sábado, 4 de abril de 2009

Jornalismo à moda antiga

Como promessa é dívida, hoje eu continuarei com a missão de mostrar algumas imagens feitas ao longo dos meus 15 anos de profissão. Quanto mais eu mexo nelas, penso na necessidade de me conformar com o tempo e deixar a idade passar lentamente. Dentro da minha proposta, mostrarei algumas fotos quando trabalhava no jornal O Diário de Mogi. Lá, fiz muitas reportagens entre os anos de 1997 e 2000.

Naquela ocasião, o jornal era considerado uma verdadeira escola de jornalismo na região. Por isso, eu não sosseguei até conseguir uma vaga na redação desse matutino. E as referências tinham todo o sentido. Durante o período, convivi com editores que me ensinaram muito, como o aprimoramento na escrita jornalística, farejar melhor uma boa notícia e aprender a apurar as informações, entre esses profissionais, estão Darwin Valente, Célia Sato, Orfeu Albuquerque eEdson Martins. Bons tempos!

Além disso, os cabeças da redação primam até hoje pelo jornalismo à moda antiga, mesmo em meio à evolução (ou regressão) registrada na grande imprensa. Os jornalistas do Diário de Mogiainda priorizam a história bem contada, apurada no contato pessoal entre o repórter e o entrevistado e valorizam os detalhes para dar mais emoção no texto final.

Ou seja, as matérias são feitas com o coração. Por isso, engana-se completamente quem acha que fico ofendido quando sou chamado de profissional das antigas. Sou mesmo e com muito louvor! Pelo menos, eu progredi.

Prova do que falei é essa foto feita em 1999. Devido à dedicação e a vontade de aprender, os editores costumavam me mandar sempre para São Paulo, quando as autoridades iam cobrar benfeitorias do Governo do Estado. A imagem mostra uma reunião em que os deputados e prefeitos do Alto Tietê pediam mais policiamento à Secretaria de Segurança:



Para quem não me viu, estou no lado direito da foto. Na ocasião, estavam ao meu lado outros dois jornalistas. Um deles era Luiz Suzuki, que trabalhava na assessoria de imprensa do então deputado estadual Junji Abe. Já Luciano Batista completava o grupo de profissionais. Ele participava da cobertura jornalística pela Rádio Metropolitana.

De volta ao assunto central, quase todos os editores mencionados ainda permanecem no Diário de Mogi. Somente Orfeu Albuquerque deixou o jornal. O tempo passou e a amizade continua com os demais remanescentes. Afinal, não posso perder o contato com as pessoas que me ensinaram e colaboraram com o meu crescimento pessoal.

E eles também foram responsáveis por lançar grandes talentos, que hoje se destacam na grande imprensa. Nesta relação, destacam-se Haissen Abaki (âncora do Primeira Hora, da Rádio Bandeirantes), Wagner Villaron (Diário de São Paulo e SporTV), Gilberto Nascimento (que teve passagens pela revista IstoÉ, Diário de São Paulo, Correio Braziliense, entre outros) e Leandro Calixto (ex-Diário de São Paulo). Com certeza, mais jornalistas foram revelados.

Fora esse crescimento profissional foi no Diário de Mogi que eu conheci o lado boêmio do jornalismo. Após o fim do expediente, sempre encerrado à noite, alguns jornalistas e profissionais de outras áreas do jornal faziam aquele belo "happy hour" regado com muita cerveja, cachaça, uísque e alimentado com diversos tipos de porções.

Nesses momentos, todos discutiam vários assuntos. O bom papo seguia até altas horas, muitas vezes terminava na madrugada do dia seguinte. Quantas vezes eu voltei com o amanhecer do sol de ônibus e de carros...A foto abaixo registra uma dessas situações, em 2000. Ao meu lado, o então diretor de circulação do jornal, Henrique Abib Nepomuceno:



De volta ao presente, chego à conclusão de que grande parte do aprendizado adquirido no Diário de Mogi foi suficiente para eu sobreviver na grande imprensa. Se não tivesse essa passagem, certamente o sofrimento da correria do dia-a-dia no jornalismo seria muito maior. Ainda bem que consegui honrar as apostas feitas pelo ex-professor da faculdade, Nivaldo Marangoni, e o Leandro Calixto, há 12 anos. Os dois me indicaram à vaga aberta nesse jornal naquela época.

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