos feitas quando o então governador Mário Covas veio de trem para mostrar ao público as belas composições espanholas, que chegavam pela primeira vez ao Alto Tietê. Como você bem lembrou, o ano era 1998, meses antes das eleições para o governo do Estado. Por isso, eu lembrei de alguns fatos ocorridos nessa ocasião, já que eu estava no evento quando ainda dava meus primeiros passos como repórter na região.

Nos bastidores (digo, nas estações da região), alguns vereadores e seus agregados comentavam que ´talvez seja a primeira e a última vez que o governador andará de trem´. Covas e o então secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Cláudio de Senna Frederico, vieram num dos vagões do trem espanhol desde a estação Brás (antiga Roosevelt) da CPTM. O primeiro embarque das autoridades na região foi em Ferraz de Vasconcelos.

Um detalhe bem curioso: Frederico veio vestido bem a caráter para o grandioso evento. Usava uma gravata que tinha vários trenzinhos na sua estampa.

Como também citado, a vinda dos espanhóis ao Alto Tietê trouxe marcas tanto no âmbito dos transportes quanto no campo político. No primeiro item, a alegação oficial da CPTM naquele tempo foi a onda de apedrejamentos das composições ao longo dos trilhos. Muitos vidros foram quebrados, principalmente na região de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, e Zona Leste da Capital. Por conta dos prejuízos, a companhia decidiu retirá-los da linha Brás-Estudantes'".

Obrigado Márcio e continue com essa memória. Quem quiser os detalhes citados na coluna, pode procurar no meu blog. Para facilitar, o link é o http://eric-fujita.blogspot.com/2009/02/os-trens-espanhois.html

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O bom vizinho

Saí à noite no quintal de casa para buscar o exame de tomografia que havia esquecido no carro do meu pai. Brinquei um pouco com o cachorro e depois me dirigi para a porta da cozinha. Simultaneamente, ouvia o barulho da Escola de Samba Cara Preta. Como lembrado antes, os ensaios ocorrem num terreno bem ao lado de casa. Por esse motivo, tomei uma decisão. Em vez de reclamar dos ruídos, resolvi agir como um bom vizinho. Fui visitar o local onde acontecem os ensaios da agremiação.

Pedi a chave da casa para ir à rua. Caminhei com a ajuda da minha companheira mais próxima dos últimos dias: a bengala. Com alguns passos, eu cheguei bem em frente ao portão do imóvel onde foi montado o quartel general da escola de samba. Imediatamente, vi um grupo de 30 pessoas que manejavam os instrumentos responsáveis pelas batidas. Na frente deles, o puxador que cantava o samba-enredo deste ano.

Por outro lado, a organização dos ensaios estava longe de ser igual a uma agremiação de São Paulo. Mas o clima era o mesmo. Todos estavam animados. Já os espectadores na quadra improvisada aproveitavam para sambar. Do lado de fora, as ruas que costumam ser calmas e vazias durante a noite recebiam muitos moradores. O local virou a grande atração do bairro.

Além disso, outras pessoas aproveitaram para ganhar um troco a mais. Duas pessoas montaram suas barracas com cervejas, sucos e refrigerantes. E olha que elas conseguiam vender bem. Também havia muitas crianças brincando tanto dentro do terreno quanto do lado de fora, na rua.

Fiquei nessa observação por apenas 20 minutos. Os frequentadores assíduos estranharam a minha presença porque foi a primeira visita. Tudo bem, eu não importo. O importante é ter feito a política da boa vizinhança, incentivado pela curiosidade de conhecer aqueles que fazem barulho diariamente ao lado de casa até o Carnaval.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os trens espanhóis

Ao ver a coluna Contracapa escrita pelo meu amigo Márcio Siqueira na edição de hoje do Mogi News, vi as fotos feitas em 1998, quando o então governador Mário Covas veio de trem espanhol à região. Era a primeira vez que as composições entravam no Alto Tietê. A imagem me levou novamente a uma viagem ao tempo porque havia participado desse evento, quando ainda dava meus primeiros passos como repórter.

