Lidar com o sentimento de perda na nossa vida não é tão fácil assim. Definitivamente, causa uma grande frustração. E essa sensação pode chegar de diversas formas dentro do cotidiano, como a de uma certa quantia em dinheiro, ou da grande oportunidade de trabalho, ou ainda daquela pessoa que tenha despertado algum interesse mas não demonstrou algo recíproco, ou também de quem até então era o grande amor da sua vida, porém desistiu de ti. Esses exemplos clássicos nunca saem de moda. Quem nunca se lamentou por uma dessas situações?
No entanto, nada é pior que conviver com várias perdas num curto espaço de tempo. Nesse caso, tiro como base o meu próprio retrospecto, apesar da minha incansável tentativa de superar a tudo isso. Consegui perceber uma outra possibilidade tão ruim quanto à minha. Deve ser terrível assistir à progressão desse sentimento de forma gradativa. Ainda mais quando envolvem pessoas queridas.
Pode parecer estranho, mas descobri tudo isso numa rápida conversa com uma certa pessoa em pleno agito de sábado à noite. Todos sabem que tudo é papo de bêbado ou os diálogos são fúteis em meio à ocasião. Isso não aconteceu nessa oportunidade. Afinal de contas, não consumo mais nada alcoólico quando estou no volante, desde o meu grave acidente de trânsito. Virei alguém careta?
Talvez, esse fator fez esse tal conteúdo ficar até hoje na minha mente. Logo ao conhecê-la, a conversa fluiu de uma certa forma, a ponto de falarmos de coisas mais particulares. Ao contar poucos detalhes da morte de seu pai, também confidenciei que havia perdido dois tios muito próximos em menos de um ano. Além de compartilhar de algo semelhante, foi uma forma de tentar confortá-la e mostrar que precisamos seguir em frente, como tento até hoje.
Os argumentos apresentados por ela para superar foram bem convincentes. "Procuro me lembrar sempre dos bons momentos que tive com ele", declarou a tal moça. Assim, veio mais uma vez aquele tradicional filme com as belas recordações dos meus tios Pedro e Cleycir. Os dois morreram, pela ordem, em agosto de 2009 e abril último, ambos vítimas de câncer.
E esse diálogo me fez refletir até agora numa outra vertente que até então não havia imaginado, por egoismo da minha parte. Como nunca tinha percebido, pois minhas duas tias e as minhas primas enfrentaram o mesmo tipo de história sem sequer eu me manifestar? Com certeza, a disposição incessante de contornar os percalços dentro dos dois exemplos na família desviou minha atenção.
Bom, o jeito agora é fazer o mesmo que aprendi ainda nessa conversa. Irei sempre me recordar das boas histórias convividas com esses dois tios. Com certeza, eu já agia desta forma. Esse papo apenas serviu para ratificar que já seguia o caminho certo rumo à superação.
Depois desse acontecimento, só tenho uma única esperança: ainda espero um dia poder novamente ter contato com quem abriu ainda mais minha mente. Além disso, pretendo agradecer pessoalmente pelo seu grande feito. Já tentei fazer isso da minha maneira. Agora, conto com o apoio dos meus dois emissários envolvidos nessa história que estão no plano superior e poderão pedir uma certa ajuda. Enquanto isso, fica o meu muito obrigado de forma indireta e por meio de texto.
terça-feira, 22 de junho de 2010
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