quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E os antigos amigos?

Passados alguns minutos após publicar o texto anterior, veio uma ideia na minha cabeça. Na verdade, tratou-se de um grande alerta na mente. Depois de exaltar as novas amizades obtidas nesse meu recomeço, cheguei a uma conclusão. Como eu poderia esquecer dos amigos de longa data, que já caminhavam ao meu lado nessa trilha da vida e me deram tanta força logo após o acidente? Eu confesso: foi um grande equívoco da minha parte, mas não atirem pedras em mim ou não fiquem decepcionados.

Apesar de tudo, tentarei me defender. Muitos deles já foram citados ou homenageados por aqui devido aos seus feitos ou por terem me aturado durante os meus momentos mais geniosos. Aliás, é um dos meus grandes defeitos. Além disso, os grandes parceiros também tiveram importância fundamental para superar os percalços. Se não fosse esse seleto grupo, com certeza as dores do acidente e das outras perdas seriam muito mais dolorosas.

Ou seja, a maioria deles me incentivou a olhar sempre para frente e partir rumo ao recomeço durante as minhas confidências e insistentes conversas. Afinal, se eu consegui as novas amizades ao optar por esse caminho, certamente obtive êxito graças aos antigos amigos. Caso eu tivesse dinheiro suficiente, faria uma grande festa para todos se conhecerem ou se confraternizarem.

Os companheiros de longa data provaram a tamanha consideração por mim. Mostraram a essência da palavra amizade a uma pessoa arrebentada em todos os sentidos. Muitos deles estavam distantes há algum tempo ou mesmo mantinham pouco contato. Porém, se tornaram novamente presentes logo quando souberam do acidente. Voltaram ao meu convívio para minha alegria. Não tenho como deixar de citar esse desastre, pois o mesmo me trouxe marcas que carregarei para sempre.

Nesta lista, estão duas amigas dos tempos de adolescência. Na verdade, são as irmãzinhas que eu nunca tive porque cuidava delas como tal devido ao tamanho carinho. Quando precisavam, eu virava um verdadeiro cão de guarda da Tatiana e da Milena em qualquer ambiente. Em outros momentos, era o ponto de vista masculino nas conversas e diálogos. A seguir uma foto da nossa última saída nos embalos de sábado à noite:



Outros amigos do trabalho me acompanharam desde os primeiros dias após o desastre. Alguns fizeram até questão de me visitar no hospital, como fizeram a Karina, o Sílvio e o Willian. Os três foram me ver para dar aquele apoio moral num momento muito difícil. Bom, ainda devo uma imagem do Sílvio, mas a Karina não escapa. Essa imagem dela foi tirada como uma brincadeira em pleno horário de trabalho por pura descontração:




Já a amizade com o Willian vinha muito antes dele desembarcar na redação onde trabalho. O contato era desde os tempos em que ele fazia parte da assessoria de imprensa da Secretaria de Trabalho de São Paulo. Com o tempo, provou um verdadeiro parceiro nas horas complicadas e também nas bebedeiras, como costuma acontecer nas caminhadas da rua Augusta:



Na redação, ainda tem o grande Herculano. Importado dos pampas gaúchos, esse baita repórter chegou do sul do país para fazer história. Sempre presente entre os amigos, a única suspeita de todos é o fato dele morar na rua Frei Caneca.

Bom, ele garante que é macho, mesmo com residência fixada em pleno reduto gay da capital paulista. Vou acreditar nele, afinal o cara sempre se mostrou verdadeiro quando o assunto é amizade. Pelo menos, mostrou essa disposição quando me telefonava para saber notícias minhas:

Existem outras pessoas que apareceram depois de muito tempo sem qualquer contato. A modernidade da internet fez com que a Lissandra me encontrasse por meio dos sites de relacionamento. Sem notícias dela há nove anos, essa retomada foi muito natural. Por e-mail, recados no orkut e via messenger, deu aquela força enquanto estava afastado das minhas funções pelo INSS.
Na verdade, é uma mulher linda por dentro e por fora. São poucas as pessoas que dão tamanha atenção a quem se recupera. Às vezes, penso se merecia tanto. Nunca esquecerei. Como não havia uma foto dela, o jeito foi roubar uma na página dela no orkut. Cometi um crime, mas é por uma boa causa, Lissa:


Nos tempos de recuperação, também recebi o apoio dos amigos deixados lá em São José dos Campos na minha passagem por três anos na imprensa do Vale do Paraíba. Ao saber da minha situação, a querida amiga Eliane sempre me procurava para receber notícias minhas. A ajuda dela veio de outras épocas, inclusive me auxiliou a arrumar serviço nos tempos de desemprego.
Apesar dela estar um tanto ressentida comigo, eu nunca me esqueço dela. Não fica brava não porque você ainda mora no meu coração, miguinha. Assim, mostro uma foto mais antiga dos tempos em que a visitava na sua terra natal:


Ainda de São José dos Campos, tem o Aurélio, um parceiro e verdadeiro irmão. Sempre presente quando morava por lá, foi um o meu principal companheiro de festas, baladas e nos momentos ruins nos tempos do Vale. Por isso, fez questão de me convidar e garantir minha presença no seu casamento com a Tatiana. Para mim, esse chamado serviu para mostrar a tamanha consideração dele em relação a mim. Veio num período em que ainda tinha perdido o amor a mim mesmo.
Com as dificuldades e dores, fiz questão de prestigiá-lo no momento mais importante da sua vida. Com direito ao uso de bengala, montei um grandioso esquema para ser testemunha do seu matrimônio, tanto na cerimônia religiosa quanto na festa de comemoração. A felicidade dele foi enorme. Fiz questão de ser um dos últimos a ir embora. A seguir, a foto antes do encerramento junto com os noivos, a Larissa (a irmã da noiva) e o Marcelo:



E como poderia esquecer do Leandro e do Juca? O primeiro deles me acompanha desde os tempos da faculdade de jornalismo. Nos cruzamos em três redações diferentes. Com seu jeito expansivo e irreverente, sempre me telefonava ou trocava mensagens via messenger para saber como estava. Esse "irmão" (ele chama todos desta forma) sempre se preocupava comigo. O grande problema é que não tenho nenhuma foto dele por aqui. Que azar. Mas fica a minha lembrança.
Já o Juca caminha comigo desde os tempos de escola, quando nós estudávamos no antigo primeiro grau. Cada um seguiu seu caminho profissional, mas a amizade permaneceu desde então. Ele foi para o Japão e voltou, estudou odonto até se formar e, no meu caso, morei fora da região de Suzano por duas ocasiões. Nem isso foi suficiente para arranhar a nossa amizade.
Fora isso, um ajuda o outro nos momentos de dificuldades. Para melhorar a situação, houve a coincidência dos dois ficarem solteiros nesse período de recuperação e recomeço. Por isso, voltamos a cair na balada para compensar os desencontros dessa fase. Afinal, ele ficava sem namorada quando eu estava num relacionamento e vice-versa. Agora, sempre me leva para os embalos noturnos. Essa foto foi feita numa de nossas investidas nas pistas:

Ao mostrar todas essas pessoas, eu falo de boca cheia. Ainda bem que tenho muitos amigos. Melhor ainda é ter conquistado cada um com a minha forma de ser e sem qualquer tipo de interesse ou oportunismo. Como consequência, eles estenderam as mãos quando mais precisei, seja com um semples telefonema, ou uma visita ou pela internet.

Eles também conseguiram mostrar que as minhas perdas eram apenas uma provação para ter ganhos ainda mais valiosos. Já pensou se eu não atendesse aos conselhos deles e deixasse de recomeçar? Não teria progredido, muito menos conquistado as novas amizades. Se voltei à trilha conhecida como vida, todos tiveram uma enorme colaboração. E continuem na minha companhia porque também não vou abandoná-los como prova da minha gratidão.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

As amizades do recomeço

De volta a esse meu próprio universo, abandonado por mim mesmo devido à falta de tempo. Nada como retornar a esse mundo paralelo com algo tão importante. Talvez esse contexto aqui também se tornará essencial para muitas outras pessoas. Afinal de contas, elas se tornaram muito especiais porque deram uma enorme contribuição a esse meu recomeço. Na verdade, fizeram a retomada à trilha da vida ficar menos dolorosa, ao oferecerem uma uma coisa tão simples, porém muito valiosa: a amizade.