Na região, a maratona desses trens começaria na estação Ferraz de Vasconcelos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Desta forma, lá estava esse aprendiz de jornalista. Naquela ocasião, representava justamente o concorrente do Mogi News, o Diário de Mogi. Cinco anos mais tarde, me tornaria um dos editores do primeiro matutino, ao lado de Márcio Siqueira. Espero ter feito um bom trabalho nas duas publicações.

De volta à estação, eu presenciei um comentário de alguns vereadores e seus agregados. "Talvez seja a primeira e a última vez que o governador andará de trem", falavam os convidados enquanto esperavam a chegada dos vagões na plataforma.

Quando entrei nessa composição, Covas e o então secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Cláudio de Senna Frederico, estavam devidamente acomodados nos bancos. Os dois vieram desde a estação Brás (antiga Roosevelt). No interior do vagão, um detalhe passou a chamar a atenção.

Frederico veio vestido bem a caráter para o grandioso evento, que era a menina dos olhos no transporte ferroviário do governo estadual. O fato chamou a atenção das autoridades, como os prefeitos da época, Estevam Galvão de Oliveira (PFL-Suzano), Carlos Roberto Marques da Silva (PTB-Poá) e Waldemar Marques de Oliveira, o Dema (PSDB-Ferraz), além do então deputado estadual Junji Abe (PFL). Todos eles comentaram a gravata usada pelo secretário, com vários trenzinhos na sua estampa. As alusões ao desenho foram inevitáveis.

Como também citado na coluna, a vinda dos espanhóis ao Alto Tietê também trouxe marcas ao Alto Tietê, tanto no âmbito dos transportes quanto no campo político. No primeiro item, a CPTM retirou os trens espanhóis de circulação meses mais tarde. A alegação oficial naquele tempo foi a onda de apedrejamentos das composições ao longo dos trilhos. Muitos vidros foram quebrados, principalmente na região de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, e Zona Leste da Capital.

Por conta dos prejuízos, a companhia decidiu retirá-los da linha Brás-Estudantes (hoje, Luz-Estudantes). Atualmente, esses mesmos trens atendem ao itinerário responsável pela região do ABC (Luz-Ribeirão Pires). Para o Alto Tietê, sobraram somente os vagões mais antigos reformados e o Expresso Leste, mas apenas entre as estações Luz-Guaianases. E agora, as autoridades discutem a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Vai saber....

No aspecto político, me lembro do jogo de xadrez que se tornou o apoio aos candidatos a governador naquele ano. Estevam foi o único do antigo PFL na região na contramão do partido. Abandonou Paulo Maluf, que sempre foi seu aliado, e anunciou ajuda a Covas. Já Junji Abe decidiu oficialmente seguir a orientação da legenda.

Ele até chegou a pedir votos para Maluf no horário eleitoral gratuito. Porém, o ex-parlamentar me confidenciou numa entrevista, no mesmo ano, que queria apoiar Covas a qualquer custo, mas tinha um caminho a seguir. Recado bem dado para um bom entendedor....

Após o desfecho do segundo turno, com a vitória apertada de Covas, Junji não perdeu tempo. Logo na segunda-feira pela manhã, o deputado foi ao gabinete de Estevam e pediu sua ajuda numa possível reaproximação junto ao governador reeleito. Também estava lá para repercutir o resultado com prefeito suzanense, pois ele estava numa boa posição política e em cima da carne seca.

No entanto, faltou para mim aquela malandragem adquirida com o tempo. Infelizmente, engoli a versão de Junji, de que tinha ido ao encontro de Estevam para discutir os próximos passos do partido. Antes, não sabia que a declaração oficial significa exatamente o oposto dos bastidores. Desta forma, o prefeito confirmou a história.

Depois de presenciar esses fatos, posso afirmar tranquilamente que os primeiros passos jornalísticos na região me ensinaram muitas qualidades. Nessa relação, estão o senso crítico, a experiência e um faro mais apurado para enfrentar coberturas maiores, como eleições presidenciais, grandes casos de polícia e acontecimentos do noticiário econômico. Este último se tornou a minha especialidade.

De volta ao presente, o jeito é acompanhar os novos passos dessas histórias meramente como espectador por causa da minha recuperação. Daqui, eu apenas posso contribuir com as histórias regidas pela minha memória. Parabéns ao Márcio por estimular as minhas recordações de forma tão eficiente e contundente (até rimou).

