quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Hora de tomar choque

Chegou a hora da fisioterapia para me recuperar. Faço todos os exercícios necessários e recomendados para recuperar o resto dos movimentos da perna esquerda. Na verdade, preciso reconquistar a força dela para abandonar a única muleta e voltar a dar os meus passos normais. Após a exaustiva rotina, o jeito é passar por uma sessão na própria clínica de reabilitação, que alivia as dores musculares. Na verdade, é o momento de tomar bastante choque.

Isso mesmo. A aplicação de analgésicos ocorre a base de correntes elétricas. Além de diminuir a sensação dolorida, o procedimento também estimula as articulações e a musculatura da perna. No início, há um certo desconforto. Mas o corpo acostuma rapidamente com essas ondas de eletricidade.

Bom, vamos às explicações técnicas. O sistema usado é por estimulação elétrica transcutânea. Na fisioterapia, o esquema se chama de TNS. A transmissão dessas correntes elétricas fica por conta de um aparelho também conhecido pela mesma nomenclatura. De acordo com publicações especializadas, essas sessões estão "isentas de contra indicações e efeitos colaterais". Já o equipamento é portátil, de fácil operação, de baixo custo e consumo.

De volta ao campo prático, o choque chega aos pontos doloridos da perna por meio de fios ligados no aparelho de TNS, que terminam com uma camada de borracha colocada na pele. Os fisioterapeutas fazem essa fixação com aquele gel utilizado nos exames de ultra-som.

Para segurar melhor a fixação, eles contam com a ajuda da tradicional fita crepe. Além disso, também utilizam de uma técnica caseira, sempre empregada no alívio da dor: a compressa gelada. E a coisa funciona. Olha só como fica a minha perna nessas sessões:


Assim, eu me empolguei e fiz mais uma foto. Olha só como as duas pernas estão retas e uma do lado da outra. Para mim, isso é um feito porque antes eu mal conseguia esticar a esquerda:

Durante a sessão de choque, acontecem algumas situações inusitadas. A principal delas é o tamanho estímulo ocasionado pelas ondas elétricas, que fazem os meus cinco dedos do pé se mexerem involuntariamente. Os movimentos são como se eles dançassem incansavelmente. Em certas ocasiões, eu até dou risada sozinho na sala. Cheguei a pensar que esses estímulos na cabeça poderiam me ajudar a usar melhor o meu cérebro no tranco. Será?
Antes de usar o gelo, eu também via o meu joelho se movimentar. Tremia tanto que era muito engraçado. Não conseguia contar quantas vezes mexia. Fazia essas coisas como uma forma de passar o tempo durante os 20 minutos dessa sessão. Quando saio dela, as articulações exigidas nos exercícios saem sem dores e preparadas para o dia seguinte. É o preço necessário para se pagar em favor da recuperação. E estou pronto para o sacrifício, desde que consiga andar normalmente.

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