quinta-feira, 30 de abril de 2009

Uma bailarina em minha vida

De fato, a fase de recuperação trouxe grandes surpresas. Não imaginava que uma bailarina iria mudar a minha vida durante essa reabilitação demorada, mas bastante eficiente. E realmente deixou marcas muito positivas em mim, com toda a certeza do mundo. Ela me ajudou bastante a resgatar totalmente os movimentos da minha perna esquerda, que ficou atrofiada depois uma imobilização de 20 dias por conta do acidente.

Mas é claro, darei todas as pistas para descrevê-la. Ela é morena, ou ruiva, ou loira? Tem cabelos lisos, compridos ou curtos? Sua beleza encanta os homens? Nada disso, a bailarina a qual me refiro não tem nenhum atributo feminino. Trata-se de um tipo de alongamento passado pelos fisioterapeutas.

O exercício foi prescrito como forma de ganhar, aos poucos, a extensão total da perna esquerda, até então com um encurtamento da musculatura em razão de ter ficado imobilizada. O objetivo é alongar a parte posterior dos membros inferiores. Na linguagem mais prática, a parte de trás delas.

A medida foi necessária porque os profissionais não conseguiam fazer os outros alongamentos devido à intensa dor no joelho esquerdo, comprometido devido a um estiramento ocorrido junto com o deslocamento do fêmur. Com a bailarina, eu mesmo seguia os meus limites.

Por causa disso, eu divido a fisioterapia em duas etapas: antes da bailarina e depois da bailarina. Durante a primeira fase mencionada, a evolução das sessões era muito lenta, pois precisava ganhar a extensão da perna para progredir. Só apenas quando comecei a fazer esse alongamento, consegui os primeiros resultados positivos, como largar as muletas e depois a bengala.

Sem essa bailarina, não iria nem mesmo obter o fortalecimento da perna. Graças a ela, logo começarei a treinar pequenas corridas. Viu só quanta eficiência? Agora é seguir os demais exercícios passados pelos fisioterapeutas, rumo à reabilitação total.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Como auxiliar de cozinha

A recuperação já me propicia alguns avanços no meu dia-a-dia. Ainda bem, pelo menos consegui essa tão aguardada evolução, como ficar em pé, andar sem bengalas dentro de casa e arriscar as caminhadas na rua. Ainda não está no ritmo normal, mas comecei a fazer algumas atividades como forma de não me manter totalmente parado. O jeito foi assumir alguns afazeres domésticos leves, é claro. Desta forma, até coloquei um traje especial para o grandioso momento.

Nos últimos dias, me transformei no ajudante de cozinha do meu pai, o grande responsável por preparar as refeições da casa. Dentro da rotina da casa antes do meu retorno, ele é o que pilota o fogão nos dias de semana porque é o primeiro a chegar após um dia de trabalho. Assim, existe até um cardápio regular, principalmente no jantar.

Para desempenhar a função, até coloquei o meu avental personalizado, que ganhei em 2002 ainda quando morava em São José dos Campos. O mesmo foi feito sob medida pela tia Nice.



Não existe um dia certo para um determinado prato, mas sempre é servido uma boa variedade, bem ao estilo comida caseira. Nesta relação, destacam-se o bolo de carne, frango assado, bife a parmegiana, carne assada com legumes e até peixe.

Com um verdadeiro ajudante de cozinha, lavo a louça, limpo a pia, recolho os pratos na mesa e deixo a cozinha engatilhada para o titular assumir.



Ontem mesmo, resolvi ir mais além. Colaborei com o banquete ao preparar um purê de mandioquinha. Neste caso, a ajuda foi pequena. No entanto, tem um grande significado. Trata-se da primeira vez que eu cozinhei depois do acidente, em novembro.  Antes disso, eu mesmo precisava dar os meus pulos como piloto de fogão, afinal morava sozinho em São Bernardo do Campo e também não tinha a família perto nos tempos de São José dos Campos.

Aos poucos, eu retomo a minha vida normal nos pequenos detalhes. Por esse motivo, comemoro como se fosse uma vitória cada avanço que passa despercebido pelas demais pessoas, pois essas ações são corriqueiras.

terça-feira, 28 de abril de 2009

É a vida

Perdi muitas coisas depois de ter sofrido o acidente de trânsito, bem no começo de novembro passado. A sensação é de que a minha vida teve um freio total, igual à tentativa feita por mim para parar o carro e evitar o desastre. O breque não foi suficiente com o carro, mas estagnou o meu dia-a-dia. Foram baixas pessoais e materiais, consideradas até demais numa só oportunidade. Apesar disso tudo, não reclamo de nada. Pelo contrário, pois recebi o melhor presente de todos.

Por conta desse fato, a perda do meu veículo foi total. A destruição atingiu a dianteira e também o interior do meu automóvel, recém-saído da funilaria. Estava com o veículo há dois dias. O objetivo era deixar tudo em ordem para vendê-lo e tentar adquirir um modelo mais novo. Agora o destino dele será, nada mais nada menos, que uma oficina de desmanche. Consertar todos os danos consumiria grana demais e correria o risco de não ficar do mesmo jeito. Tudo bem.

Mas não foi apenas o carro. No lado pessoal, perdi minha liberdade de morar sozinho, além da possibilidade de me locomover para onde quisesse ir. Com ou sem veículo, eu fazia isso. Como é bom poder agir desta maneira. Uma forma de também sentir saudades da família e visitá-la quando possível. No entanto, dei um ou dois passos para trás. Voltei a morar com os meus pais porque dependia da ajuda deles para tudo. Até na hora de tomar banho. Até hoje, resido com eles. Mas isso eu posso reconquistar logo.

Também tive perdas na minha vida afetiva. Por causa do acidente, o que pensei ser o grande amor da minha vida ficou apenas nas minhas lembranças. Como justificativa, só me resumo às diferenças das relações humanas. Cada um pensa de uma maneira. Alguns acham que devem agir de uma forma, outros pensam de forma divergente. Mas admito, pois tratava da baixa mais inesperada. Amei muito, demais, Deus sabe como. Mas Vinícius de Moraes já dizia "é eterno enquanto dura".

Parece uma história trágica, mas não é. Foi preciso contar tudo isso para justificar que as perdas nada se comparam à maior lembrança dada por Deus. O presente veio lá de cima, com toda certeza do mundo. Eu ganhei uma nova vida. Afinal, quem tem uma oportunidade de nascer de novo e ter a possibilidade de voltar à rotina sem sequelas, mesmo de forma gradativa? Precisei vencer barreiras, sofrimentos, desilusões, dores físicas e outros problemas.

Novamente, repito. A recompensa foi a vida, que dou mais valor desde então. A felicidade é tanta. Comemoro cada passo dado, ainda com dificuldades. Mas isso será passado. Na rua, o sorriso fica estampado no meu rosto. Os demais devem achar que tenho uma ótima situação financeira, sem dívidas e outras coisas mais. O que é isso em comparação com esse renascimento?

A resposta é nada. Quanto a andar de condução - ônibus, trem e táxi - para ir aonde quiser, isso não me desanima mais. Afinal, poderei me empenhar e comprar outro carro no futuro. Só preciso de vida e saúde. Já a perda de um amor, não interpreto como uma baixa porque talvez eu ainda não tenha encontrado a pessoa ideal. Com a vida mais radiante dentro de mim depois do acidente, conseguirei essa outra meta. Sem querer ser redundante e pela última vez, é a vida.