Quem quiser conferir a coluna, pode acessar o http://www.moginews.com.br/matpesquisa.aspx?idmat=25844&pchave=contracapa

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Professora de Língua Portuguesa

Percorria os corredores do supermercado para buscar sucos concentrados e chá mate em substituição às bebidas alcoólicas e refrigerantes para não comprometer a minha recuperação. Tudo transcorria normalmente até passar em frente a uma livraria existente no shopping center de Suzano. Imediatamente, lembrei da necessidade de adquirir um livro que ensina as mudanças da ortografia. Mas as recordações foram muito mais além. Na minha memória, voltei aos tempos de escola, quando aprendia Língua Portuguesa com a professora Kazuko.

Às vezes, eu penso em até procurá-la novamente para reaprender as alterações em vigor desde o início do ano devido à sua sabedoria e austeridade na sala de aula. Afinal de contas, essa professora foi a principal responsável por ensinar tudo que sei do nosso idioma. De quebra, aprendi como escrever, inclusive as bobagens publicadas no blog.

Para quem não sabe, a professora Kazuko é uma das senhoras mais conhecidas aqui em Suzano, apesar de estar aposentada. Ensinou gerações de estudantes da cidade. Hoje, alguns deles despontam ou como autoridades ou nas grandes empresas. Na família, passaram pelo seu crivo as minhas primas mais velhas, Cláudia e Rosana. As duas só têm elogios.

Essa profissional atuava nos tempos em que os alunos ainda respeitavam os docentes. A sala de aula ficava um silêncio só porque os estudantes tinham medo de não aprender a lição passada na lousa. Por outro lado, ela defendia a todos junto à escola quando precisava fazer justiça a uma situação. Assim, conquistava os jovens pela sua conduta séria.

No meu caso, os ensinamentos da grande mestra eram seguidos de forma muito disciplinada. Como já gostava de escrever quando ainda era criança, eu a procurava fora do horário de aula para aprimorar a escrita, tanto em verso quanto em prosa. Prova disso, foi um terceiro lugar num concurso de poesia organizado em 1993 pela prefeitura da cidade.

Passados 16 anos, esses conhecimentos também viraram o meu ganha-pão porque dependo deles para elaborar as minhas reportagens. Só espero que os ensinamentos da professora Kazuko sejam suficientes para absorver as mudanças em vigor na Língua Portuguesa. O jeito é voltar a estudar como forma de evitar os novos erros de ortografia.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Um bom petisco canino

Mais um domingo em casa. Como manda o figurino, acordei bem tarde porque troquei o dia pela noite devido ao meu afastamento do trabalho. Além disso, não recebo tantas visitas nos finais de semana. E quem deveria aparecer aqui para dar apoio a um acidentado, se o dia de folga deve ser bem aproveitado em outras coisas como o lazer? Por causa da ociosidade, o jeito é pensar besteiras. E fiz exatamente isso. Do nada, resolvi agir como fazia quando era criança. Decidi provar de fato a guloseima dada ao cachorro da família.

Pode parecer estranho, mas todos carregam alguma mania por toda a vida. E essa é a minha desde quando era menino. Desta forma, eu mesmo comi um pedaço dos palitinhos caninos que eu compro e dou para o Schumacher, o meu pastor alemão. A curiosidade sempre fala mais alto. Gostaria de saber qual é o gosto daquilo que o cachorro come com tanto prazer.

Ao colocar um pedaço dessa guloseima na boca, comecei a mastigar igual ao meu ilustre cão. O sabor não é dos piores, mas totalmente sem graça para um paladar humano. É um tanto sem sal e não há qualquer tipo de tempero. Pelo menos matei a vontade de saber o qual era o gosto, apesar da idéia ser estranha.

Para quem tem um cachorro de estimação, eu procurei mais informações sobre a composição desse bom petisco canino. Os palitinhos são feitos com pedaços de couro de boi triturados e prensados. De acordo com os veterinários, não há perigo do animal se engasgar. E também há variedades. Alguns são naturais e brancos. Outros têm corantes que deixam a guloseima colorida. Um dia desses, o Schumacher ficou com a boca toda vermelha.

