Depois de um longo e tenebroso inverno, minha vida finalmente voltou ao normal. Faço quase tudo que realizava antes do acidente. Falta muito pouco, como correr como fazia. Mas isso eu consigo novamente. Além disso, precisei retomar algo até então adormecido devido ao período de namoro. Estou de volta ao circuito.
É o jeito, não é mesmo? Esse retorno às paradas de sucesso começou bem agitado. Festas, aniversários e reuniões de jornalistas para beber e falar bobagens após um dia pesado de trabalho. Apesar de frequentar novamente esses ambientes, essa volta foi muito mais que uma simples retomada. O significado disso tem algo bem além.
Só pode ser coisa enviada por alguém lá de cima. Um exemplo disso foi o show da banda baiana Chiclete com Banana. Confesso que não é o meu estilo favorito. Porém, resolvi aceitar o convite do amigo Juca para ir à apresentação junto com os demais colegas. Afinal, continuo perdido e deslocado porque fiquei muito tempo isolado, tanto pela recuperação quanto devido a um relacionamento. Foi uma forma de conhecer mais pessoas.
O clima era muito descontraído. Muitos risos, várias brincadeiras e novas amizades. É legal encontrar uma turma com bastante alto astral. Foi divertido. Dei muitas gargalhadas. Coitado do motorista da van que nos levou. Deve ter ficado com uma dor de ouvido de tanta bobagem e gritaria que fizemos. Coisas dignas de adolescentes tardios. Mas, quem se importa com isso? Ou o importante é ser feliz?
Assim, a van partiu de Suzano em direção a São Bernardo do Campo, onde morei por um ano e dez meses. Bela cidade. A apresentação era no Estância Alto da Serra. Foi preciso voltar para a casa dos meus pais para frequentar esse local. Nunca havia ido lá quando morava na região do ABC.
No estacionamento, aproveitamos para nos refrescar da viagem. Afinal, a rodovia Índio Tibiriçá estressa qualquer um de tão perigosa. Conversamos, bagunçamos e fizemos pose para várias fotos. Essa foi a imagem oficial do grupo todo:
Eu entrei numa delas de bico:
Entramos na arena onde aconteceria a apresentação da banda. Quanta gente. No início, fiquei até assustado da quantidade de espectadores. Mas depois me acostumei ao ambiente em meio às brincadeiras e o clima descontraído do grupo. No entanto, a melhor parte do dia ainda nem havia chegado.
Isso mesmo. Além da diversão, dos sorrisos garantidos e da grande variedade de mulheres bonitas, algo me chamou a atenção. Sem qualquer planejamento, percebi aos poucos que subiria mais um degrau do meu caminho rumo à superação. A presença de quem nunca imaginava ver de novo poderia até me causar um certo desconforto. Ocorreu exatamente o contrário. Depois, dizem que Deus não existe.
A surpresa também foi enorme. Por outro lado, a paciência e serenidade adquiridas na fase de recuperação trouxeram uma outra sensação completamente diferente do imaginado. Em vez da tristeza e decepção, veio uma alegria descomunal sem ter como mensurar. A felicidade chegou porque mostrei involuntariamente que estou novamente bem fisicamente, reabilitado e sem qualquer sequelas, como me encontrava antes do abandono. Quer coisa melhor?
Não sei se incomodei. Nem prestei atenção nisso, pois eu tinha coisas mais importantes para fazer naquela ocasião, como curtir esse retorno ao circuito. Não era bem o que queria, mas foi a minha única alternativa como forma de conhecer novos colegas e aproveitar o tempo perdido.
O acidente me trouxe muito sofrimento. Porém, também vieram muitos ensinamentos para levar por toda a vida. Aos poucos, vieram as respostas das minhas perguntas feitas nesse momento tenebroso. Uma delas é olhar para frente, não importa como. A outra foi valorizar ainda mais um clichê usado como lema no meu coração: "aproveite cada segundo como se fosse uma eternidade. Assim, você terá muitas histórias para contar". Talvez, esse será o meu único legado.
Um comentário:
oi Erik
e a Giovanna
e essas fotos ae cara
saudades das baladinhas
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
bjus
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