quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Na Capital da Alegria - parte 1

Um embarque tumultuado

Enfim, uso um pouco do tempo que me resta para escrever. Na verdade, é por uma boa causa porque aqui começa mais uma grande saga, como resultado dessas caminhadas atrás da notícia. Depois da Capital do Poder, chegou a vez de voltar à Capital da Alegria. Pela terceira vez, estive em Salvador com objetivo de cobrir a visita do presidente Lula durante o anúncio dos investimentos de R$ 4 bilhões pela Ford nas suas fábricas do país, dos quais R$ 2,8 bilhões na unidade da montadora na Bahia.

Inicialmente, a viagem foi possível graças a um convite feito pela fabricante de veículos. Como a notícia era importante, a Ford chamou um grupo de jornalistas dos principais jornais do país para prestigiar a ocasião. E eu estava lá nesse momento. A oportunidade pintou de última hora, bem na véspera do feriado da consciência negra. Então, o jeito foi acelerar meu serviço para poder correr atrás de mais essa reportagem.

Consegui antecipar tudo na redação como forma de cobrir esse evento. Na minha avaliação, era de extrema importância por se tratar de uma medida para incrementar a produção e vender mais automóveis. Então, terminei tudo, peguei as minhas malas e parti do centro de São Paulo rumo ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em pleno horário de pico, às 19h45, e de saída do paulistano para curtir o feriado prolongado.

Ao contrário do previsto, o trânsito no trajeto não estava tão congestionado. Desta forma, conclui que tudo seria tranquilo até entrar no avião. Puro engano. O engarrafamento estava mesmo quando cheguei ao saguão do terminal aéreo. Eu me deparei com uma fila quilométrica para despachar a bagagem, procedimento também conhecido como check in.

Percebi que a aventura rumo à Capital da Alegria, como Salvador também é conhecida, começaria a partir deste momento. O jeito foi entrar na fila. A mesma dava verdadeiras voltas dentro do aeroporto até terminar nos guichês da TAM, a companhia aérea na qual iria viajar. Procurava entender por que a situação estava tão tumultuada daquele jeito.

Numa rápida apuração, uma das funcionárias informou que o caos era um reflexo de uma pane ocorrida pela manhã no sistema informatizado de reservas de passagens. O transtorno foi registrado após a empresa ter trocado justamente esse programa no decorrer da semana do feriado. Por conta disso, fiquei mais de uma hora à espera da minha vez para ser atendido.

E os transtornos não paravam por aí. Muitos passageiros eram convocados pelas atendentes na própria fila no caso dos voos com embarques imediatos. Era um atraso atrás do outro. Mas um fato me causou muita indignação nessa tentativa de embarque.

Numa dessas iniciativas, uma funcionária da TAM chamou a atenção de uma passageira que se manifestou estar à espera de um voo para Curitiba. A atendente da empresa disse: "Você precisa prestar mais atenção. Não ouviu minhas convocações para esse destino?", questionou.

O fato revoltou os demais que estavam na fila. Imediatamente, eu retruquei bem alto: "manda a sua empresa não mudar o sistema bem no feriado em vez de dar bronca nos usuários." Em seguida, comecei a ficar atento e, ao mesmo tempo, pensar em alguma forma de aprontar algo como forma de mostrar que a atitude da funcionária tinha sido infeliz.

Enquanto conversava com outro passageiro na fila sobre esse absurdo feito no atendimento, a mesma empregada da TAM começou a convocação imediata dos usuários rumo a Salvador. Prontamente, comecei a gritar: "aqui, eu vou. Prestei muita atenção para não tomar bronca." O público próximo começou a rir daquele momento.

Para arrematar, o mesmo usuário que conversava me abordou em alto e bom som para todos ouvirem: "você prestou atenção nela?" A resposta foi sim. Ao mesmo tempo, os demais começaram a dar muita risada. Por conta dessa atitude, a atendente se sentiu constrangida e me levou silenciosamente para um dos guichês da companhia.

Finalmente, consegui despachar a minha bagagem e me encontrava com condições de embarcar na aeronave. O transtorno veio de uma forma que causou muito desgaste físico a ponto de dormir na poltrona. Nesse momento, o comandante do avião informou sobre os problemas no sistema de emissão de passagens e pediu desculpas a todos.

Após problemas e constrangimentos, consegui voar rumo a Salvador. No início, achei que renderia apenas os fatos e os bastidores relacionados ao Lula nessa nova investida. Essa conclusão também estava evidente porque pensava na possibilidade de o resto da viagem ficar monótono por me encontrar sozinho após adiar o meu retorno na passagem de volta. Mais uma vez, estava enganado.

Essa permanência na Capital da Alegria renderam frutos até então inimagináveis, além das belas fotografias que fiz. Fora isso, conheci muitos turistas brasileiros e estrangeiros em meio a essa programação. São coisas que voltarei a contar mais tarde com muito mais detalhes. Aguardem.

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