Já a mania de experimentar a comida dada aos cães vem desde quando o meu pai comprava um pacote de cinco quilos de ração. Eu era uma criança de cinco anos. A curiosidade infantil me fazia pegar alguns grãos do pacote para comer. Fazia isso junto com o meu primo Luciano, que passou parte da infância comigo por ter a mesma idade. A marca do produto era Bonzo. Alguém conhece? Minha mãe ficava brava, mas...Naquele tempo, a comida era para um outro pastor alemão, o Sheik.

Essa mania persistiu até a fase adulta. Uma vez, fui à casa da minha tia Ivani. Minhas primas tinham um cocker preto, o Júnior. O cachorro era uma figura. Assim, elas compravam e serviam um biscoito canino, o Biscrok. Quando vi a caixa, não resisti e peguei um para provar, com autorização delas é claro. O sabor é semelhante a de uma bolacha cream cracker. 

A atitude um tanto estranha foi útil alguns anos mais tarde. Numa ocasião, fui ao supermercado junto com uma ex-namorada. Ao ver o pacote de Biscrok na prateleira, ela me perguntou se o produto era bom. Minha resposta foi positiva. Como sabia disso? Contei a ela que eu mesmo havia provado um biscoito. A risada foi inevitável.

Em meio à mania estranha de provar algumas dessas comidas, cheguei a uma conclusão. Realmente, os produtos são bons pra cachorro. Afinal de contas, isso também demonstra que esses ótimos companheiros passam bem na hora de se alimentar. E eles merecem uma boa alimentação como recompensa à fidelidade que eles sempre demonstram para nós.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Um clima de interior

A fase de recuperação me propiciou várias mudanças no meu dia-a-dia. Por conta do afastamento, fui obrigado a voltar para minha cidade natal, onde os meus pais ainda vivem e jamais sairão. Afinal, fui obrigado a me mudar para casa deles porque morava sozinho. A família nunca abandona e sempre está pronta para ajudar. Além de todos esses motivos, o retorno ao ambiente onde cresci também me forçou a uma troca bem radical. A agitação da metrópole deu lugar à tranquilidade do interior, bem no meio da Grande São Paulo.

A volta a Suzano me fez reviver os bons tempos de sossego. Em vez das grandes avenidas movimentadas de veículos existentes em São Paulo, agora eu encaro ruas mais vazias. Só o centro da cidade onde agora vivo novamente apresenta uma quantidade maior de carros. Mas o movimento de automóveis não chega nem perto de uma Marginal Tietê. Já o clima nada tem a ver com a correria da capital.

Ainda bem, porque a minha atual condição física não permite andar rapidamente, como fazia antes do acidente. Em São Paulo, eu dava passos largos e ágeis para chegar ao jornal onde trabalho, isso sempre com uma grande mochila nas costas. E quando estava de carro, eu precisava ficar bem atento ao trânsito para evitar algum acidente.

Agora, a agitação ficou para trás. As ruas de Suzano são bastante tranquilas para reaprender a andar e contribuir com os meus exercícios da fisioterapia. As condições das calçadas não colaboram, mas também não ficam lotadas de pedestres a exemplo de São Paulo. Por esse motivo, posso percorrê-las sem me preocupar tanto em esbarrar nas pessoas, pois ainda preciso usar muletas ou uma bengala.

Quando saio de casa e ando no bairro onde resido hoje, ainda vejo crianças na rua. Jogam bola, empinam pipas, apostam corridas e brincam de pega-pega. Desta forma, eu relembro a minha infância. Uma realidade bem diferente dos meninos e meninas da capital, que passam o dia em playgrounds de condomínios fechados em razão da violência. Quanta diferença.

Devido a essa tranquilidade, eu comecei a arriscar algumas caminhadas na rua de casa. O local não lembra um bairro do interior?



