Como gostaria de começar com a primeira postagem do ano com algo alegre, ou desejar aquele tradicional "Feliz Ano Novo" para todos os amigos e amigas. Mas infelizmente não consigo isso por ser uma pessoa sincera até demais. Na verdade, minha tristeza logo nesse início de 2010 ocorre principalmente devido às fortes chuvas dessa virada. As tempestades acabaram com São Luís do Paraitinga, destruíram parte de Cunha e de Angra dos Reis. Para quem não sabe, são cidades que têm e fazem parte da minha história.
Só para refrescar a memória e o lado jornalístico, o primeiro município foi invadido pelas águas do Rio Paraitinga por conta das chuvas torrenciais a ponto de alagar toda área central. Nos outros dois, houve deslizamentos. Em Angra, várias pessoas ficaram soterradas, a ponto de muitos morrerem. Só não colocarei números porque esse texto pode ficar defasado logo com a agilidade da internet.
Então, o jeito é contar histórias, as boas claro para justificar a minha tamanha tristeza. Afinal, a bucólica São Luís do Paraitinga sempre me traz ótimas lembranças. Ao visitar o centro histórico pela primeira vez, no verão de 2001, fiquei encantado com as conservadas casas do século 19. Foi uma passagem com o grande amigo Aurélio Moreira quando íamos a Ubatuba. Para não passar em branco, ainda comprei a conhecida cachaça da cidade, a Luizense, por tamanha curiosidade. Bons tempos da minha passagem pelo Vale do Paraíba.
Mas não foi somente essa oportunidade. Ainda tive várias passagens por essa cidade. Na verdade, foram três vezes todas elas para curtir aquele maravilhoso Carnaval de marchinhas. O único tipo que realmente gosto. As composições são feitas por grupos do próprio município. Quem nunca ouviu falar do bloco Juca Teles? A manifestação popular é algo apaixonante. Presenciei essa festa nos anos de 2002, 2005 e 2007.
Confesso, cada ano com diferentes namoradas (hahahaha). Mas isso não vem ao caso e vamos voltar à parte interessante. Em todas essas ocasiões, sempre passeava pelas ruas do centro para admirar as antigas casas e a igreja matriz. Afinal, foi nessa linda capela que fui agradecer o então conquistado emprego de assessor de imprensa na Assembleia Legislativa, em pleno Carnaval de 2005. É esse mesmo local devastado pelas águas.
Nesse mesmo ano, também tive a agradável companhia da amiga Eliane Mendonça e da sobrinha dela, a Natália, durante todo o dia. A criança brincava com desenvoltura nas ruas a ponto de jogar água nos demais. Dava gosto de ver como um Carnaval à moda antiga podia encantar os mais novos. Fora outros amigos que encontrei, como Leandro Calixto. Ele estava tão animado que mal parava para me cumprimentar. Algo compreensível, pois não tinha como perder um só segundo dessa comemoração.
Ainda voltei pela última vez em 2007. Enfrentei três horas no volante ainda quando morava no ABC paulista. A disposição e a vontade eram muito maiores que o cansaço. Além disso, encontrei por acaso a então editora de economia do Diário de São Paulo, Vanessa Pessoa, e o marido dela, o César. Fora isso, achei antigos colegas de trabalho dos tempos do jornal ValeParaibano em serviço. O centro estava lotado até demais. Foi a última visita minha. Só de comparar as minhas lembranças com as fotos dos últimos dias, dá um aperto no coração.
Já Cunha tem um típico clima de interior. Passei três vezes por essa cidade, sempre para me refugiar. Uma delas foi no Carnaval de 2003. A vontade era fugir da correria habitual. Foi muito bom porque aproveitei para visitar algumas cachoeiras e curtir a tranquilidade. Até os bares eram muito aconchegantes.
Nesse mesmo ano, mais precisamente em junho, voltei para uma festa junina da cidade, conhecida como Arraiá de Itacuruçá. O evento era realizado em pleno ar livre no meio de baixas temperaturas do inverno no pé de serra. Era um frio, mas foi divertido. Fui por recomendação de uma ex-namorada. Como companheiro de empreitada, novamente o grande amigo Aurélio. Chegamos a levar gente bêbada para a enfermaria. Damos muita risada.
E a última visita em Cunha aconteceu em outubro de 2005. Queria descansar um feriado prolongado após trabalhar numa campanha a prefeito de Mogi das Cruzes. Como também havia ficado solteiro, minha vontade era o isolamento para colocar a cabeça no lugar. E funcionou muito bem. Além do sossego, alguns pontos têm vistas muito lindas. Ainda voltarei lá.
Por último, passei duas vezes por Angra dos Reis. Na última, em 2004, levei o meu irmão, o Jonathan. A gente se divertiu tanto nas praias. Só ficamos porque havia um colega que mora na cidade. Ficamos numa região mais popular do município, sem aquela ostentação vendida por revistas e a imprensa das celebridades. Mas a gente nem se importou, pois faltou pouco para entrarmos num baile funk. No final, desistimos. No entanto, foi muito engraçado.
Por esse motivo, as tragédias nessas cidades trouxeram uma mistura de ótimas recordações com um clima de tristeza. Afinal, é muito doloroso ver imagens da devastação nos locais conhecidos pessoalmente. Desta forma, o jeito é torcer e tentar ver alguma forma de poder contribuir para levantar essas regiões que me trouxe tantas alegrias e fatos que jamais me esquecerei.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
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Um comentário:
Sem palavras para comentar esses tristes fatos que servem para todos prestarem atenção no que em alguns casos onde o ser humano não pode adentrar a natureza pois nela tem regras a serem respeitadas. Momento de observar e aprender com os erros devastadores que muitas cidades através de seus habitantes tem promovido contra seu meio ambiente. No mais Fujita fico imaginando vc no baile funk kkkk. Parabéns pelo seu espaço aqui. Abs!
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