Mais uma triste notícia

De fato, as últimas 12 horas foram suficientes para trazer muitas notícias ruins e tristes, que envolvem jornalistas e profissionais indiretos da área. Essa chegou agora, ao abrir o e-mail de resposta do meu amigo Aurélio (aquele mesmo de São José dos Campos). Ao perguntar sobre notícias da Paulinha Maia, ele me anunciou outra bomba. O repórter fotográfico Ricardo Mega morreu neste sábado.

Ele morava em Florianópolis (SC) desde 2000. Com mais essa triste notícia, fui atrás de mais dados pela internet. De acordo com o Diário Catarinense, Mega faleceu vítima de uma infecção surgida após um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele estava internado há 20 dias. O corpo dele foi cremado nesse domingo em Curitiba (PR).

Além disso, corri atrás de outras informações. Outro colega jornalista na ilha falou que Mega também lutava há dois anos contra um câncer de intestino. Só não se sabe se o AVC tem ligação com o câncer.

Antes de desembarcar na capital catarinense, o fotógrafo trabalhou na regional da Folha de São Paulo em São José dos Campos e no jornal ValeParaibano, na mesma cidade, de onde saiu pouco antes da minha chegada nesse matutino para morar em Florianópolis. Lá, atuou no jornal A Notícia e no próprio Diário Catarinense.

Eu o conheci em setembro de 2001, durante minha primeira viagem a Floripa. Partimos para a cidade bem no dia 11 daquele mês, em meio aos ataques terroristas ao World Trade Center, em Nova York (EUA). Por uma semana, um dos chalés construídos nos fundos da casa dele abrigou o trio em férias, composto por mim, Aurélio e Pedro Ivo Prates. Todos nós trabalhávamos no ValeParaibano.

Fica aqui mais um triste registro aqui nesse blog. Os dados mais precisos estão no http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2488961.xml.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Outra triste notícia

Conversei hoje com uma amiga jornalista e infelizmente recebi outra triste notícia. Se já estava chateado, fiquei mais ainda ao saber que outra colega de profissão está internada. Como é ruim falar disso, mas a assessora de imprensa da Cia. Athletica, Paula Maia, foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto participava de um evento da academia onde trabalhava.

O fato lamentável caiu como uma bomba por aqui. Segundo as informações publicadas no blog da editora de fitness da revista Boa Forma, Christina Biltovoni, o fato aconteceu no dia 27 de março passado. Paulinha, como é conhecida, sofreu um AVC que paralisou o lado direito do corpo e comprometeu a sua fala. Segundo os médicos, ela tinha uma lesão na carótida, uma artéria que passa pelo pescoço e vai até o cérebro.

Desta forma, Paulinha continua internada no Hospital São Luiz, em São Paulo. Infelizmente não sei mais detalhes dela hoje. Conheço ela desde os tempos em que trabalhei no ValeParaibano, em São José dos Campos. Com apenas 34 anos, ela também atuou nesse mesmo jornal antes de mim e depois foi para a sucursal da Gazeta Mercantil no Vale do Paraíba. Com o fechamento desta unidade em razão da crise nesse matutino, se transferiu para a sede, na capital, e mais tarde se tornou assessora de imprensa da Cia. Athletica.

Quanto a mim, fica a torcida pela sua recuperação. E quem quiser saber mais informações sobre o ocorrido, infelizmente vale a pena visitar o blog de Christina Biltovoni e participar da corrente positiva em favor dela. Está no http://boaforma.abril.com.br/blog-desafio-verao/index.shtml?157440_comentarios1.shtml#ancora.

Desta forma, também reproduzo a última foto dela tirada antes de ter sofrido o AVC. Ela aparece à esquerda na imagem. E quem tiver novas informações da Paulinha, por favor fique a vontade de postar algo aqui:



Sobre chorar

Não é nada vergonhoso chorar. Seja num momento de alegria, de tristeza ou de emoção, essa manifestação ajuda uma pessoa a administrar seus sentimentos. Talvez seja a melhor forma de fazer isso pelo ser humano. É a pura verdade.

Agora eu admito. Como eu suportei a pior fase de recuperação após o acidente? Essa prática foi um desses artifícios. Não tenho nenhum preconceito de admitir. Ou seja, tem coração quem consegue chorar.

Mas as explicações não ficarão por minha conta. Desta vez, fiz só uma introdução para quem passa por aqui fazer uma visita ao blog "The Ideas of a Vintage Doll", escrito pela minha priminha. Até parece que é uma criança devido ao meu modo de me referir à Bruna, mas como eu a vi crescer...

Estudante da faculdade jornalismo, ela tem o imenso prazer de admitir que sou o culpado disso. O jeito é conviver com essa cruz. Assim, convido para dar uma chegada ao blog dela. "Sobre chorar" está no http://theideasofavintagedoll.blogspot.com/2009/04/sobre-chorar.html.


Uma triste notícia da UMC

Estava numa felicidade só porque consegui mais materiais produzidos por mim durante os tempos de faculdade. Grande parte dele era o especial feito sobre os Beatles para o sistema de som do campus, a conhecida Rádio UMC. Mas essa alegria deu lugar à tristeza quando soube notícias do operador de áudio do estúdio naquela época. Após a minha singela lembrança aqui nesse espaço, recebi a informação de que Cláudio do Prado havia morrido há alguns anos.

Benedito Cláudio do Prado faleceu numa tentativa de assalto a um estacionamento onde trabalhava, após ter deixado o emprego na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Foi o próprio professor da faculdade, Nivaldo Marangoni, que me disse nesse último contato feito nos últimos dias. O fato me deixou chateado porque ele sempre nos ajudou a colocar o nosso projeto no ar, em 1996.

No entanto, o professor não soube dar mais detalhes sobre o assunto. Fica aqui o meu registro triste no blog, depois de ter publicado os quatro programas aqui. Talvez tenha sido um aviso do Senhor lá em cima para fazer a simples homenagem antes de tomar conhecimento dessa notícia.

Cláudio, onde quer que você esteja, saiba que o projeto UMC em Notícias organizado pelos alunos do terceiro ano da faculdade de jornalismo em 1996 também foi possível graças a sua boa vontade e dedicação com o grupo. Ou seja, seu lugar na equipe foi conquistado por isso. Agora é seguir em frente, pois infelizmente não vivemos apenas de boas notícias nesse mundo.


domingo, 26 de abril de 2009

Mais do que isso

Ultimamente, uso o recurso de ouvir música como forma de pensar ou mesmo tirar conclusões da vida. Coisa de quem está com a mente ociosa. Mas é isso mesmo, pois continuo afastado e em recuperação devido ao acidente. Garanto que nada ocorreria desta maneira durante o batente na redação e atrás das reportagens. Tudo bem, trata-se de uma fase que vai passar.

Assim, o jeito é compartilhar. Nos últimos dias, eu escutei "More than this", regravada em 1997 pela banda 10000 Maniacs. A original é da banda Roxy Music, mas prefiro essa segunda versão. A tradução do título é a frase que dá nome a esse texto.

O conteúdo dela me faz viajar dentro das minhas boas lembranças, questionar e tirar conclusões das minhas atitudes. A sensação, como diz a canção, é "porque o mar durante a maré não tem nenhum modo de voltar".

O jeito é assistir ao clipe. Já gostava dessa música desde a época em que fazia sucesso nas rádios. Para os interessados, o álbum com essa canção, "Love Among the Ruins", é muito bom. Talvez, eu tenha ficado mais tranquilo quando o assunto é música, pois na adolescência só ouvia rock pesado.