Apesar da boa qualidade de vida e o sossego sem preço, ainda não estou preparado para retornar definitivamente. O motivo é simples. Quero superar todas as barreiras profissionais possíveis. Comecei minha carreira em Suzano, mas só conseguirei progredir na capital, onde está o maior mercado. Com certeza, voltarei a São Paulo após minha reabilitação total. E esse cantinho onde me criei e cresci servirá para eu sempre recarregar minhas baterias.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Aniversário da minha mãe

Mais uma reunião de família, desta vez na casa dos meus pais. Havia motivos de sobra para esse encontro. Hoje é aniversário da minha mãe, que completou 53 anos. Como manda o figurino, o cardápio de sempre para os encontros desta natureza são os tradicionais lanchinhos e uma ou duas ou talvez três fatias de bolo. Isso varia de acordo com o gosto do cliente.

Mas um fato chamou a atenção. Eu participei de algo familiar desta forma depois de muitos anos. Afinal, a minha presença foi possível graças ao afastamento das minhas atividades em razão do acidente. Assim, tenho temporariamente uma vida mais tranquila, bem diferente da rotina habitual, quando nunca conseguia chegar a tempo por causa do trabalho. Além disso morava distante e ainda dava prioridade para outras coisas.

Mais adiante, realmente percebi que a família aumentou em relação a algum tempo atrás. Nunca havia parado para pensar, talvez porque as festas de fim-de-ano não dão essa dimensão pela sua grandiosidade. Com o passar do tempo, chegaram alguns queridos agregados. Um deles é o Edinho, o marido da minha prima, a Tathi.

A vinda dele teve exclusivamente dois culpados: eu e o Jonathan. Há mais de 11 anos, o meu irmão havia pedido para eu dar carona ao Edinho. Eu respondi que sim, afinal ele havia ficado para trás porque seu grupo de amigos foi embora da festa de aniversário do meu amigo Flávio.

O motivo da permanência dele tinha justificativa. O Edinho tinha "ficado" com a minha prima na ocasião. Era a primeira vez que ela havia saído comigo e com o Jonathan para um evento deste tipo. Desta forma, os dois namoraram e estão juntos até hoje. Posso não ser um bom companheiro, mas talvez eu me encaixe numa vaga de cupido.

Fora ele, tem a Elisângela, a namorada do meu irmão. Ela apareceu timidamente há três anos. Conquistou todo o pessoal e também deixou o Jonathan mais calmo. De quebra, vieram seus dois filhos - uma menina e um menino.

Além disso, casal tem mais uma grande responsabilidade pela frente. Inesperadamente, os dois providenciaram mais um novo crescimento da família. Ainda neste mês, chegará a Rafaela. Eu serei titio!

De volta à reunião familiar, todos estavam aqui para filar o tradicional lanchinho e o bolo, que desta vez fiz questão de comprar. Nessa hora, o meu pai deu a ideia de comprar uma vela não muito convencional. Parecia um verdadeiro show pirotécnico, aquele igual ao simulador de um vulcão. A reação da aniversariante não poderia ser outra, a não ser um susto.





Após a performance, a minha mãe providenciou os pedaços do bolo aos ansiosos espectadores. Dentro do protocolo, todos foram embora mais felizes após terem a adoçado a vida.



Por essas e outras, cheguei a conclusão de que um dia chegará a minha vez de contribuir pela ampliação da família. Para isso, deverei me tornar mais sossegado e menos impetuoso se quiser cumprir essa missão. Digo aumentar porque todos se perpetuarão nas nossas lembranças, até porque inevitavelmente tempo se encarregará pela partida de alguns e a chegada de outros membros. Até lá, me encarregarei em acompanhar esse crescimento, seja de perto ou distante, mas com a alma presente.

A chegada de uma resposta

Depois de 73 dias de espera, apreensão e muita expectativa, finalmente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu a tão aguardada notícia. O órgão aprovou hoje o pagamento do auxílio-doença durante o meu afastamento. Além disso, tenho mais outra novidade. O prazo dado para ficar fora do trabalho vai durar até o dia 16 de maio. Ou seja, estarei longe do circuito profissional por seis meses, afinal não sei mais o que é isso desde 1º de novembro passado.

Apesar da boa nova, ainda preciso esperar mais um pouco para receber. O INSS informou que receberei uma correspondência em aproximadamente 20 dias. A carta conterá o valor do benefício e o banco responsável pela concessão. Para quem aguardou três meses por uma resposta concreta, esse período é pequeno.

