quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E os antigos amigos?

Passados alguns minutos após publicar o texto anterior, veio uma ideia na minha cabeça. Na verdade, tratou-se de um grande alerta na mente. Depois de exaltar as novas amizades obtidas nesse meu recomeço, cheguei a uma conclusão. Como eu poderia esquecer dos amigos de longa data, que já caminhavam ao meu lado nessa trilha da vida e me deram tanta força logo após o acidente? Eu confesso: foi um grande equívoco da minha parte, mas não atirem pedras em mim ou não fiquem decepcionados.

Apesar de tudo, tentarei me defender. Muitos deles já foram citados ou homenageados por aqui devido aos seus feitos ou por terem me aturado durante os meus momentos mais geniosos. Aliás, é um dos meus grandes defeitos. Além disso, os grandes parceiros também tiveram importância fundamental para superar os percalços. Se não fosse esse seleto grupo, com certeza as dores do acidente e das outras perdas seriam muito mais dolorosas.

Ou seja, a maioria deles me incentivou a olhar sempre para frente e partir rumo ao recomeço durante as minhas confidências e insistentes conversas. Afinal, se eu consegui as novas amizades ao optar por esse caminho, certamente obtive êxito graças aos antigos amigos. Caso eu tivesse dinheiro suficiente, faria uma grande festa para todos se conhecerem ou se confraternizarem.

Os companheiros de longa data provaram a tamanha consideração por mim. Mostraram a essência da palavra amizade a uma pessoa arrebentada em todos os sentidos. Muitos deles estavam distantes há algum tempo ou mesmo mantinham pouco contato. Porém, se tornaram novamente presentes logo quando souberam do acidente. Voltaram ao meu convívio para minha alegria. Não tenho como deixar de citar esse desastre, pois o mesmo me trouxe marcas que carregarei para sempre.

Nesta lista, estão duas amigas dos tempos de adolescência. Na verdade, são as irmãzinhas que eu nunca tive porque cuidava delas como tal devido ao tamanho carinho. Quando precisavam, eu virava um verdadeiro cão de guarda da Tatiana e da Milena em qualquer ambiente. Em outros momentos, era o ponto de vista masculino nas conversas e diálogos. A seguir uma foto da nossa última saída nos embalos de sábado à noite:



Outros amigos do trabalho me acompanharam desde os primeiros dias após o desastre. Alguns fizeram até questão de me visitar no hospital, como fizeram a Karina, o Sílvio e o Willian. Os três foram me ver para dar aquele apoio moral num momento muito difícil. Bom, ainda devo uma imagem do Sílvio, mas a Karina não escapa. Essa imagem dela foi tirada como uma brincadeira em pleno horário de trabalho por pura descontração:




Já a amizade com o Willian vinha muito antes dele desembarcar na redação onde trabalho. O contato era desde os tempos em que ele fazia parte da assessoria de imprensa da Secretaria de Trabalho de São Paulo. Com o tempo, provou um verdadeiro parceiro nas horas complicadas e também nas bebedeiras, como costuma acontecer nas caminhadas da rua Augusta:



Na redação, ainda tem o grande Herculano. Importado dos pampas gaúchos, esse baita repórter chegou do sul do país para fazer história. Sempre presente entre os amigos, a única suspeita de todos é o fato dele morar na rua Frei Caneca.

Bom, ele garante que é macho, mesmo com residência fixada em pleno reduto gay da capital paulista. Vou acreditar nele, afinal o cara sempre se mostrou verdadeiro quando o assunto é amizade. Pelo menos, mostrou essa disposição quando me telefonava para saber notícias minhas:

Existem outras pessoas que apareceram depois de muito tempo sem qualquer contato. A modernidade da internet fez com que a Lissandra me encontrasse por meio dos sites de relacionamento. Sem notícias dela há nove anos, essa retomada foi muito natural. Por e-mail, recados no orkut e via messenger, deu aquela força enquanto estava afastado das minhas funções pelo INSS.
Na verdade, é uma mulher linda por dentro e por fora. São poucas as pessoas que dão tamanha atenção a quem se recupera. Às vezes, penso se merecia tanto. Nunca esquecerei. Como não havia uma foto dela, o jeito foi roubar uma na página dela no orkut. Cometi um crime, mas é por uma boa causa, Lissa:


Nos tempos de recuperação, também recebi o apoio dos amigos deixados lá em São José dos Campos na minha passagem por três anos na imprensa do Vale do Paraíba. Ao saber da minha situação, a querida amiga Eliane sempre me procurava para receber notícias minhas. A ajuda dela veio de outras épocas, inclusive me auxiliou a arrumar serviço nos tempos de desemprego.
Apesar dela estar um tanto ressentida comigo, eu nunca me esqueço dela. Não fica brava não porque você ainda mora no meu coração, miguinha. Assim, mostro uma foto mais antiga dos tempos em que a visitava na sua terra natal:


Ainda de São José dos Campos, tem o Aurélio, um parceiro e verdadeiro irmão. Sempre presente quando morava por lá, foi um o meu principal companheiro de festas, baladas e nos momentos ruins nos tempos do Vale. Por isso, fez questão de me convidar e garantir minha presença no seu casamento com a Tatiana. Para mim, esse chamado serviu para mostrar a tamanha consideração dele em relação a mim. Veio num período em que ainda tinha perdido o amor a mim mesmo.
Com as dificuldades e dores, fiz questão de prestigiá-lo no momento mais importante da sua vida. Com direito ao uso de bengala, montei um grandioso esquema para ser testemunha do seu matrimônio, tanto na cerimônia religiosa quanto na festa de comemoração. A felicidade dele foi enorme. Fiz questão de ser um dos últimos a ir embora. A seguir, a foto antes do encerramento junto com os noivos, a Larissa (a irmã da noiva) e o Marcelo:



E como poderia esquecer do Leandro e do Juca? O primeiro deles me acompanha desde os tempos da faculdade de jornalismo. Nos cruzamos em três redações diferentes. Com seu jeito expansivo e irreverente, sempre me telefonava ou trocava mensagens via messenger para saber como estava. Esse "irmão" (ele chama todos desta forma) sempre se preocupava comigo. O grande problema é que não tenho nenhuma foto dele por aqui. Que azar. Mas fica a minha lembrança.
Já o Juca caminha comigo desde os tempos de escola, quando nós estudávamos no antigo primeiro grau. Cada um seguiu seu caminho profissional, mas a amizade permaneceu desde então. Ele foi para o Japão e voltou, estudou odonto até se formar e, no meu caso, morei fora da região de Suzano por duas ocasiões. Nem isso foi suficiente para arranhar a nossa amizade.
Fora isso, um ajuda o outro nos momentos de dificuldades. Para melhorar a situação, houve a coincidência dos dois ficarem solteiros nesse período de recuperação e recomeço. Por isso, voltamos a cair na balada para compensar os desencontros dessa fase. Afinal, ele ficava sem namorada quando eu estava num relacionamento e vice-versa. Agora, sempre me leva para os embalos noturnos. Essa foto foi feita numa de nossas investidas nas pistas:

Ao mostrar todas essas pessoas, eu falo de boca cheia. Ainda bem que tenho muitos amigos. Melhor ainda é ter conquistado cada um com a minha forma de ser e sem qualquer tipo de interesse ou oportunismo. Como consequência, eles estenderam as mãos quando mais precisei, seja com um semples telefonema, ou uma visita ou pela internet.

Eles também conseguiram mostrar que as minhas perdas eram apenas uma provação para ter ganhos ainda mais valiosos. Já pensou se eu não atendesse aos conselhos deles e deixasse de recomeçar? Não teria progredido, muito menos conquistado as novas amizades. Se voltei à trilha conhecida como vida, todos tiveram uma enorme colaboração. E continuem na minha companhia porque também não vou abandoná-los como prova da minha gratidão.

2 comentários:

Rascunhos Ocasionais disse...

Amigo antigo é o baralho, meu camarada. Me considero amigo, irmão e parceiro atual. Entendeu!?
Fujitão, obrigado pela consideração e pela paciência. As coisas por aqui estão mudando. Em breve te contarei as novidades.
Fica com Deus e juízo.

Abraço

Aurélio

EAMM disse...

Ressentida, talvez. Mas ñunca deixarei de te considerar um grande amigo. E é bom saber que esse sentimento é recíproco.
Beijo grande pra vc