Sempre pensava como eu ficaria por dentro desde quando resolvi recomeçar e não mais olhar para trás. Bateu muita insegurança no meu peito, mas continuei tudo isso com muita coragem. Não era a praça da Sé, mas eu parti do marco zero em tudo. Havia perdido o movimento da minha perna esquerda devido ao acidente, o meu carro e, sobretudo, alguém que pensava ser a mulher da minha vida. Em razão desse último quesito, também esqueci do amor por mim mesmo.

Por outro lado, eu pensava. Por que manter um clima de derrota se alguém lá em cima me deu uma dádiva tão grande como nascer de novo? Parti desse indicativo. No entanto, foi difícil seguir essa decisão. Sofri, como ainda guardo um pouco das dores físicas na perna e no coração, agora menos machucado porque as feridas começaram a cicatrizar após um longo período de recuperação.

Ao percorrer esse caminho, voltei a trabalhar. De quebra, restabeleci contatos com alguns amigos. Eles me receberam com tanto carinho e atenção. Para mim, essa situação me dava um conforto enorme e, desta forma, achava o suficiente para vencer os entraves existentes nesse tortuoso trajeto. Porém, a grande surpresa ainda estava para chegar.

A cada passo nessa trilha escolhida, eu me deparava com novas amizades. A aproximação foi tão imediata. No início, gerou uma certa desconfiança vencida pela naturalidade de como essas pessoas entraram na minha vida. Além disso, elas foram cacifadas por alguns amigos que me apoiaram muito logo após o acidente.

De forma bem sutil, entraram nessa importante lista o Fabiano Nunes, que antes conhecia por trabalhar na mesma redação, mas não tinha tanto contato. Descobri nele um grande cara. Um exemplo claro é que sempre paramos para nos distrairmos na mesa de um bar, como mostra essa imagem:



Tem também gente que veio de outra região do país. Por intermédio da Jussara, outra companheira de redação, tive a oportunidade de conhecer a Erika. Moça arretada e muito legal. Apesar do pouco tempo de convívio, conseguiu deixar suas marcas por aqui:



Além disso, chegaram a Fernanda, o Guilherme, a Luciana, o Fábio e o Edu. Conheci esse pessoal todo por meio do Willian, outro grande parceiro. A aproximação foi tão rápida a ponto de nos reunirmos quase todas as semanas. A seguir, apresento todos eles nessa foto que detalha nossas aventuras pela Rua Augusta:



Outra coisa legal foi descobrir que a Luciana e eu fazemos aniversário no mesmo dia. Então, um brinde a essa data:



E essa lista não para por aí. Por conta de amigos comuns, também apareceram outras amigas muito legais. Nessa leva chegou a Thaís através de outros repórteres que cobrem os meios policiais no jornalismo. Assim, ela também trouxe outras pessoas interessantes, como a Carla e o Rafael. O relacionamento se estreitou de forma bastante imediata, a ponto de também nos reunirmos sempre:


Esses encontros acontecem até durante o expediente. Nem o almoço escapa do clima de festa. Foi preciso colocar essa foto para citar a Dominick, a autora dessa pose. Faço isso porque não tenho nenhuma imagem minha com ela:


Depois de mostrar tudo isso, mais uma vez chego à conclusão de que fiz a escolha certa ao tomar esse rumo. Falo isso com convicção porque todas essas novas amizades me aceitaram como eu realmente sou. Não precisei mudar ou fazer a tradicional média tão praticada nesse mundo. Ao me receberem bem, eu só tenho a oferecer um pequeno pedaço do meu coração para cada um.

Afinal, já é algo recíproco, pois eu já guardo todos individualmente em cada uma das partes loteadas do meu coração, por um motivo puro e simples. Essas novas amizades colaboram para eu ser uma pessoa cada vez melhor, conforme havia prometido durante o recomeço. Além disso, ajudam a agilizar a formação das cicatrizes das feridas antes abertas no meu íntimo.

