sábado, 28 de novembro de 2009

Na Capital da Alegria - parte 2

Antes da curtição, o trabalho

A chegada à Capital da Alegria foi nas primeiras horas da madrugada de uma sexta-feira, dia 20 de novembro. Só não foi tão tarde porque ganhei uma hora a mais. Lá, não é praticado o horário de verão. Assim, o jeito foi dormir um pouco e me preparar para a data seguinte. A cobertura exigiria um pouco de atenção, pois o anúncio de investimentos da Ford contaria com a ilustre presença do presidente Lula.

O grupo de jornalistas convidados acordou bem cedo para o café da manhã. Todos estavam no Resort Stella Maris, na praia que tinha o mesmo nome. Ao despertar, tinha essa visão do hotel. Não dava nem vontade de trabalhar:



No entanto, precisava cumprir o objetivo principal do convite feito pela montadora. O jeito foi me trocar e pegar todos os equipamentos que usaria na cobertura jornalística. Com notebook, bloco de anotações e caneta na pasta, eu e demais colegas de profissão partimos para Camaçari, a cidade próxima a Salvador onde fica a fábrica da Ford.

Na van, o jeito foi consultar as notícias do dia pela internet móvel e verificar se alguma informação sobre os investimentos havia sido divulgada. Nessa ação, descobri que alguns veículos haviam conseguido os dados com exclusividade. Ou seja, a minha visita atrás da notícia tinha sido em vão. Nem tanto, pois sempre é bom acompanhar um evento com a presença de Lula. Ainda mais para quem estava há algum tempo afastado das reportagens do dia-a-dia.

Chegamos na unidade da Ford em Camaçari. Uma demora enorme para entrar no local do evento, devido ao confuso e sistemático esquema montado pelo cerimonial da Presidência. Se não fosse a assessoria de imprensa da montadora, com certeza esperaria até agora para entrar no local do anúncio.

O grupo de jornalistas esperou a chegada do presidente por mais de duas horas. A sorte é que ficamos no espaço destinado para autoridades. Lá, havia um delicioso buffet de comida. Pelo menos enganei a fome durante essa cobertura. O mais legal foi encontrar outros colegas com quem havia trabalhado em outras redações. São os casos dos jornalistas Leone Farias e Hugo Cilo.

Os dois foram meus parceiros no Diário do Grande ABC. O Leone continua no mesmo jornal e o Hugo faz parte da redação da revista IstoÉ Dinheiro. Fora eles, estavam outros jornalistas que costumava cruzar nas entrevistas coletivas do setor automotivo, como Paulo Araújo, hoje na Folha de São Paulo, e Murilo Camarotto, do Valor Econômico. Pelo menos, conhecia alguém.

Com a chegada de Lula ao evento, também vieram outros repórteres que o acompanhavam desde o dia anterior em Salvador. Nesse caso, também encontrei Maiá Menezes, jornalista do jornal O Globo, quem eu conhecia das vezes em que ia a São Paulo na sucursal do matutino, que ficava no mesmo andar da redação onde trabalho. Assim todos cobrimos o evento.

Ao final da solenidade, veio a grande surpresa do dia. O pessoal da sucursal do Globo em São Paulo me telefonou para pedir minha reportagem. Ou seja, parte do meu material seria publicado num dos maiores jornais do país. Fiquei muito feliz, pois sempre sonhei em trabalhar num grande matutino. No final, a reportagem saiu assinada por todos os envolvidos na cobertura. Muito legal.

Além disso, a felicidade veio em dobro. No final da tarde, a Larissa, editora de economia do Diário de São Paulo, me avisou para caprichar no material porque o mesmo teria grande destaque. O jeito foi me empenhar ao máximo. Escrevi sobre os investimentos da Ford, mais as declarações do Lula na solenidade.

Demorei para consolidar todos os textos enviados tanto para o Globo quanto para o Diário de São Paulo. Porém, nada me tirava o bom humor, apesar de ter trabalhado além do habitual, a ponto de segurar o notebook em pé, com a mão esquerda por falta de uma mesa de apoio. E digitava a última matéria a ser enviada para São Paulo somente com a mão direita no mesmo computador. Os demais colegas de profissão me acharam um doido e davam muita risada, mas garanti o texto nessas condições. Afinal, não queria perder tempo à espera de definições.

A cena inusitada aconteceu porque precisava sair da sala montada para a imprensa devido ao horário porque os funcionários precisavam fechar o local. Saímos da fábrica no começo da noite, três horas após o final da solenidade. Por outro lado, precisava arrumar uma forma de mandar o último texto para a redação. Ainda bem que levei um notebook.

Fora os contratempos como esse, estava com a sensação de missão cumprida pelo fato de aproveitar o final da tal sinergia entre as duas redações, cujo encerramento é em dezembro com a mudança do comando do jornal onde trabalho devido à venda dele à Rede Bom Dia (leia-se J. Hawilla, o dono da Traffic). Outro motivo foi ter provado mais uma vez que a viagem não era mera curtição, mas queria ir atrás da boa notícia, dentro da economia. Depois de superar minha meta prevista, minha vontade era somente relaxar e aproveitar o final de semana na Capital da Alegria.

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