sábado, 10 de janeiro de 2009

Com ou sem apoio

Essa fase após o acidente foi muito difícil. Tomara que ninguém passe pela mesma situação porque simplesmente atrasa a vida. A minha rotina agora é resumida somente à fase de recuperação, reabilitação e superação. Tudo isso para retomar os mais simples movimentos da perna. No meu caso, a esquerda.

Por outro lado, eu posso tirar as boas lições de todo esse fato. As minhas dificuldades me levaram a repensar o que quero para os próximos anos. E, ainda, me mostrou as pessoas que se preocupam comigo, inclusive de quem eu menos esperava. Quanto à família, sem comentários.

Os parentes mais próximos, evidentemente, estenderam as mãos e se desdobram até agora para dar o suporte necessário. Afinal, eu ainda dependo muito da ajuda de terceiros desde colocar comida no meu prato e para me levar à clínica de fisioterapia. Essa última função é revezada pelo meu pai e pelo meu irmão.

Mas algo me surpreendeu muito. Muitos colegas de redação - inclusive os chefes diretos - telefonaram imediatamente ao saber do acidente. Nos primeiros dias, o meu celular não parava de tocar com o objetivo de saber notícias. Alguns, como o Willian, a Karina e o Silvio, chegaram a me visitar no hospital. Depois da alta, muitos deles ainda me telefonam.

Nunca esperava atitudes deste tipo por um único motivo: sou muito fechado e pouco converso no ambiente de trabalho. E, em muitas ocasiões, reclamava do sistema.  Essa iniciativa me levou à conclusão de que devo repensar minha forma de agir no serviço e sobre alguns colegas.

Paralelamente às considerações, houve uma única pessoa que me decepcionou. Bom, quem lê esse texto já deve imaginar a resposta. Na minha opinião, eu não contei com o tão esperado apoio na época mais difícil da minha vida. Em certas ocasiões, agi de forma grosseira. Eu confesso. Talvez, fiz isso inconscientemente para ver se o amor superasse os problemas.

Pode parecer um tanto egoista ou mesmo amargura, mas não houve essa superação na minha modesta avaliação. Não teve o menor esforço e a tentativa de driblar os percalços. É muito fácil culpar a distância como motivo da ausência.

Para mim, isso não justifica porque costumo agir de outra maneira. Neste caso, só serviu para mostrar que um bom relacionamento só dura quando existem apenas os bons momentos. São fatos da vida. Mesmo com as cabeçadas, servem para nos ensinar.

Decepcionado ou surpreso, o jeito agora é continuar no caminho da recuperação. Preciso passar por essa fase para depois colocar em prática as conclusões tiradas em meio ao inesperado período sabático.  Seja com o apoio inesperado ou sem a presença antes aguardada. 

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