Perdido em Brasília
Como havia falado antes, estive no último final de semana na Capital do Poder. A visita a Brasília ocorreu para participar de um congresso organizado pela federação que reúne as concessionárias de veículos do país. O evento tinha palestras importantes, dentro do setor na qual acompanho como repórter de economia. Havia debates sobre vendas de carros e outras comandadas por verdadeiras autoridades na área econômica. Um prato cheio para adquirir novos conhecimentos, tanto pessoais quanto para aplicar no meu dia-a-dia.
Além de toda essa excelente programação, a percepção foi de que a capital federal realmente foi muito bem planejada, sob os olhos de quem visitou o local pela primeira vez. Também, com as assinaturas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, só poderia chegar a essa brilhante conclusão. As avenidas eram vastas e muito largas. E não me lembro de ter visto sequer um semáforo para organizar ou complicar o trânsito. Fora os diferentes e monumentais prédios existentes, como o do Congresso Nacional, a Catedral Metropolitana, a Esplanada dos Ministérios, entre outros.
Apesar desses pontos positivos, algo me intrigou muito durante minha permanência em Brasília. Sempre quando saía do hotel onde fiquei hospedado ou do Centro de Convenções Ulisses Guimarães - onde ocorria o evento -, a sensação era de que estava completamente perdida. Isso mesmo, aquela mesma condição de uma agulha no palheiro. Quanto mais tentava entender a forma de localizar os endereços brasilienses, menos conseguia chegar a um raciocínio lógico.
A explicação é simples para a situação. O esquema de encontrar um determinado prédio na cidade é completamente diferente do que a maioria da população brasileira está acostumada. Em vez dos tradicionais nomes de logradouros dos municípios convencionais, como São Paulo, Rio e até Curitiba, as residências, lojas e hotéis, entre outros ramos estão reunidos em setores. Ou seja, o comércio, por exemplo, fica concentrado somente numa região comercial, dentro de um bloco numerado. E isso vale para os demais segmentos.
Desta forma, teremos como referência uma combinação de letras e números no lugar do endereço. Agora, utilizarei o meu exemplo próprio. O bar onde queria ir ficava no CLS 403 Bloco D, loja 20. Alguém entendeu?
Tentarei detalhar. O estabelecimento onde pretendia chegar se localiza na região denominada Comércio Local Sul, dentro de uma espécie de quarteirão de número 403. E essa pequena área é dividida em blocos A, B, C e assim por diante. Depois, é só ver o número do local.
Além disso, a Capital do Poder é dividida por uma grande avenida chamada Eixo Monumental. A via corta toda a cidade e fica bem no meio de Brasília. Assim, de um lado fica a chamada asa sul e de outra a asa norte. Então, o bar ficava na parte sul. Difícil de compreender, não é mesmo.
Por todos esses motivos, eu me sentia completamente perdido. Quanto mais tentava entender, menos eu conseguia. Só passei a saber melhor sobre esse esquema quando peguei o mapa existente na lista telefônica do quarto no hotel. Nele, mostrava todos os passos como era essa separação. Pelo menos me ajudou bastante.
Então, eu até tentava prestar atenção quando andava de van ou de táxi em Brasília. Mas me perdia completamente a ponto de achar que não tinha mais capacidade de aprender nada. Tudo bem, só comecei a me perdoar quando vi muitos do grupo de jornalistas que estava junto tão confusos. Aí, cheguei a uma conclusão. Se fosse assim, iria me perder de vez nas baladas da Capital do Poder durante a noite. Mas essa é uma outra história que contarei mais tarde. A experiência de tudo isso valeu para absorver mais conhecimentos.
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