Decidi fazer uma viagem no tempo. Quem quiser embarcar nessa jornada, voltarei para o dia 11 de setembro de 2001. O motivo de escolher a data não foi o fato desse mesmo dia ter ocorrido os históricos e devastadores ataques terroristas às torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos. Aliás, esse acontecimento marcante também deixou todos apreensivos, inclusive os jornalistas de vários cantos do mundo. A tragédia ocorreu justamente no dia em que partiria em direção a Florianópolis, em Santa Catarina.
Esta seria a minha primeira longa incursão de carro. Curtiria as férias após o primeiro ano de árduo trabalho no jornal ValeParaibano, de São José dos Campos. Para essa aventura, contaria com as companhias do grande amigo Aurélio Moreira e Pedro Ivo Prates. Naquela época, nós trabalhávamos juntos nesse matutino. A viagem já tinha sido planeada três meses antes.
Desse trio, apenas Pedro Ivo continua no ValeParaibano. Hoje, ele é editor de fotografia. Já Aurélio está na assessoria de imprensa da Prefeitura de São José dos Campos. Bom, retornarei no tempo. Tudo estava programado para o grupo sair cedo. No entanto, a curiosidade jornalística falou mais alto. O jeito foi adiar a saída por algumas horas como forma de acompanhar o noticiário.
Bom, decidimos sair em direção ao nosso destino escolhido. Para essa grande viagem, contamos com o enorme apoio do seu Mário, o pai do Aurélio. Afinal, ele emprestou o carro usado nessa jornada, um confortável Vectra azul. Os gastos com combustível e possíveis danos ficaram sob nossa inteira responsabilidade. Era o mínimo que poderíamos fazer.
Começamos a nossa caminhada de 805 quilômetros que separavam São José dos Campos de Florianópolis. O percurso seria dividido entre Aurélio e eu. O Pedro Ivo só iria de carona por não ter tanta experiência no volante. A primeira e a parte mais desgastante do percurso ficou por conta do Aurélio.
Ele simplesmente pegou o pior trajeto. Conduziu o Vectra na Dutra, enfrentou congestionamentos na Marginal do Tietê e em outras ruas da capital. De quebra, guiou todo o trecho da temida Regis Bittencourt. Foi difícil. Para mim, restou o trecho entre Curitiba e Florianópolis, cuja pista era mais conservada. No entanto, enfrentei sozinho a noite e madrugada, já que os dois dormiram.
Na capital paranaense, resolvemos fazer a única pausa para descansar e nos alimentar. Escolhemos uma churrascaria muito boa. Comemos muito. Também fizemos amizade com a gerência a ponto de garantir o nosso retorno quando a gente tivesse no caminho de volta para casa. E cumprimos a nossa promessa.
Mesmo ofuscada pelos ataques terroristas, nossa viagem de carro foi emocionante. Nos cansamos muito. Enfrentamos congestionamentos, tempo ruim e até frio no trecho próximo à divisa entre São Paulo e Paraná. Foi o preço que pagamos para ter a nossa independência de locomoção na capital catarinense. Valeu a pena.
Além disso, as companhias de Aurélio e Pedro Ivo arremataram o clima de alegria nessa nossa aventura. Para resistir ao cansaço, tomamos todas as medidas possíveis e impossíveis. Eu bebi muito café para me manter acordado.
Já o Aurélio escolheu cuidadosamente na internet, as trilhas sonoras que iriam nos incentivar a seguir viagem. Para a ocasião, ele selecionou músicas das bandas Limp Bizkit e a até então desconhecida Linkin Park entre os brasileiros.
Ao chegarmos a Florianópolis, comemoramos muito. Era de madrugada e a partir de então vi como esse município é realmente lindo. A incursão serviu ainda mais para estreitar a amizade com os dois companheiros a bordo. Ainda bem.
Para mostrar ainda mais e relembrar esse momento histórico, trouxe as músicas que tocavam no carro durante essa viagem. Vale a pena ver o filme. As trilhas sonoras refletem o espírito de aventura que tomou conta de todos nós. Tenho muitas saudades desses tempos.
Um comentário:
Eric, andas nostálgico, amigo.
Olha que lembro-me muitas vezes do tempo do justi. Olhar para trás, por vezes, faz bem.
Grande viagem essa. Confesso uma pequena dor de cotovelo já que, Floripa, é um dos meus destinos de sonho.
Grande abraço.
Cláudio
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