Eu tenho que admitir uma coisa. A liberação aconteceu graças às várias forças-tarefas organizadas para agilizar a chegada de uma resposta. Daqui, a vó Tereza ligava diariamente para a agência do INSS de Suzano com a finalidade de saber um posicionamento. Ela foi mais além. Ao longo dos seus 72 anos, foi pessoalmente ao posto e conseguiu as poucas informações sobre o trâmite da requisição.

Um outro grupo também se movimentou em meu favor. Lá, da redação do Diário de São Paulo, a Larissa (editora de economia), a Márcia (chefe de reportagem da equipe) e a Vanessa (estagiária) correram atrás de mais dados sobre a liberação. Pedi ajuda, mas não imaginei que o esforço seria tão grande como soube daqui.

E o auxílio também veio dos amigos de outros jornais. O Juca, repórter do Agora, utilizou seus vastos conhecimentos em previdência social para saber sobre o resultado do meu benefício ao tomar conhecimento da demora. Como já disse antes, a ajuda num momento difícil da minha vida veio justamente das pessoas que eu menos esperava. Por isso, aprendi a nunca mais aguardar solidariedade de quem parecia ser óbvio. São as lições absorvidas durante essa fase.

A essas pessoas que não mediram esforços, fica o meu muito obrigado de coração. Por enquanto, só tenho como agradecer de forma distante devido ao meu atual estado de saúde. Mas logo estarei na convivência de todos e poderei fazer esse gesto de outra forma. Quem sabe, uma comemoração? Finalmente, a contagem progressiva acabou e agora posso me preocupar mais com a minha recuperação. Até lá, ainda aprenderei mais com as lições tiradas durante esse momento.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Morre o pai do playmobil

Uma notícia chamou a minha atenção. Soube que o criador dos simpáticos bonecos Playmobil morreu na última segunda-feira. O nome dele é Hans Beck, um alemão que faleceu na sexta-feira passada aos 79 anos.

A curiosidade partiu após fazer algumas referências a esses bonequinhos nos últimos dias. Isso aconteceu aqui nesse espaço, quando fiz uma menção, de forma irreverente, sobre o meu visual. Afinal, eu não cortava o cabelo havia três meses.

Para os fãs, mais de 2,2 bilhões de exemplares ficaram órfãos. O número corresponde desde quando esses amiguinhos começaram a ser produzidos em série, em 1974. Hans morreu depois de um longo período doente, em sua casa nas margens do lago de Konstanz, na fronteira entre a Suíça, Alemanha e Áustria.

A seguir, Hans Beck numa de suas últimas aparições em público. A foto foi feita pela AFP.



Os bonecos também fizeram sucesso no Brasil. Afinal, eu mesmo ganhei um barco com vários desses companheiros nos meus tempos de infância. Assim, fica a minha singela homenagem.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Contagem progressiva

Em vez de ser regressiva, infelizmente essa contagem é progressiva. O tempo só aumento em razão da tamanha burocracia e lentidão, que se tornaram características principais no atendimento do ineficiente Instituto Nacional de Seguro Social, o conhecido INSS. Até agora, são 71 dias de longa espera por uma definição sobre a liberação do meu grandioso auxílio-doença, desde a data do agendamento da primeira perícia.

Só para refrescar a memória, o INSS havia marcado isso para o dia 25 de novembro passado. Como não pude ir à agência na capital, a perícia precisou ser feita em casa. Isso aconteceu somente em 16 de dezembro. E até agora, não tive nenhuma resposta. E o benefício? Nem sinal. Decidi até fazer uma dieta forçada ou um curso de faquir porque o dinheiro vai acabar.

Desde então, eu corro atrás do veredito dado pelo médico-perito que passou aqui na residência dos meus pais, em Suzano. Em vez do resultado imediato, o assunto se tornou uma verdadeira novela (tomara que não seja mexicana). Só consegui a informação de que esse resultado foi enviado no dia 8 de janeiro para a regional de Guarulhos, ao qual a unidade local está subordinada. No mesmo dia, a perícia foi encaminhada de volta para a agência de origem de todo o processo, a São Paulo-Ipiranga.

Não contente com o impasse, segui a orientação do departamento de Recursos Humanos do jornal onde trabalho. Tentei me informar sobre o benefício no telefone 135. Como em outros serviços de call center, a atendente não sobe precisar a minha situação. Pior ainda foi entrar em contato no posto do INSS onde tudo começou.

