Quanto mais o tempo passa, após esse retorno ao trabalho, consigo escrever menos por aqui. Tudo voltou a ser corrido e me dá muito sono bem na hora quando quero colocar algumas palavras nesse espaço. O jeito é tentar que o cansaço não me vença totalmente. Foi assim no último final de semana, bem no meu primeiro plantão depois da volta. Além disso, foi bem cheio de emoções.
Parece que os editores do Diário de São Paulo querem que eu entre no ritmo logo. Pelo menos, fazem o maior esforço para isso. Fora as manchetes dadas para eu apurar nos primeiros dias, a chefia do plantão me confiou a missão de cuidar do assunto mais importante daquele dia, sábado dia 23 de maio. Fui enviado a Jaguariúna com objetivo de correr atrás da história sobre os quatro mortos e 11 feridos na arena da Festa do Peão daquela cidade.
Apesar da correria e da falta de agilidade devido a um longo tempo fora de combate, me esforcei ao máximo para cumprir essa grande missão. Afinal, passar esse assunto para quem na verdade não atua mais nessa área há alguns anos pode ser interpretada como confiança. Por esse motivo, fui feliz rumo a Jaguariúna com aquela vontade de trabalhar. Além disso, sair da redação atrás da notícia é tudo que o repórter quer e gosta, a qualquer hora e a qualquer dia.
E não foi só no sábado. Fui designado para a história também no domingo. Ou seja, dois dias que precisei fazer aquele bate e volta para o interior do estado. Nesse período, percorri 536 quilômetros só para me deslocar da capital para a cidade de destino. Isso se eu contar a ida e a volta nos dois dias. Fora o que a gente andou dentro de Jaguariúna em direção ao hospital, delegacia e o local onde acontecia o evento. Tem como não cansar?
Sem problemas, pois só percebi o meu corpo cansado quando deixei o meu posto no jornal. Durante a reportagem, não sentia nada, como fome, sede, vontade de ir ao banheiro e até aquele corriqueiro incômodo na perna devido ao acidente. Nessas horas, a concentração é tanta. Ainda bem, pois esquecer das dores é a melhor coisa até para agilizar a recuperação total.
Foi nesse clima que fiz a minha primeira grande cobertura desde o meu retorno. Nem sempre conto as minhas sensações e observações em meio a essas reportagens. Somente falo dos detalhes da notícia. Isso porque eu nem mencionei sobre as dificuldades enfrentadas nessa matéria. Uma delas foi a demora para conseguir falar com alguém da Polícia Civil, a responsável pelo caso.
Para obter êxito, precisei acionar por telefone a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do estado, que fica na capital. O órgão conseguiu resolver o meu problema e designou um delegado para falar com a imprensa presente, depois de três horas de espera. Era necessário, pois a parte policial tem todos os passos e os dados oficiais do incidente. Batalha vencida.
Por outro lado, uma reportagem assim tem suas compensações positivas. Uma delas é observar o movimento do município por conta da festa. Como Jaguariúna estava cheia de turistas de várias partes do estado e do país. E tinha muita mulher bonita por metro quadrado. Nem na praia eu vi uma grande concentração deste tipo.
Infelizmente, o jeito foi só olhar porque estava em serviço. Se eu mexesse com alguém, já saberia de onde eu era. Afinal, o carro da empresa estava identificado com o logotipo do jornal. É a pura verdade.
Por essas e outras, cheguei a uma conclusão. É muito melhor receber histórias importantes iguais a essa. E não foi a primeira vez. Em plantões anteriores, a chefia me encarregou de assuntos muito complicados. Nesta relação, destacam-se o rapaz que se matou depois de manter uma grávida como refém no Guarujá e o desfecho do caso Eloá.
Isso prova que consegui corresponder as expectativas em todas as oportunidades. Mais uma missão cumprida. Espero que essa maré continue assim para garantir minha existência profissional.
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