Se ainda não estou totalmente curado, chegarei a esse objetivo por uma grande razão. Os novos amigos apostaram em mim como um grande parceiro. Se fizeram isso, é porque talvez eu tenha o meu valor. E assim farei como prova da minha gratidão.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Oito meses de alegria

Mais um mês se passou nessa contagem regressiva. E como tudo transcorre muito rapidamente. Afinal de contas, já estamos no oitavo mês de existência dessa pequenina vida. Em pouco tempo, trouxe muita felicidade e amor na família. Todos sabem de quem eu falo. Ou seja, não tem como passar em branco essa data tão importante para a Rafalela, a sobrinha do tio coruja.

Afinal de contas, a chegada dela trouxe muito amor a todos nós. Sempre me lembro de quando ela nasceu. Tinha tanto medo de pegá-la no colo porque achava que poderia machucá-la por ser tão frágil e delicada como parecia ser. Passado todo esse período, ela já brinca, faz bagunças, ensaia algumas sílabas, grita e chama a atenção de todos os adultos. Tem como não se render a essa fofura?

No meu caso, essa pequena pessoa trouxe coisas grandiosas a um adulto como eu. Além de conquistar o amor de todos, também proporcionou o espírito de criança nos parentes ao seu redor. Lembre-se que essa sensação é a mais pura de todas por resgatar a sinceridade, a alegria e a falta de preocupação da vida adulta. Na verdade, transforma uma pessoa em um ser completamente verdadeira.

A Rafaela também chegou num momento muito difícil da minha vida. Sua aparição ajudou muito a me recuperar tanto fisicamente devido a um acidente, quanto emocionalmente numa hora em que estava destruído por perceber uma escolha totalmente errada. Foi essa pequena vida que ainda manteve a essência da palavra amor na minha alma. Isso em tão pouco tempo.

Por essas e outras que preciso sempre retribuir essas dádivas que a Rafaela trouxe para meu dia-a-dia. O jeito é bajular sempre a querida sobrinha. E vamos rumo ao primeiro ano de vida desta pequena criança.

Enquanto essa data não chega, continuo com a missão de mostrar imagens dos momentos dessa fofura que regou o coração de todos com amor. Esse flagrante foi quando ela puxava um lenço umidecido das mãos da mãe dela:




Em seguida, ela tentou limpar a sua boca no modo dela, claro:


Dias mais tarde, voltei à casa dela e presenciei enquanto ela brincava na cama:


Num outro dia, a Rafaela chegou em casa e olha só a surpresa que ela me fez ao entrar no meu quarto:



Depois, era só risada de tanto que eu brincava com ela:



Agora eu pergunto. Tem como não falar bem dessa pequena vida que trouxe tanto conforto para mim? Talvez eu faça isso por ser um tio de primeira viagem. Mas é muito bom tudo isso. Trata-se de uma forma de resgatar o espírito familiar em mim.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na Capital do Poder - Epílogo

Entenda Brasília

Eu sempre tive a vontade de utilizar essa palavra em algum texto ou coisa parecida. Quando criança, costumava ver escrito "epílogo" nos filmes de faroeste que meu pai assistia na antiga TV Record, antes dela ser dos bispos da Igreja Universal. A palavra era estampada na parte final da transmissão do título, já que a emissora sempre faz essa divisão para passar os comerciais.

Naquela época, eu perguntei para minha mãe o significado da palavra. Prontamente, ela respondeu que tratava-se da parte final do filme. No entanto, a mesma pode ser empregada em outras oportunidades. Assim, farei isso a partir de agora.

Para utilizá-la em grande estilo, esse epílogo sobre a Capital do Poder não será de histórias ou detalhes da minha visita. Decidi fazer uma espécie de glossário sobre Brasília como forma de mostrar e entender melhor essa cidade, tão única e diferente. Lá, são usados termos, denominações e divisão por endereços completamente diferentes dos demais municípios, inclusive São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, entre outros.

