terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Os anjos da guarda

Os 20 dias de internação no hospital foram os piores momentos da recuperação. Não podia me mexer e muito menos sair da cama porque a minha perna esquerda estava toda imobilizada. A dor na região da fratura era tão forte. Por esse motivo, precisava tomar medicamentos e seguir as determinações do médico. Para cumprir as recomendações, eu precisei da ajuda de outras pessoas, que se tornaram verdadeiros anjos da guarda devido às limitações físicas.

Um grupo de enfermeiros e enfermeiras se revezavam dia e noite para deixar a minha estadia no Hospital Baeta Neves menos sofrida. A unidade médica fica em São Bernardo do Campo. Eles controlavam a pressão arterial, a temperatura, aplicava injeções e levava os medicamentos receitados pelo ortopedista. Além disso, davam banho na própria cama. Eram muito precisos no tratamento.

Dentro desse pessoal, alguns profissionais conseguiram uma afinidade maior comigo. Pela manhã, duas enfermeiras sempre iam me atender. A Cida (com óculos) era uma pessoa de meia idade muito bem humorada. Sua irreverência conseguia trazer risos nas primeiras horas do dia. Já a Neiva (a loira) me tratava com muita delicadeza. Conversava como se eu fosse uma criança. As duas fizeram questão de posar na foto um dia antes de ter alta:

Em seguida, precisei assumir a câmera, afinal minha mãe queria sair bem na imagem. No entanto, nenhum amigo fotógrafo estava por perto:

Mas existem outros profissionais que consegui fazer boas amizades. Infelizmente não consegui fazer o mesmo registro fotográfico. Além delas, tinha uma outra dupla de enfermeiras muito competentes. Só a Dinah e a Elza foram responsáveis por eu ter perdido o medo de tomar banho na cama, sempre à noite.
Elas faziam o serviço com o tamanho cuidado, bem diferente de um outro grupo que me balançou e me fez sentir dores insuportáveis na fratura. Por esse motivo, só queria essa dupla para cuidar de mim nesse quesito.
Não poderia esquecer da Erica e da Cláudia, que iam ao quarto à tarde. A primeira, uma jovem bonita, parecia dar os primeiros passos na profissão. Nem por isso demonstrava inexperiência e se destacava por ser bastante atenciosa. Em muitas ocasiões, ia me acalmar quando me desesperava na hora do banho com medo de sentir dores. E conseguia. Fora isso, ganhava pontos por ser minha xará.
Por outro lado, a Cláudia me confidenciou que tinha 35 anos de experiência no ramo. A calma dela também me deixava mais relaxado no leito do hospital. Por isso, eu me referia sobre essa enfermeira como "boazinha". Tanto ela quanto a Erica tinham em comum a habilidade de aplicar injeções. Com as duas, eu nem sentia a picada.
Eu ainda tento lembrar o nome de uma outra enfermeira muito gente boa. Quanto relapso da minha memória. Essa também era engraçada demais e a chamava de "arretada" por ter um sotaque típico do nordeste. Na verdade, havia nascido no Paraná, mas seus pais eram do Piauí.
A dedicação mostrada por esses profissionais mostra um dom bastante importante para uma pessoa: a paciência. Imagino como eles devem lidar com pacientes de todos os tipos. Existem aqueles mais irritados, como eu, outros mal educados ou aqueles mais chatos. Isso não é para qualquer um.

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