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mupy e o Terra TV

Voltava para minha casa. Em vez de ir direto a esse destino, fiz uma pequena parada no meio do caminho devido a um anúncio na porta de uma pequena loja de alimentos existente no centro de Suzano. Era a publicidade sobre aquele leite a base de soja chamado Mupy. Aqui, o produto é muito vendido. Alguém conhece a bebida, principalmente a existente na embalagem tradicional que é em saquinho plástico? Pode parecer estranho, mas o fato me fez lembrar da antiga equipe do Terra TV, onde trabalhei por cinco meses.

Mesmo esquisita num primeiro momento. a associação que fiz tem sentido. Uma das jornalistas desse grupo é a filha do proprietário da empresa fabricante da bebida. E as minhas recordações foram mais além. Entre outubro e novembro de 2006 (não sei o mês exato), a Fabi distribuiu o produto para toda a equipe do antigo Jornal do Terra, antes veiculado ao vivo pela internet. Os beneficiados foram desde um simples mortal no grupo, como eu, até o editor-chefe do núcleo, José Roberto de Toledo.

Por esse motivo, as brincadeiras não poderiam faltar. Vieram muitas ideias, uma delas a sugestão dela montar uma mega assessoria de imprensa para o produto. E, desta forma, ela levaria todos para trabalhar no local. Os risos foram inevitáveis. Bons tempos!

Momentos descontraídos a parte, essa equipe do núcleo de TV do Terra não era o atacante Ronaldo, mas foi fenomenal naquela época. O grupo era composto com uma mescla de profissionais altamente experientes e competentes com jornalistas bem mais novos no ramo, mas com muita vontade de trabalhar. Nesse ambiente, eu era o para-quedista, porque não sei em qual situação me encaixaria. Não tinha tanta vivência dos mais velhos, mas também não estava entre os jovens.

Aprendi demais com esse pessoal. Tive a oportunidade de absorver conhecimentos com um ex-correspondente internacional e um ex-repórter especial, ambos vindos da Folha de São Paulo (pela ordem, Jaime Spitzcovsky e o Toledo), um antigo editor da Rede Globo e hoje consultor de qualidade da TV Record (Octávio Tostes), além de dois excelentes âncoras (Caio Camargo e Maria Lins).

Ainda tinham outros jornalistas promissores no grupo: Fabiano Falsi, Helena Fruet, Tiago Mali, Larissa Domingos, Anapaula Ziglio, Lara Hassum e a Fabi (Fabiana Unichaka). De longe, foi a melhor equipe que trabalhei graças ao profissionalismo e dedicação de todos durante as eleições presidencial e para governadores, em 2006.

Para encerrar aquele ano, houve grande uma confraternização junto com a equipe de esportes do Terra TV e outros amigos jornalistas. Por isso, fizemos a tradicional pose para a foto:



Eu devo muito a essa equipe dentro da minha carreira de 15 anos. Por conta do nosso esforço, consegui até ficar com um visual mais sério, num esforço de passar credibilidade na hora de dar notícias. Será que consegui? É só avaliar:



Depois dessas saudosas lembranças, eu voltei àquele momento na loja. Como eu gosto de beber Mupy desde criança, levei 12 unidades em saquinhos. O objetivo era consumir no café da manhã e, às vezes, durante a tarde. Fabi, eu tenho um aviso. Se depender da colônia japonesa em Suzano, a fábrica se expandirá ainda mais e será suficiente para montar aquela assessoria de imprensa para a bebida, viu. Se isso acontecer, quero uma vaga.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Passeio no YouTube

Dei uma passada na página do YouTube para me distrair com os vídeos existentes. Além disso, aproveitei para colocar aquele trabalho da faculdade sobre o estacionamento proibido nas proximidades da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Aproveitei e assisti a alguns clipes de diversos cantores e bandas, tanto brasileiras quanto estrangeiras.

Uma dessas incursões me chamou a atenção. Fazia muito tempo que não via (e ouvia) as músicas do Skank. Nossa, como estou isolado no mundo restrito somente ao ambiente de casa, a fisioterapia e vice-versa. Mas a iniciativa ainda me traz excelentes evoluções. Tudo leva a crer que voltarei ao batente no próximo mês.

Por isso, resolvi postar o vídeo. A música a seguir reflete fielmente parte dessa minha etapa de recomeço. Na verdade, está no caminho contrário do meu principal objetivo porque me leva a um retrocesso, ao passado bem recente. Tudo bem, apenas relembra porque a ideia agora é não mais olhar para trás. Quero apenas seguir em frente. Como um grande amigo me disse, "perde-se hoje, mas ganha-se amanhã".

Já havia notado muita coisa antes do acidente, que é descrito nessa música. Vale a pena ver. É coisa produzida, nada dos escabrosos trabalhos dos meus tempos de faculdade.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Beatles na faculdade - parte 4

Finalmente, terminei esse percurso em quatro partes. Desta vez, encerro o ciclo dos programas que fizemos nos tempos de faculdade de jornalismo em homenagem aos Beatles. Talvez, o meu pai tenha orgulho de mim, afinal ele é muito fã dessa banda inglesa. Eu gosto bastante de várias músicas do grupo. Foi um bom laboratório para praticar o ofício e atuar de forma bem firme na Rádio Metropolitana naquele ano.

Na verdade, o período em que apresentei o UMC em Notícias no sistema de som do campus 1 da Universidade de Mogi das Cruzes foi um complemento porque simultaneamente trabalhava como repórter de rádio. A experiência universitária me deu noção de como me portar no estúdio, pois até então minha vivência era na rua, atrás de reportagens e transmissões ao vivo dos acontecimentos.

Além disso, esse encerramento também aguçou minha memória. Até então, eu me esquecia de uma pessoa-chave nesse projeto de colocar o programa no ar. Seria uma verdadeira injustiça minha. Além dos alunos daquele terceiro ano do curso, que se revezavam nos microfones, participou ativamente desta iniciativa o operador de som Cláudio do Prado. Ele era o responsável pelo estúdio, antes situado no terceiro andar do prédio três daquele campus.

Tudo bem, os equipamentos eram muito precários e o espaço do estúdio deixava muito a desejar. Apesar desses percalços, o Cláudio nunca se recusou a nos colocar no ar. Pelo contrário. Ele até gostava daquela agitação, como a participação dos estudantes. Ele não tinha obrigação e podia recusar o nosso pedido porque aquilo tudo não estava na programação do curso de jornalismo. Ou seja, seria mais serviço.

Após a conclusão da faculdade, eu perdi o contato com o Cláudio. Soube que há muito tempo ele não trabalha mais na UMC. Eu obtive as últimas notícias dele pelo Orkut, mas hoje não está mais entre os meus amigos dessa minha página.

Assim, encerro agora a série de quatro programas sobre os Beatles, apresentados no final de junho de 1996. Ficarei muito feliz se você escutar apenas um trecho dele. Essa memória só foi possível graças aos cuidados do José de Almeida Jr de gravar e guardar nossas incursões na faculdade. Como homenagem aos participantes, o final será com uma ficha técnica com todos nesse projeto.



UMC em Notícias

Ano: primeiro semestre de 1996

Apresentadores titulares: Eric Fujita e Fernando Hessel

Apresentadores eventuais: Daniella Sinotti, José de Almeida Jr e Mária Cláudia Araújo

Trabalhos técnicos: Cláudio do Prado

Coordenação: professores Nivaldo Marangoni e Geraldo Rodrigues

domingo, 19 de abril de 2009

Beatles na faculdade - parte 3

Promessa cumprida. A cada dia que passa, eu publico um dos quatro programas do especial dos Beatles, produzido e apresentado por mim no sistema de auto-falante do campus 1 da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Na verdade, as caixas de som eram conhecidas como Rádio UMC. Passado todo esse tempo, ainda fica uma pergunta na minha cabeça: alguém ouvia o programa UMC em Notícias?