Quem for à capital do país, poderá contar com informações mais específicas do que a gente sempre ouve no noticiário, lê nos textos dos jornais ou coisa parecida. Mas muitos sequer sabem o significado delas. Então, vamos lá.

Planejada por Lúcio Costa, Brasília foi desenvolvida de uma forma que cidade tem formato de um avião. É só conferir no mapa abaixo. Quem quiser vê-la com mais propriedade, basta clicar em cima da figura:



Como pôde-se ver, Brasília é basicamente cortada em duas grandes avenidas que se cruzam e abrangem toda essa região do mapa. Será o nosso ponto de partida.

Eixo Monumental: a grande avenida tem o sentido leste-oeste e divide a Capital do Poder em duas regiões: a Asa Norte (à direita) e a Asa Sul (à esquerda). Além disso, a grande via também leva as pessoas à Esplanada dos Ministérios e termina bem onde ficam o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Palácio do Supremo Tribunal Federal (STF).

Eixo Rodoviário: essa outra via vai do sentido norte-sul e liga a Asa Sul à Asa Norte ou vice-versa. Na prática, quem observa a ilustração, percebe que as duas asas de Brasília foram formadas em torno dessa grande via.

Além disso, existem outras denominações sempre mencionadas, mas difíceis de entender para as pessoas de fora de Brasília.

Plano Piloto: é toda a região abrangida pelo projeto inicial projetado por Lúcio Costa. Trata-se de toda a área onde fica Brasília e o Parque Nacional de Brasília. Tudo dentro de Brasília está no Plano Piloto.

Asas: são áreas compostas basicamente pelas super quadras residenciais, quadras comerciais e entre quadras de lazer e diversão. Elas foram formadas em volta do Eixo Rodoviário e dão a Brasília o tal formato de avião.

Setores: determinados ramos foram colocados de forma amplamente planejados em concentrações dentro de Brasília chamados de setores. Por exemplo, as residências ficam num só local. O mesmo acontece com o comércio e os hotéis. Desta forma, os endereços são baseados nesses setores e não convencionalmente pelos tradicionais logradouros utilizados nos demais municípios. Essa organização sempre leva em consideração a região norte e sul.

Exemplos de alguns setores:

CLN: Comércio Local Norte
CLS: Comércio Local Sul
SAN: Setor de Autarquias Norte
SAS: Setor de Autarquias Sul
SBN: Setor Bancário Norte
SBS: Setor Bancário Sul
SHN: Setor Hoteleiro Norte
SHS: Setor Hoteleiro Sul

Cidade satélite: são regiões organizadas administrativamente dentro do Distrito Federal. É basicamente tudo que está fora do Plano Piloto. Na prática, tratam-se de concentrações existentes no subúrbio de Brasília.

Exemplos: Ceilândia, Gama, Paranoá e Guará.

Essas informações foram coletadas durante minha permanência em Brasília por meio da mais pura técnica praticada dentro do jornalismo. Consegui apurar tudo isso nas conversas com funcionários do hotel onde fiquei e também junto ao motorista da van que nos transportava. Só espero ter dado a minha pequena contribuição para ajudar quem for à Capital do Poder. E fico na expectativa de uma próxima oportunidade.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Dia das Crianças como tio

Consegui uma folga em meio a essa data, apesar do esquema de plantão no jornal. Muitos ainda pensam que todos nós deixamos de trabalhar porque é o Dia das Crianças. Na verdade, o feriado ocorre porque trata-se do dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Independentemente do motivo, as duas situações precisam ser comemoradas.

No entanto, o meu porquê principal de festejar neste dia 12 de outubro é por passar por esta data pela primeira vez na condição de tio. Devido a esse fato, o espírito de criança está muito mais aflorado. Tanto que resolvi postar uma imagem minha dos meus tempos de bebê. A foto é de 1976, direto do túnel do tempo.

Por outro lado, aproveitei a folga para cumprir a minha missão desta data. Por falta de tempo, ainda não havia comprado aquele presente para minha sobrinha. Mesmo que os meus amigos e amigas me chamem de babão ou coruja demais, a Rafaela merece um mimo, não é mesmo. Afinal de contas é o dia dela, o primeiro de muitos que ela passará com a nossa família.