Hoje, eu também telefonei o dia inteiro nos três números apontados pelo site da Telefônica. Infelizmente, ninguém atendeu. Desta forma, descobri o e-mail da titular da agência e enviei uma solicitação de informações sobre o resultado da perícia e quando deve chegar o auxílio-doença. Resta saber se ela irá responder aos meus apelos. Espero que sim.

Até lá, continuo com a minha situação indefinida e sem receber. Só chego a conclusão de que a dependência dos órgãos públicos é uma verdadeira dor de cabeça. Na hora de cobrar, o INSS faz isso religiosamente todos os meses com o desconto de uma boa parte do meu salário enquanto trabalhava. Mas quando chega o momento de auxiliar o beneficiário, vem toda essa falta de respeito.

Talvez uma campanha junto à comunidade pela liberação da grana funcionasse. Alguém se habilita entrar nessa mobilização? Quando conseguir o tão sonhado benefício, farei essa comunicação nesse espaço. Até lá, o jeito é meter o pau numa instituição incompetente.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Preços dos remédios

O período de reabilitação requer muita disciplina, esforço e vontade de retomar a vida. Após a fase de internação, são medicamentos receitados pelo médico, intensas sessões de fisioterapia e solidariedade da família para me transportar até as clínicas. Apesar de seguir religiosamente todas as recomendações, um fato me chamou muita atenção. Como as pessoas de baixa renda conseguem se recuperar em meio aos altos preços cobrados pelas fabricantes e farmácias?

Digo isso por experiência própria. Hoje mesmo, eu fui a uma drogaria comprar um remédio receitado pelo ortopedista na última consulta que passei, há quatro dias. O mesmo serve para fortalecer as cartilagens das pernas. Ainda resisti muito para fazer essa aquisição, mas como isso era necessário. Desembolsei a quantia de R$ 122. O montante significa, nada mais nada menos, que 26,23% do atual salário mínimo, de R$ 465.

Essa não é a primeira vez que reflito sobre o assunto. Ainda mais porque atinge em cheio o meu bolso. E a situação se agrava porque estou sem salário por conta do meu afastamento. Três meses após o acidente e o nobre Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ainda não liberou o auxílio-doença. Como é duro depender de um órgão do governo que não funciona.

O jeito é tentar me acostumar com mais esse desfalque nas minhas finanças. Só resolvi comprar o medicamento após meu pai ter refletido. "E quem não tem condições?", disparou. Fazer o quê. Para os curiosos, o nome desse remédio é condroflex. O consumo vai durar durante dois meses, mas uma caixa dura metade desse tempo: 30 dias.

Desde a minha alta, em 21 de novembro passado, gastei horrores com medicamentos. Assim, decidi fazer uma lista como forma de ilustrar o rombo:

Tramal (analgésico, 10 comprimidos)..............R$ 58
Daflon (circulação, 30 comprimidos)................R$ 59
Ciprobiot (antibiótico, 20 comprimidos)..........R$ 32
Ciprobiot (10 comprimidos)...............................R$ 16
Diosmin (circulação, 30 comprimidos)..............R$ 37
Dersani (loção cicatrizante, 100 ml)................. R$ 35
Condroflex (30 envelopes)................................ R$ 122
Total............................................R$ 359

Os valores relacionados só levam em consideração os medicamentos receitados e deixam de fora o paracetamol (composto ativo do Tylenol) e a consulta que passei num médico especialista em circulação, que precisei pagar devido à emergência. Se esperasse pelo plano de saúde, só conseguiria isso no mês seguinte. O custo disso ficou em R$ 120.

Apesar de não ter recebido do glorioso INSS, eu ainda tenho uma pequena reserva do 13º salário. E se não tivesse isso? Se fosse um trabalhador que recebe um salário mínimo, comprometeria num só mês 77,20% do seu orçamento doméstico. Os outros R$ 106 (12,8%) sobrariam para garantir a alimentação, aluguel e contas de luz, água ou talvez telefone. Ou seja, teria que optar pela boa recuperação ou sobreviver. Difícil escolha, não é mesmo?