Em meio ao assunto, vieram mais recordações desse tempo. Quando começamos o projeto de apresentar notícias no estúdio, o então professor auxiliar Geraldo Rodrigues fez um curioso retrospecto. Disse que todos os alunos com essa iniciativa, de falar nos microfones aos demais estudantes, tinham conseguido uma boa colocação no mercado de trabalho.

Como exemplo disso, ele citou o jornalista César Galvão. Formado em jornalismo pela UMC, hoje ele é repórter da Rede Globo. Vez ou outra, eu já cruzei com ele em grandes coberturas, como as eleições presidenciais, em 2006, e no caso em que a jovem Eloá Pimentel foi assassinada por Lindemberg Alves, em outubro do ano passado em Santo André.

Mas naquela época (1996), ele se destacava na profissão. Era repórter da rádio CBN. Desta forma, o professor falou que esse jornalista lia o noticiário do dia no sistema de som da UMC muito antes da nossa passagem pela faculdade. Talvez eu tenha conseguido manter a tradição.

Como promessa é dívida, a seguir o terceiro programa do especial dos Beatles, apresentado em 1996 junto com José de Almeida Jr, o arquivo ambulante da turma. Vale a pena ouvir pelo menos um trecho.


sábado, 18 de abril de 2009

Beatles na faculdade - parte 2

Nossa! Como editar imagens fica difícil para quem não domina muito essa arte. Demorei o maior tempo porque queria deixar o material sobre os Beatles visualmente mais bonito para quem resolver conferir esse conteúdo dos tempos de faculdade, mais precisamente quase 13 anos atrás. O tempo passa muito rápido. Parece que fiz tudo isso ontem.

Pelo menos, as recordações servem para contar história. Se um dia tiver filhos ou até netos (isso está tão longe de acontecer), conto com um bom repertório. Deve ser legal fazer isso. Ou não. Um exemplo disso é a Bruna, a prima de segundo grau, que resolveu estudar jornalismo. Foi influenciada por essas experiências relatadas durante o final da infância e adolescência dela.

De volta ao objetivo principal, continuarei com a trajetória dos quatro programas especiais sobre os Beatles, veiculado no UMC em Notícias, no final de junho de 1996. Essa é a segunda parte de todo o material guardado cuidadosamente pelo nosso arquivo ambulante José de Almeida Jr. Se eu tivesse um jornal ou fosse editor-chefe de uma publicação ou de emissora de rádio ou TV, com certeza o contrataria para trabalhar no centro de documentação.

A seguir, o segundo programa desse especial. Confira pelo menos um trecho dele, não precisa ser tudo. Já estamos na metade do percurso.

Beatles na faculdade - parte 1

Por falar em faculdade de jornalismo, cheguei à conclusão de que tenho boas histórias durante o tempo de estudo nesse curso. Antes, meu objetivo era frequentar as aulas somente para obter o diploma e, desta forma, ter o tão sonhado documento formal para poder trabalhar na área sem o fantasma da irregularidade me assombrar. Apesar dessa meta inicial, eu até tinha iniciativa na hora de desenvolver as atividades nesse ambiente de estudo.

Uma dessas atitudes era apresentar um programa diário de rádio na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) durante o intervalo. Como já atuava na Rádio Metropolitana da cidade, aproveitava para falar nos microfones do sistema de auto-falantes do campus 1. O estúdio existente era precário, mas achava desperdício o local ficar totalmente parado. 

Desta forma, decidi agitar o ambiente usado para as aulas práticas e desenvolver um projeto, no entanto não valia nota com os professores. Por outro lado, foi uma maneira para o pessoal ter o primeiro contato com ações práticas na profissão.

O UMC em Notícias começou com os alunos que estudavam no terceiro ano da faculdade do período diurno, em 1996.  Inicialmente, a iniciativa se iniciou com três estudantes da turma: eu, Fernando Hessel e Daniella Sinotti. Os três faziam um jornal de rádio, com as notícias da manhã, tiradas dos jornais do dia. Atualmente, nós continuamos na área. O Fernando é diretor-geral da Rede Bandeirantes em Tocantins e a Daniella é assessora de imprensa do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Bahia.

Depois, outras pessoas do grupo aderiram à ideia e se revezavam nos microfones. Vieram Maria Cláudia Araújo e, é claro, o parceiro José de Almeida Jr, o arquivo ambulante. Afinal de contas, ele é o motivo de escrever novamente aqui sobre esses tempos de faculdade, por ter arrumado um monte de material dessa época.

Assim, o projeto deu tão certo que o programa resistiu durante todo o primeiro semestre. No final de junho, resolvemos fazer um especial com conteúdo musical. A proposta foi feita pelo Zé, que sempre se dedicou em conhecer melhor a música. Surgiu a ideia de fazer um programa sobre os Beatles.

A iniciativa não só empolgou como precisamos dividi-la em quatro programas, que duraram entre 21 e 26 minutos cada. No entanto, a nossa falta de experiência na ocasião nos levou a priorizar mais o conteúdo falado em vez das músicas da banda.Se fosse hoje, com certeza eu teria produzido de uma forma mais enxuta ou mais musical. Mas valeu a pena.

Infelizmente, não pudemos dar continuidade ao UMC em Notícias no segundo semestre. O motivo foi a prioridade do uso do estúdio para os alunos do quarto ano, que eram os formandos. O nosso êxito foi tanto. Eles aproveitaram praticamente todo o formato usado pelo nosso grupo.

A seguir, coloco aqui o primeiro programa do especial dos Beatles feito em 1996. Já alerto que está muito extenso. Mas você pode conferir ou escolher pelo menos um trecho desses bons tempos. Nos próximos dias, eu irei postar as outras três partes restantes dessa empreitada.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

Agora são dois meses

Dois dias após eu ter ficado mais velho e atingido a idade de Jesus Cristo quando morreu, chegou mais uma comemoração, mesmo que seja de forma tímida. Mesmo com a normalidade do dia-a-dia, não podemos esquecer da minha sobrinha, a Rafaela. Ontem, ela completou dois meses de vida.

Bom, como um verdadeiro tio coruja, posso falar que a menina está simplesmente linda. Com todas as justificativas do mundo, ela roubou a cena durante a reunião familiar para comemorar o meu aniversário por ser a única bebê da família. É uma verdadeira fofura.

Por outro lado, eu também tinha outro motivo para festejar, pois eu nasci de novo após o acidente. Caso contrário, nem estaria aqui agora. Ainda bem!

Em homenagem à Rafaela, tenho aqui mais uma bela foto dela feita na sua última visita na casa dos avós. A bebê fica muito a vontade na frente das lentes:



Viu só como estava correto? E olha que eu tento ser imparcial. Mas tem como eu ser assim e não ficar muito coruja? Parabéns sobrinha e não se esqueça que o tio aqui está atento a todos os acontecimentos...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mais reportagem da faculdade

As lembranças dos tempos de faculdade chegam cada vez mais facilmente aqui para mim. Depois daquela primeira reportagem de TV para a faculdade, cujo projeto foi abandonado no meio do caminho mas completei 12 anos depois, recebi um outro material desse período tão precioso. Nem eu mesmo me lembrava disso. Desta vez, o conteúdo fala sobre o desrespeito dos estudantes ao estacionar seus veículos para estudar no campus 1 da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

Como sempre, o responsável por recuperar o material foi o ex-companheiro de classe José de Almeida Jr. Ele é um verdadeiro arquivo ambulante. Impressionante. Virou um verdadeiro salvador da pátria quando o assunto é a nossa história na faculdade de jornalismo.