Saí de casa com intuito de enfrentar um shopping center. Normalmente, costumo fugir desse ambiente igual quando o diabo tenta escapar da cruz. Mas nesse caso, o sacrifício tinha justificativa. Nos corredores do centro de compras existente em Suzano, muita fila dos pais em busca do presente na última hora. No meu caso, um tio atrás disso.

Levei um certo tempo para achar o brinquedo certo para a pequena sobrinha. Acredito ter encontrado o presente certo para o perfil dessa criança, que simplesmente adora uma bagunça. Pelo menos, vai honrar as raízes do pai e do tio, que sempre deram trabalho nesse quesito.

Com o presente embaixo do braço, fui visitar a Rafaela para entregar o pacote. Ao entregá-lo à bebê, a reação dela foi de total surpresa:




Porém, a sobrinha abriu o presente com a ajuda da mãe, evidentemente. Como as crianças percebem o tamanho carinho dos adultos. Isso acontece a ponto de deixar a criança agitada. Olha só a felicidade dela com o papel do embrulho:



A alegria da Rafaela era contagiante. O jeito foi organizar os brinquedos dados carinhosamente à menina no seu andador. Ela queria brincar com todos os presentes de uma só vez. No seu mais recente veículo de locomoção, estavam os mimos do pai babão e do tio coruja:



O presente escolhido pelo tio aqui foi um tambor eletrônico em que ela bate as suas pequenas mas potentes mãos para a música do brinquedo tocar. Foi o jeito de estimulá-la a dar os seus primeiros tapas, já que adora fazer isso principalmente quando quer chamar atenção de todos para bagunçar e brincar.

A tamanha felicidade de pequena criança apenas serviu para amolecer ainda mais o coração do tio. As reações de alegria e vivacidade da sobrinha mostraram como é bom estar perto da família. Afinal, criança não mente e não engana quando gosta de alguém. Essa situação serviu para mostrar que sou amado por ela. Cheguei à conclusão que de fato esses pequenos cidadãos percebem quando há carinho por parte dos adultos. Ainda bem.

domingo, 11 de outubro de 2009

Na Capital do Poder - parte 6

As últimas horas em Brasília

Último dia do congresso das concessionárias de veículos na Capital do Poder. De fato, o clima era de encerramento e final de festa. As últimas palestras realizadas no Centro de Convenções Ulisses Guimarães mostravam que muitos participantes já queriam ir embora. Como manda o figurino, fiz a última sondagem nos estandes e nas apresentações em busca de novas pautas interessantes para o meu dia-a-dia.

Assisti a uma palestra do ex-ministro da Fazenda, o economista Mailson da Nóbrega. Na verdade, o cansaço da vasta programação do evento aliado com a semana anterior repleta de trabalho conseguiu me vencer. Inevitavelmente, dei aquelas tradicionais pescadas de sono. Mas apesar da minha pouca disposição, consegui prestar atenção em boas partes dessa apresentação.

Responsável pelo Plano Verão durante o governo de José Sarney, Mailson da Nóbrega arrancou muitos risos do público presente com suas ironias e críticas à atual gestão da economia no país. Na ocasião, disse que a estabilidade da economia não é só méritos do presidente Lula, mas houve a contribuição de todos os presidentes do período pós-ditadura militar.

Bom, o raciocínio é muito cômodo para ele dizer, afinal comandou o Ministério da Fazenda num período turbulento (1987-1990), justamente quando as medidas governamentais não conseguiram controlar a inflação. No entanto, isso não tira o seu vasto conhecimento no assunto, afinal é uma das principais autoridades em economia no Brasil. Além disso, essa tese do ex-ministro, de que houve contribuição de vários presidentes, tem sentido.

Afinal de contas, o mercado brasileiro começou a ficar mais competitivo quando Fernando Collor (1990-1992) abriu as portas para a importação. Depois, as medidas que criariam o bem sucedido Plano Real tiveram sua fase de gestação na época de Itamar Franco (1992-1994).

