Tudo levava a crer que era um simples passeio num shopping center. Afinal, quem resiste a uma passagem no centro de compras mais próximos com intuito de ir à praça de alimentação ou ver as vitrines (no caso do público feminino), ou ainda apreciar as mulheres bonitas que passam pelos corredores? Esse cenário seria comum no dia-a-dia de qualquer pessoa. Mas desta vez eu sou o personagem desta história, mesmo com as condições limitadas. Afinal, trata-se da minha primeira saída sozinho, após o fatídico acidente de carro.
O feito histórico aconteceu nesta terça-feira (13-01). Pedi para o meu pai me deixar no Suzano Shopping Center depois de mais uma sessão de fisioterapia. A iniciativa tinha o objetivo de saber como me comportaria no meio do público sem a ajuda de algum parente ou amigo.
Alem disso, esse local me oferecia todas as condições necessárias para a empreitada: o piso é plano e sem depressões, o ambiente fechado me protegia do sol forte do verão ou da chuva, o ar-condicionado mantém o lugar com uma temperatura agradável e há seguranças em todos os corredores em caso de alguma emergência.
Com um par de muletas embaixo dos braços, percorri os corredores com uma certa dificuldade. Os passos pequenos e lentos foram suficientes para me levarem à agência bancária existente no shopping para pagar a conta do celular. Consegui usar o caixa eletrônico. No meu íntimo, comemorei o feito.
Outra finalidade também foi treinar os passos ensinados pela fisioterapia. Aos poucos, quero andar na rua como fazia antes e, ao mesmo tempo, acelerar a recuperação. Também consegui atingir essa meta. Fiquei por uma hora no centro de compras. Porém, algumas caminhadas eram revezadas com alguns momentos de descanso nos bancos.
Aproveitei ainda um desses momentos de recarregar as baterias para ir ao quiosque que vende água de côco. Parei e comprei uma garrafa com o refrescante líquido, colhido na hora pela proprietária. Bebi e voltei a andar.
Resolvi comemorar a primeira saída solitária de casa na última parada. Fui à praça de alimentação e escolhi uma loja especializada em comida japonesa. Comprei um suculento temaki de salmão, afinal há dois meses eu não comia algo da culinária dos meus ancestrais, que tanto gosto. Só não bebi algo alcoólico porque ainda estou a base de medicamentos.
Depois disso, o meu pai voltou para me buscar. Fui embora feliz porque consegui me virar sem buscar ajuda para fazer coisas básicas da vida, apesar dos passos limitados. Agora espero que isso agilize a minha recuperação.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
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