Ao contrário da primeira reportagem de TV, esse material está mais completo e editado. Tem os elementos necessário de um formato de matéria para um telejornal: as imagens, o off - que é o texto sobre o assunto narrado pelo repórter -, as sonoras com os entrevistados e a passagem (intervenção onde o repórter aparece na tela como se fosse a sua assinatura). Tudo isso editado de forma bem básica.

Elaborado em novembro de 1996 como um trabalho de curso, esse projeto também apresenta muitas falhas e está longe de ser uma reportagem profissional. As filmagens foram feitas por uma câmera VHS, considerada amadora porém era o modelo disponível na faculdade. Por isso, a qualidade também é ruim. Novamente, a participação na tela de quem vos escreve é terrível por aparecer contra o sol. Assim, os meus olhos já pequenos ficaram menores ainda.

Fora isso, a edição ficou com uma qualidade duvidosa devido aos equipamentos serem de péssima qualidade nos estúdios da faculdade. Para piorar isso tudo, um dos produtores que ajudou no projeto coletou algumas das entrevistas, no entanto esqueceu de pegar o nome dos seus personagens. Desta forma, resolvemos deixar de identificar todos os que participaram da matéria. Quanto amadorismo! Se esses equívocos ocorressem numa emissora de fato, certamente todos nós seríamos demitidos. E com razão.

Novamente, o projeto é assinado pelo mesmo trio da faculdade: Eric Fujita (reportagem e edição), José de Almeida Jr. (produção e edição) e Régis Camilo (imagens e produção). Vale a pena conferir, só para ver o que a gente aprontava no curso. Só não me lembro da nota. Ainda bem.



quarta-feira, 15 de abril de 2009

A novidade do aniversário

Meu aniversário passou. Como estou encostado pelo INSS devido ao acidente, consegui passar a data junto com a minha família depois de anos porque o dever da profissão me obriga a sair tarde do serviço. Tudo bem, afinal eu escolhi a profissão. Além de conseguir essa façanha, houve uma grande novidade durante a reunião familiar. O encontro contou com o reforço da Rafaela, a ilustre sobrinha e mais nova componente do grupo.

Como previsto, eu deixei de ser o centro das atenções mesmo na condição de aniversariante. Obviamente, a linda bebê roubou a cena devido à graça de uma pequena criança, pois é muito mais bonitinha (longe de ser a feia arrumadinha, viu) e muito mais fácil de ser paparicada, se comparado com o feio aqui. Ainda bem, fiquei contente com essa troca. Além disso, ela estava acordada e de muito bom humor, o que facilita para brincar.

Assim, todos queriam pegá-la no colo. A lista era bem grande: a avó, a bisavó, a tia avó, o tio avô e o tio coruja aqui também. Quem achou que iria deixar essa situação passar em branco? Aproveitei para brincar com ela.

Na condição de aniversariante, aproveitei e pedi para o pai babão tirar uma foto minha com a linda sobrinha. A imagem não ficou boa porque a Rafaela teve a infelicidade de ter um tio coruja tão feioso:



Não contente, assumi novamente a câmera (digo telefone celular) e tirei uma nova pose. Às vezes, acho que ela já aprendeu a lidar bem com as lentes:



Por essa e outras façanhas depois de muito tempo, valeu ter passado o aniversário de forma mais familiar. Em vez dos lamentos e de algumas mágoas, eu só tenho motivos para ficar feliz. Nasci de novo após o acidente, consigo andar mesmo com dificuldade, a recuperação está dentro do previsto e não ficarei com sequelas. Para completar, ainda tenho pessoas que me querem bem. Então, por que reclamar? E as novas imagens da Rafaela estão no espaço criado especialmente para ela nesse blog.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Um aniversário inusitado

Mais um aniversário chegou. Na verdade, não se tenho motivos para comemorar, afinal vou ficar mais velho. Ou será que há justificativas para isso? Pois trata-se de um ano a mais de experiência, seja no aspecto pessoal ou no âmbito profissional ou também no lado afetivo. Não ficará a meu cargo responder esse tradicional dilema. Então, o jeito é contar história. Desta vez, o assunto será mostrar como passei uma das minhas 33 primaveras, sempre no dia 14 de abril, claro. Atingi a idade de Cristo quando morreu.

Agora, escolherei qual ano entre o período de 1976 a 2009 para detalhar uma dessas comemorações. Em meio a todo esse espaço de tempo, já festejei essa importante data no boteco, nos bares mais sofisticados, no quintal de casa junto com os amigos para comer pizza em plena Sexta-Feira Santa, na balada junto com um monte de amigas e até mesmo no motel com namoradas. Neste último caso, foram duas oportunidades já na fase adulta, evidentemente. Nos tempos de criança, fiz isso com uma bicicleta nova, uma Calói 10, que ganhei em 1989. Bons tempos.

No entanto, esse não foi o ano escolhido por mim para essa história. A seleção foi feita cuidadosamente por ter passado um aniversário de forma inusitada, bem no estilo jornalístico. Dentro daquele tradicional clichê de que um profissional desta área não tem feriado, folga e muito menos como programar a vida. Bom, vamos voltar no tempo, mais precisamente 12 anos atrás. 

Segunda-feira, 14 de abril de 1997. Saí bem cedo de casa, em Suzano, para ir à faculdade de jornalismo na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Era o último dos meus quatro anos desse curso. Fui à aula de manhã e depois parti mais cedo em direção à Rádio Metropolitana, onde trabalhei entre 1994 e o ano dessa história. Abandonei antes do previsto o meu posto de estudante para assumir a minha função de repórter da emissora devido à importância dos fatos. Naquela ocasião, estava em andamento mais uma rebelião na Cadeia Pública daquela cidade.

Como era repórter de polícia da rádio, já sabia sobre o motim. Como manda o figurino, telefonei para Nilsa Santos, a chefe do Jornalismo da emissora naquela época, para saber se era necessária a minha presença. Imediatamente, ela disse que deveria acompanhar a rebelião. Assim, parti imediatamente ao local dos fatos. A vontade de cumprir o dever me fez esquecer de um simples detalhe: era meu aniversário de 21 anos.

Desta forma cheguei à frente da cadeia no final da manhã. O tempo passava e nada da revolta dos presos terminar. Os detentos exigiam a remoção de grande parte deles do local, que abrigava mais de 340 pessoas num espaço destinado para aproximadamente 60. De quebra, entrava na programação ao vivo e informava a situação de momento. Também aproveitava para dar as minhas inserções nas emissoras de São Paulo. A Rádio Capital sempre me acionava quando ocorria algum caso grave na região.

Por outro lado, a coitada da minha mãe preparava uma comemoração em família, com direito a lanches, guloseimas e bolo de aniversário. Isso deveria acontecer à noite, conforme programado. Deu tudo errado, devido à revolta dos presos. A tensão e o impasse nas negociações não avançavam. Desta forma, os repórteres da região e da capital continuavam na porta da cadeia. Inclusive o aniversariante do dia.

Como contornar esse imbróglio familiar? Como um celular ainda era artigo de luxo naquela época, telefonei para minha mãe do orelhão e a cobrar. Falei que ainda estava enrolado na cobertura da rebelião. Para não matar os meus tios, irmão, a avó e o pai de fome, pedi para servir o banquete. Enquanto isso, passava fome porque não podia abandonar o meu posto.

Como forma de lembrar de mim e do meu aniversário, os locutores que passaram pelos microfones do estúdio durante o motim sempre mandavam elogios e me desejavam felicidades pela data. Até os policiais no local vinham me cumprimentar. Mas a grande notícia chegou após a chefe me dispensar das funções porque percebeu que o motim não iria acabar naquela noite. Fui embora por volta das 22h30. Corri para o ponto e entrei no primeiro ônibus em direção a Suzano. Ou seja, passei o aniversário todo na frente de um presídio.