Já a consolidação da estabilidade da moeda chegou com Fernando Henrique Cardoso (1995-1999 e 1999-2002), que gerenciou as próprias iniciativas comandadas por ele mesmo quando foi ministro da Fazenda. Por último, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007 até hoje) surpreendeu o mercado ao manter o pilar de sustentação do Plano Real e até mesmo foi mais ortodoxo do esperado ao controlar a inflação com o aumento e baixa em ritmo lento da taxa básica de juros, a Selic. Bom, chega. Fiz esse retrospecto só para visualizar a tese de Mailson da Nóbrega.

Depois dessa palestra, percebi que não tinha nenhuma outra palestra do congresso para correr atrás. Então, o jeito foi me preparar para o retorno a São Paulo. Com as malas na mão, decidi ir ao aeroporto para tentar antecipar o meu voo para da Capital do Poder para a capital paulista. Junto com outros jornalistas e o meu código do bilhete na mão, fui a um dos guichês da companhia aérea. Infelizmente, minha primeira tentativa de adiantar minha volta foi em vão.

O atendente explicou que só seria possível antecipar o voo para São Paulo se pagasse uma diferença de R$ 400. Para ele, a cobrança ocorreria porque o preço da passagem para o horário até então marcado costumava ser mais barato em relação ao considerado de pico. Falei que não pagaria por isso e aguardaria até a minha hora.

Em seguida, um dos jornalistas do grupo contou que havia conseguido fazer o mesmo adiantamento. Eu estranhei e, desta forma, o colega me levou para o mesmo guichê onde estava a atendente que conseguiu fazer a mudança para ele. Bonita e simpática, ela foi altamente eficiente e disse que era possível fazer a alteração desejada. Obtive êxito na segunda tentativa.

Parabéns para ela e nota zero para o funcionário anterior, que não prestou o serviço necessário. Só não entendo como paira a falta de preparo dentro de uma companhia aérea. Como pode ter tamanha diferença de atendimento? Mas o importante é que consegui voltar mais cedo, pois ainda teria a jornada para retornar a Suzano.

Reclamações a parte nesse final, minha primeira inserção na Capital do Poder foi bastante interessante em todos os âmbitos. Foi a oportunidade de conhecer onde todas as decisões políticas e administrativas do país são tomadas.

Além disso, aproveitei para ver as últimas novidades da área de vendas de veículos na véspera do retorno da cobrança gradativa do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o preço dos carros. Também fiz novas ou consolidei as amizades dentro da profissão. Que venham novas oportunidades para eu poder aliar os aspectos de trabalho, diversão e aprendizagem numa tacada só. Mas a saga ainda não terminou. Na próxima e última parte, prometo ser didático para encerrar com chave de ouro.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Escola de jornalismo

Ao ligar o meu celular após os treinos diários aliados com a reabilitação, havia um recado no correio de voz. Como sempre, ouvi a mensagem deixada. O autor era o jornalista do Diário de Mogi, Evaldo Novelini, que havia pedido para retornar o telefonema deixado enquanto o aparelho estava desativado. Imediatamente liguei porque imaginei na possibilidade dele precisar de ajuda. Afinal, um colega de profissão sempre auxilia o outro.

Ao fazer esse telefonema, tive uma feliz surpresa. Na verdade, esse companheiro de batalhas queria fazer uma entrevista. Muito engraçado, pois foi uma inversão dos papéis. De costumeiro entrevistador, virei personagem. A intenção dele era conversar com profissionais dessa área que tinham atuado nesse jornal.

Desta forma, Evaldo me explicou que queria mostrar como foi a trajetória de alguns jornalistas da grande imprensa durante a passagem pelo Diário de Mogi. Respondi as perguntas feitas por esse bom profissional, com vasta carreira na região do Alto Tietê. A ideia da pauta era para comemorar as 15 mil edições desse matutino.

A entrevista foi feita no dia 22 de setembro. A curiosidade foi muito maior, então perguntei quando essa edição comemorativa seria publicada. Imediatamente, Evaldo respondeu que seria no domingo seguinte, 27 de setembro. Então, o jeito foi conferir o jornal desta última data.

