A chegada das imagens feitas há 12 anos para aquele projeto da faculdade me trouxe boas lembranças dos tempos da Universidade Mogi das Cruzes (UMC). Lá, estudei durante quatro anos a faculdade de jornalismo. Na verdade, tentava sobreviver às aulas porque chegava muito cansado à classe porque já conciliava os estudos com o trabalho na área. Ao contrário de muitos hoje na profissão, precisei correr atrás para pagar minha formação. O medo maior era cair naquela tradicional dependência, ou DP como é mais conhecido.
Então, o jeito era driblar as aulas teóricas. Confesso que essa parte foi sempre o meu ponto fraco. Não me interessava nessa área por ter um contato mais próximo com o processo prático do jornalismo. No primeiro ano, engatinhava no ramo no Diário de Suzano. A Rádio Metropolitana marcou época no segundo e terceiro anos. E o Diário de Mogi encerrou esse tempo de estudo, no quarto e último ano.
Por outro lado, essa luta pela sobrevivência e para vencer o cansaço tinha os períodos mais descontraídos. Se não fosse esse grupo de amigos que fiz nos tempos de faculdade, a batalha seria muito mais complicada. Os alunos da minha turma eram muito legais. Como é normal em todos os lugares, era mais próximo de uma turma, em especial. Justamente aquela da reportagem sobre o chorinho.
A proximidade começou logo no primeiro ano. Talvez, a afinidade entre nós aconteceu por causa daquele conhecido clichê "de louco todo mundo tem um pouco". Obviamente, eu era e sou o mais tranquilo deles. Trata-se da pura verdade. Apesar disso, cada um tinha uma função definida inconscientemente nesse grupo.
Nele, tinha o José de Almeida Jr., ou Zé como é mais conhecido. Com profunda sabedoria em música, ele sempre era o mais criativo no quesito humor. Conseguia, com um raciocínio muito rápido, fazer piadas e boas sacadas engraçadas.
Também criava canções bregas no mesmo nível do cantor Falcão (aquele do I'm not dog no), imitava fielmente muitos professores e alunos da classe, a ponto do docente perder a concentração e dar muita risada. Também escrevia textos com ideias fora do convencional. Disparadamente, o mais criativo de todos.
Fora ele, entrava nessa roda o Régis Camilo. Virou o nosso verdadeiro caipira do interior de São Paulo - no ótimo sentido, claro -, principalmente com seu estilo tranquilo até demais de fazer humor. Com tiradas contundentes, levava os alunos aos risos rapidamente bem ao estilo Mazzaropi de divertir o público. E não era só na sala de aula que isso acontecia.
Ele arrancava sorrisos dos colegas na república onde morava e nas baladas. Também era o nosso fornecedor oficial de cachaça. O Régis sempre trazia para nós a bebida fabricada num alambique existente perto da sua cidade natal. Só o Zé não gostava. Bom porque sobrava mais.
A parte mais escrachada ficava por conta do nobre Leandro Calixto. Ele foi o último a chegar no grupo, somente no segundo ano após se transferir para o período da manhã por conta do trabalho. Mas eu o conhecia antes disso por também trabalhar na imprensa da região. Com o jeito mais cara de pau e corneta de ser, não perdia uma oportunidade para fazer piadas ou abordar os professores. Também jogava seu charme para cima de algumas alunas mais bonitas.
Além disso, o Leandro tinha facilidade para fazer amizades devido ao temperamento expansivo. De longe, conseguiu fazer muitas amizades em outras turmas da faculdade de jornalismo. Ou seja, conseguia levar o humor apurado para fora da nossa sala de aula. E também era o maior consumidor da cachaça trazida pelo Régis.
Já o rapaz aqui ficava com a missão de escrever e colocar em textos todas as ideias mirabolantes e fora do comum trazidas pelos demais. A facilidade deles em ter boas tiradas me dava boas inspirações para fazer o mesmo em algumas ocasiões. No meu caso, o jeito era dar risada junto e colocar pilha. Na parte mais séria, ficava responsável pelo aspecto prático dos trabalhos passados pelos professores, como organizar matérias, os programas experimentais de rádio e de TV.
Cada um com seu estilo, o grupo abordava os professores e os coordenadores do curso, além dos funcionários dos estúdios de TV, rádio e de fotografia. Foi uma festa só quando a gente chegava, mas sem atrapalhar as atividades. O tempo passou. No entanto, os quatro sempre estão em permanente contato, seja por e-mail, telefone ou pessoalmente. Ainda bem, apesar de seguirmos em caminhos diferentes após a formatura.
Para não ficar muito extenso, amanhã eu trarei a trilha seguida pelo Zé, Régis, Leandro e uma pincelada da minha trajetória. Vale a pena acompanhar esse desfecho.
quarta-feira, 4 de março de 2009
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