Cheguei na casa da minha mãe depois das 23 horas. Os tios ainda me aguardavam, me desejaram parabéns e logo foram embora. Conclusão, peguei bem o final de festa. E o que é pior, o fim da minha própria festa. Comi com tanto gosto os lanches e aperitivos. Não tinha nem almoçado em razão do trabalho. Nunca imaginei pegar os restos da minha própria comemoração de aniversário. 

Apesar da minha decepção de não ter chegado a tempo, as palavras da minha mãe serviram de conforto no final. Ela falou que o importante foi ter cumprido a missão do dia, mesmo no meu aniversário. A sensação de desconforto deu lugar ao clima de satisfação por não ter desanimado na cobertura jornalística em frente à cadeia. Mesmo bastante cansado, dormi com a consciência tranquila, por ter agido como deveria.

De volta ao presente, eu confesso. Mesmo sem festejar direito aquele aniversário, eu faria tudo de novo com toda a certeza do mundo. Afinal, são essas experiências que me fizeram amadurecer na profissão e enriquecer a minha carreira de 15 anos no jornalismo. O presente daquele ano foi justamente dar mais experiência para me transformar no que sou hoje. O lado ruim é que fica difícil marcar algo com uma rotina igual a essa. Preciso me conformar, pois escolhi essa área para trabalhar. A curiosidade me aguça cada vez mais a vontade de saber como serão os próximos aniversários.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Direto de Portugal

Recebi há pouco um e-mail na minha caixa de correio. Na verdade, era um aviso de comentário para ser postado nesse nobre blog. Ao ver a autoria das cordiais palavras, percebi que as mesmas vieram de longe. A origem foi do outro lado do Oceano Atlântico, diretamente das terras do nosso descobridor Pedro Álvares Cabral, como o próprio autor me disse. No entanto, elas não vieram de caravela, como aconteceu há 508 anos (quase 509 anos), quando esse personagem da nossa história desembarcou pela primeira vez no Brasil. Chegaram pela internet, dentro da sua missão de globalizar as nações. Como esse espaço fica cada vez mais internacional.

Por isso, decidi destacar essa inesperada iniciativa. Desta vez, o contato veio de Cláudio Carril, um ex-companheiro de classe. Estudamos juntos a terceira série do antigo segundo grau (hoje ensino médio), na Escola Estadual Justiniano, aqui em Suzano. Isso aconteceu há 16 anos, direto do túnel do tempo. Atualmente, ele vive em Portugal, onde se formou em medicina. Foi uma mistura de surpresa e, ao mesmo tempo, alegria.

Bom parceiro desse tempo de escola, o Cláudio também era um excelente aluno. Além das boas notas, ele também se destacava pelo bom gosto musical. Em muitas ocasiões, forneci antigas fitas cassetes para ele gravar as músicas dos grupos de rock que faziam sucesso naquela época. Nessa relação, estão o Pearl Jam, Alice in Chains, Metallica, entre outros.

Além disso, me lembrei de uma outra passagem. Meses após a conclusão do antigo segundo grau, ele foi o nosso motorista rumo à festa de formatura da escola, no início de 1994. Não participamos como formandos, mas fomos como convidados. Além dele, outro colega de classe, o João Victor, também foi ao grandioso evento, que aconteceu no salão de festas da Associação Desportiva da Polícia Militar (ADPM), em São Paulo. Foi a última vez que tive um contato mais próximo com o Cláudio. Depois, cada um seguiu o seu caminho.

Como é bom encontrar os amigos desta forma, depois de tanto tempo! A internet é muito boa porque permite isso, quando a banda larga funciona legal. Aproveitei também para ver o blog dele na internet. Muito legal a última postagem sobre o documentário Sicko, de Michael Moore. Além disso, aproveitei para percorrer os outros textos. Bem variado, com diferentes temas, desde um simples comentário sobre um filme, até assuntos do cotidiano português. Vale a pena conferir.

Quem se interessar, aproveite para ver "O Mundo é um Catso". O endereço é o www.mundocatso.blogspot.com . E, mais uma vez, fica o meu muito obrigado ao Cláudio Carril. Vamos ver se a gente continua com esse contato.

sábado, 11 de abril de 2009

Eu sei cozinhar

Aproveitei para navegar novamente pela internet. Desta vez, fiz isso por meio de uma indicação que recebi no meu e-mail. Como um bom curioso, acessei o blog do jornalista e roteirista Marcio Allemand, com quem trabalhei há mais de quatro anos, na minha campanha eleitoral para prefeito de Mogi das Cruzes. O candidato perdeu, mas a amizade ficou, mesmo com essa distância, exatamente à da ponte aérea SP-Rio.

Típico carioca, o Marcio foi o coordenador do conteúdo da campanha em que atuei por quatro meses, durante minha primeira experiência em marketing político, numa das cidades onde comecei a minha carreira. Essa vivência me ensinou muita coisa, como me portar em reportagens para TV e como os estrategistas políticos pensam, tanto numa disputa quanto na forma de agir perante os eleitores. Tudo isso me ajudou principalmente para não cair nas armadilhas em meio às coberturas jornalísticas. Assim, consigo migrar para os dois lados do balcão.

Com o indicativo dele recebido no meu e-mail, abri o blog "Eu Sei Cozinhar". Muito interessante. Além das receitas, ele conta algumas histórias e também publica poesias. Ou seja, reúne todos os ingredientes que mais gosto nessa vida. Gosto de arriscar meus palpites ao pilotar um fogão (as minhas ex-namoradas que digam), curto ler ou ouvir uma boa história e adoro escrever textos em versos desde a adolescência.

Por isso, indico com muita ênfase. Vale a pena dar uma passada no blog "Eu Sei Cozinhar". Ficou muito legal. Além disso, aproveitei para acrescentar o endereço na lista que mantenho nesse espaço. Quem quiser conferir, é só acessar o http://www.euseicozinhar.blogspot.com.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Igual ao coelho da Mônica

Antes, esse bicho de pelúcia era exclusividade de uma personagem conhecida em todo o país através dos gibis publicados por muitos anos. Somente a Mônica tinha o coelho Sansão, que se tornou o alvo principal do Cebolinha, do Cascão e de outros coleguinhas de publicação para ser sequestrado ou ter as orelhas amarradas com um nó. Se depender dos planos infalíveis do grupo, todos esses aventureiros precisariam sair dos quadrinhos e articular um esquema tático de olho numa nova vítima: a Rafaela.

Isso mesmo. Se eles decidirem sair hoje dos gibis e ficarem no mundo real, poderiam facilmente roubar o coelho da minha sobrinha. Talvez seria muito mais fácil em relação às tentativas frustradas de levar esse animal de pelúcia da sua dona. Isso é possível porque aproveitei a época de Sexta-Feira Santa e a Páscoa para presentear a Rafaela com um bichinho igual ao da Mônica.

Que esse grande ícone dos quadrinhos brasileiros não fique com ciúme, mas a querida sobrinha tem agora um coelho Sansão. Até que ela se adaptou rápido com a presença  do seu novo companheiro. Ainda bem, pois ele é bem maior que a bebê:



Quem ainda não viu fotos, poderá notar que essas e as outras imagens sobre a Rafaela estão no espaço dedicado especialmente para ela no blog. Fica do lado esquerdo da página. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Na coluna social

Havia prometido mostrar algumas fotos antigas, tiradas ao longo dos 15 anos de profissão. Bom, vou manter essa garantia pela metade porque a imagem a seguir é recente. No entanto, manterei parte da minha palavra já que a ocasião se transformou numa consequência da minha carreira profissional. E também conta um trecho dessa trajetória no jornalismo.  