O resultado final me surpreendeu. Nunca imaginei que seria desta forma. Assim, a página da reportagem na qual participei ficou desta maneira:


Quando vi a página da forma que foi publicada, a alegria foi muito maior do imaginado. O motivo é um só. Nela, estou no meio de jornalistas importantes e que se destacam dentro da grande imprensa. Sem falsa modéstia, ainda não sei se estou à altura dos demais citados na mesma reportagem. É muita responsabilidade estar num grupo tão seleto como esse.
Minha conclusão é que passei no vestibular para ingressar nessa profissão, conhecido como Diário de Mogi. Esse jornal me ensinou preceitos básicos da profissão quando eu iniciei no ramo. Foi essencial para me sustentar onde estou hoje. Para mim, trata-se de um grande reconhecimento. Interpreto essa situação como um recado de que continuo no caminho certo.
Por isso, me orgulho de ter subido cada degrau dessa escada chamada jornalismo. Uma hora, a gente desce um deles, mas logo subimos duas passadas para progredir. Fiquei muito feliz porque interpreto isso como se fosse uma grande homenagem. Só tenho a agradecer pela lembrança e paciência de ter me ensinado a escrever.
Nesta relação, destacam-se Darwin Valente, Célia Sato e Edson Martins, entre outros profissionais dessa minha passagem, entre 1997 e 2000. Apesar de rígidos no início, consegui ter a percepção de que eles prezavam pela qualidade e se preocupavam em ensinar, de maneira informal e ao pé do ouvido.
Talvez, essa seja a fórmula mais eficaz para se montar uma verdadeira escola de jornalismo. Ainda bem que fui considerado um dos alunos bem sucedidos desta pequena, mas eficiente academia. E agradeço ao Evaldo pela oportunidade. Continue nesse mesmo caminho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A sinceridade de uma xerife

Em meio ao trabalho na redação, abri o meu e-mail pessoal. Quando o acessei, tive uma grata e surpreendente surpresa. Havia uma mensagem de uma pessoa com um nome que não era estranho. Ao abri-lo, era um recado da diretora da Vigilância Sanitária na região do Alto Tietê, Lana Cristina Spaolonzi Daibs.

Para quem não se lembra, ela foi personagem de uma postagem contada aqui mesmo. Antes de virar a xerife da Lei Antifumo aqui nessa região, Lana foi professora de História do Brasil nos meus tempos de escola. A recordação veio depois da entrevista dela publicada num domingo (20-09), no jornal Mogi News.

Interessado no conteúdo, resolvi ler. Inevitavelmente, vieram as lembranças de quando ela lecionou na minha sala. Imediatamente, encaminhei um e-mail para elogiar a reportagem feita pela repórter Jamile Santana. E o assunto todo não parou por aí. Sensibilizado com o conteúdo, o editor-chefe Márcio Siqueira o publicou no matutino.

Assim, a xerife da Lei Antifumo decidiu elogiar o que havia contado. E, ao mesmo tempo, se divertiu com o assunto. É só conferir o e-mail enviado diretamente à minha caixa pessoal:

"Olá Eric, tudo bem?

Morri de rir com os seus comentários de minha entrevista no MN, sua memória é ótima!

Muito obrigado pelos elogios. É bom saber que eu contribui para sua formação, e acho muito legal você estar no jornal que está.

Parabéns e muito sucesso.

Abraços

Lana Daibs"

Na verdade, a sinceridade da xerife foi gerada graças a um comentário feito numa boa entrevista feita pela repórter. Então, passo os méritos para a autora porque a alegria da personagem só aconteceu porque o texto me levou de volta aos tempos de escola. E esse é o objetivo de quem escreve no jornal.

De fato, a professora Lana contribuiu para minha formação. Mas os elogios devem ficar para quem escreveu a entrevista porque foi o início de tudo, chamada Jamile Santana. Parabéns. E quem quiser ver a minha viagem aos tempos da escola, pode conferir o http://eric-fujita.blogspot.com/2009/09/de-professora-xerife-da-vigilancia.html.