Tudo isso aconteceu durante o lançamento do Livro "Memórias de Suzano", lançado pelos jornalistas do Grupo Mogi News, por onde passei entre o final de 2003 e começo de 2005. Por esse motivo, fiz questão de comparecer ao evento, apesar das limitações em virtude da minha recuperação. Devido à presença na ocasião, saí na coluna social no jornal Diário do Alto Tietê, um dos produtos da empresa.

Em meio a todo esse tempo, isso nunca havia ocorrido comigo. Assinada pelo colunista Osny Garcez - pessoa bem conhecida em Suzano e região -, o espaço social traz uma foto bastante interessante. Ilustra uma mescla de jornalistas mais antigos do Alto Tietê e os novos talentos que surgiram nos últimos anos. Ainda bem, pois é necessária uma reciclagem de profissionais no ramo.

Sem ofensas ao autor, a importância da imagem vai muito mais além de ter saído na coluna social. Na verdade, reúne os amigos que fiz na área, numa região em que nasci, fui criado e onde tudo começou. O clique é de Amilson Ribeiro:



Entre as pessoas na foto, estão os companheiros de redação de longa data. Uma delas é o Bras Santos, que está no canto esquerdo. Nos conhecemos há 11 anos quando trabalhamos no Diário de Mogi. Fora do trabalho, nós costumávamos prolongar o expediente nos bares próximos, sempre regado com muita cerveja ou chope. O happy hour durava até altas horas. Mais tarde, nos encontramos novamente já no Mogi News.

Fora isso, tem o Márcio Siqueira, o editor-chefe do Mogi News e do Diário do Alto Tietê. Ele está bem no centro da imagem (e ao meu lado). Bom companheiro de trabalho quando também fui um dos editores junto com ele, afinal ele segurou muitos rojões e apoiou algumas das minhas convicções que, em certas ocasiões, não andavam junto com o praticado no jornal.

Talvez, essas ações tenham contribuído para melhorar a qualidade do matutino. Pelo menos, tentei fazer o melhor. A amizade se consolidou depois de muito tempo. Antes disso, a gente se cruzava na Rádio Metropolitana, mas não tínhamos tanto contato como foi no Mogi News.

E como deixar de fora os já citados Marco Aurélio Sobreiro e Paulo Martins? Bem, eu já havia contado que os conheci naquela turma de 1994 do Diário de Suzano. Com o primeiro mencionado, eu não tive mais a honra de trabalhar junto com ele desde então. Mas eu tenho histórias desse período. Nós saíamos muito tarde, passávamos na lanchonete que o meu pai tinha no caminho para buscar a kombi e dar uma carona até a casa dele. Nossa, me recordei disso agora.

Além do Diário de Suzano, voltei a ser companheiro de redação do Paulo Martins dez anos mais tarde, já no Mogi News. Além dos longos fechamentos, ele era o meu parceiro no retorno à Suzano. A carona solidária que dava ao amigo também era necessária porque não havia mais ônibus para voltar no nosso horário de saída.

Agora, vamos à ala feminina na imagem. No canto direito, aparece a Miliane Moraes, que começou no ramo quando o Mogi News iniciou seu projeto de se tornar jornal diário, em 1997. Cresceu com a empresa e hoje é uma das editoras do Diário do Alto Tietê. E a representante dos novos talentos na foto é a Ludmila Santos. Ela surgiu na profissão há poucos anos. Eu me lembro dela ainda no jornal A Semana.

Recordações a parte, agradeço muito ao Osny Garcez por lembrar das pessoas que sempre são responsáveis pela notícia mas dificilmente são estampadas nas páginas, pelo menos em jornal. Além do momento de descontração, a iniciativa se transformou numa homenagem àqueles que batalham pela boa informação. E estar nesse grupo é uma verdadeira honra porque todos com certeza deram suas contribuições no meu crescimento profissional.

Quanto à minha presença no lançamento, isso prova que aos poucos minha vida volta ao normal após o acidente. Tudo bem, ainda enfrento dificuldades físicas. Mas não foi nenhum sacrifício. Pelo contrário, afinal o livro está muito bem feito. Aos autores Simone Leone (coordenadora do projeto), Carla Fiamini, Douglas Pires e Gisleine Zarbietti, só tenho uma frase: Meus parabéns.

sábado, 4 de abril de 2009

Jornalismo à moda antiga

Como promessa é dívida, hoje eu continuarei com a missão de mostrar algumas imagens feitas ao longo dos meus 15 anos de profissão. Quanto mais eu mexo nelas, penso na necessidade de me conformar com o tempo e deixar a idade passar lentamente. Dentro da minha proposta, mostrarei algumas fotos quando trabalhava no jornal O Diário de Mogi. Lá, fiz muitas reportagens entre os anos de 1997 e 2000.

Naquela ocasião, o jornal era considerado uma verdadeira escola de jornalismo na região. Por isso, eu não sosseguei até conseguir uma vaga na redação desse matutino. E as referências tinham todo o sentido. Durante o período, convivi com editores que me ensinaram muito, como o aprimoramento na escrita jornalística, farejar melhor uma boa notícia e aprender a apurar as informações, entre esses profissionais, estão Darwin Valente, Célia Sato, Orfeu Albuquerque eEdson Martins. Bons tempos!

Além disso, os cabeças da redação primam até hoje pelo jornalismo à moda antiga, mesmo em meio à evolução (ou regressão) registrada na grande imprensa. Os jornalistas do Diário de Mogiainda priorizam a história bem contada, apurada no contato pessoal entre o repórter e o entrevistado e valorizam os detalhes para dar mais emoção no texto final.

Ou seja, as matérias são feitas com o coração. Por isso, engana-se completamente quem acha que fico ofendido quando sou chamado de profissional das antigas. Sou mesmo e com muito louvor! Pelo menos, eu progredi.

Prova do que falei é essa foto feita em 1999. Devido à dedicação e a vontade de aprender, os editores costumavam me mandar sempre para São Paulo, quando as autoridades iam cobrar benfeitorias do Governo do Estado. A imagem mostra uma reunião em que os deputados e prefeitos do Alto Tietê pediam mais policiamento à Secretaria de Segurança:



Para quem não me viu, estou no lado direito da foto. Na ocasião, estavam ao meu lado outros dois jornalistas. Um deles era Luiz Suzuki, que trabalhava na assessoria de imprensa do então deputado estadual Junji Abe. Já Luciano Batista completava o grupo de profissionais. Ele participava da cobertura jornalística pela Rádio Metropolitana.

De volta ao assunto central, quase todos os editores mencionados ainda permanecem no Diário de Mogi. Somente Orfeu Albuquerque deixou o jornal. O tempo passou e a amizade continua com os demais remanescentes. Afinal, não posso perder o contato com as pessoas que me ensinaram e colaboraram com o meu crescimento pessoal.

E eles também foram responsáveis por lançar grandes talentos, que hoje se destacam na grande imprensa. Nesta relação, destacam-se Haissen Abaki (âncora do Primeira Hora, da Rádio Bandeirantes), Wagner Villaron (Diário de São Paulo e SporTV), Gilberto Nascimento (que teve passagens pela revista IstoÉ, Diário de São Paulo, Correio Braziliense, entre outros) e Leandro Calixto (ex-Diário de São Paulo). Com certeza, mais jornalistas foram revelados.

Fora esse crescimento profissional foi no Diário de Mogi que eu conheci o lado boêmio do jornalismo. Após o fim do expediente, sempre encerrado à noite, alguns jornalistas e profissionais de outras áreas do jornal faziam aquele belo "happy hour" regado com muita cerveja, cachaça, uísque e alimentado com diversos tipos de porções.

Nesses momentos, todos discutiam vários assuntos. O bom papo seguia até altas horas, muitas vezes terminava na madrugada do dia seguinte. Quantas vezes eu voltei com o amanhecer do sol de ônibus e de carros...A foto abaixo registra uma dessas situações, em 2000. Ao meu lado, o então diretor de circulação do jornal, Henrique Abib Nepomuceno:



De volta ao presente, chego à conclusão de que grande parte do aprendizado adquirido no Diário de Mogi foi suficiente para eu sobreviver na grande imprensa. Se não tivesse essa passagem, certamente o sofrimento da correria do dia-a-dia no jornalismo seria muito maior. Ainda bem que consegui honrar as apostas feitas pelo ex-professor da faculdade, Nivaldo Marangoni, e o Leandro Calixto, há 12 anos. Os dois me indicaram à vaga aberta nesse jornal naquela época.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O início no jornalismo

Resolvi arrumar algumas bagunças de dentro do meu guarda-roupa, que estava abarrotado de caixas empilhadas. Tudo bem, consegui alcançar o meu objetivo, após mais de três horas em pleno empenho. Ao mexer nos arquivos, encontrei um amontoado de albuns de fotografias. Lá, havia imagens guardadas cuidadosamente desde os tempos de adolescência. Achei cada registro. O jeito foi digitalizar algumas destas poses.


Assim, resolvi mostrar aos poucos esse pequeno arquivo. Para isso, decidi adotar um tema, dentro da proposta inicial deste blog. Desta forma, divulgarei a partir de agora alguns momentos desses meus 15 anos de profissão. Como o tempo passa!

Muitas pessoas me disseram que perdi muito tempo fora de São Paulo, onde fica o maior mercado do país, ao trabalhar nos arredores da Grande São Paulo e no interior do estado. Na verdade, foi um período de amadurecimento, responsável por me preparar para a grande imprensa.

Para dar esse pontapé inicial, escolhi uma foto feita em 1994. A imagem mostra a equipe do jornal Diário de Suzano que trabalhou nas eleições daquele ano. A importância desse registro é reviver quando comecei na profissão, ainda com os meus 17 para 18 anos. Conciliava a faculdade com os meus primeiros contatos nesse ramo.







Passado todo esse tempo, muitos deles seguiram seus caminhos nos meios jornalísticos. Alguns deles deixaram a região e partiram para a grande imprensa, seja antes ou depois de ter feito o mesmo. Nessa relação, destacam-se Vladimir Gama, Paulo Martins e Vinícius Gorgulho. Os três estão, pela ordem, na Rede Record e numa revista especializada em energia elétrica. O último deles mencionado atuava numa assessoria de imprensa, mas não sei agora o local exato por ter perdido o contato.


Outros decidiram permanecer na região, como é o caso de Simone Leone, Marco Aurélio Sobreiro e o fotógrafo Wanderley Costa. Depois de terem assumido o cargo de editor-chefe desse jornal, os dois conseguiram novas oportunidades por perto de Suzano, apesar da escassez do mercado nessa parte da Grande São Paulo. Após sair do Diário de Suzano, Simone se transferiu para o Mogi News, onde trabalhamos como editores entre 2004 e 2005.


Nesta semana, ela lançou o livro "Memórias de Suzano", da qual foi coordenadora do projeto. Uma bela iniciativa para resgatar a história da minha cidade natal. Tanto que o lançamento foi prestigiado pelas principais personalidades e autoridades do município. Fica aqui registrado os meus parabéns.


Já Marco Aurélio optou pela estabilidade. Assumiu uma vaga de assessor de imprensa da Prefeitura de Mogi das Cruzes, depois de passar no concurso público. Ele foi o sucessor da Simone no cargo de editor-chefe do jornal. Pelo menos, está mais seguro profissionalmente. Enquanto isso, Wanderley ainda arrisca seus cliques no grupo de comunicação da Prefeitura de Suzano.


Mas as minhas andanças por outras regiões foram suficientes para encontrar mais tarde outros jornalistas que estão nessa foto. Onze anos mais tarde, cruzei com Henrique Miotto no ABC Paulista, quando passei pelo Diário do Grande ABC. Ele se especializou no segmento automotivo e fazia reportagens para o caderno Automóveis nos tempos em que essa parte do matutino era terceirizada para uma empresa responsável por seu conteúdo. Hoje, atua no Diário Regional.



Por outro lado, outros profissionais na foto deixaram esse mundo. O fotógrafo Gino de Siqueira, por exemplo, morreu em 2002 vítima de uma doença repentina, que não sei detalhar. O falecimento ocorreu num final de semana que estava de plantão. Foi uma pena, mas Deus sabe o que faz. Trabalhei com ele mais tarde no Diário de Mogi. Além disso, era um parceiro fora do horário de serviço, com direito a viagens ao litoral e tudo mais. Com certeza, está num belo lugar lá no céu.


O tempo também foi suficiente para perder o contato com os demais que estão nessa imagem. Passados quase 15 anos, eu não sei por onde anda Cezar Willians, Nivaldo Lima entre outros nesse registro. Quem souber o paradeiro de alguns deles, poderá me passar as informações que publicarei aqui, com toda a certeza. Apesar de tudo isso, todos que participaram dessa fase deram uma contribuição para o meu início no jornalismo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pelo messenger

Recebi um chamado pelo sistema de mensagens pelo computador. Quem não conhece o messenger, mais conhecido como msn? Esse mecanismo foi suficiente para facilitar a comunicação entre as pessoas em todas as partes do mundo. Basta ter um terminal com internet. Apesar dessa grande facilidade, suspeitei que fosse alguém com quem tenho um contato mais corriqueiro no meu dia-a-dia. Puro engano. Na verdade, era uma pessoa na qual não conversava há muito tempo.

O contato veio da Patrícia, uma amiga da família dos tempos de infância, a fase em que as únicas preocupações são brincar e estudar. Trata-se da época mais feliz da vida, de onde trazemos as melhores lembranças, devido à falta de maldade e sinceridade de nossas iniciativas quando crianças. Talvez seja por esse motivo que ela mostrou tamanha consideração nessa chamada. O objetivo era saber como estava a minha recuperação.

Uma atitude como essa só reforçou a tese de que as pessoas com consideração reaparecem nos momentos difíceis, ou para dar aquele apoio sincero ou para saber sobre o ocorrido. Pelo menos alguns ainda se preocupam comigo e não viram as costas como muitos fazem. Isso é um bom sinal.

Agora, vamos ao histórico dela. A Patrícia conheceu a família por intermédio do meu irmão, o Jonathan. Os dois se conheceram no jardim da infância e depois estudaram juntos durante o antigo primeiro grau (atual ensino fundamental) na saudosa escola Justiniano. A tamanha proximidade se alastrou e a amizade se proliferou para ambas as famílias.

Por esse motivo, ela costumava visitar a casa dos meus pais e vice-versa para brincar ou fazer trabalhos de escola. Além disso, era presença garantida nas festas de aniversário do meu irmão. Bons tempos e ótimas lembranças. Afinal, existia apenas inocência nas nossas atitudes.

O tempo passou e todos seguiram seus respectivos caminhos, como precisamos fazer. É a trilha natural da vida. Passado esse tempo (pelo menos 20 anos), o mais importante para mim é reunir os amigos, principalmente numa época difícil, que falta bem pouco para ir embora. E logo isso se tornará vagas lembranças com ajuda dos amigos e amigas, igual a Patrícia.