segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Em busca de me manter humano

As diversas situações do nosso cotidiano me fazem sempre refletir. Ainda mais num final de semana, quando fico fora da redação, no ócio e com a mente mais livre para pensar. Ainda consigo isso? Mesmo assim, chego a algumas conclusões das quais eu me lembro de uma delas costumeiramente. Apesar da multidão, bate um sentimento de solidão mesmo quando estou no meio de muita gente. Trata-se do isolamento dentro de mim mesmo.

Essa sensação me traz um pouco de desconforto. Afinal, são varias as vontades quando isso acontece, como ter alguém ao meu lado ou conversar com um grande amigo ou ainda a necessidade de tomar um rumo certo na minha vida. Talvez seja estranho, pois parece coisa de adolescente para uma pessoa acima dos 30 anos. Tratam-se de conflitos internos. Pelo menos ainda tenho coração.

Então, o jeito é percorrer as ruas. Nada como uma volta de automóvel para espairecer a cabeça e atenuar um pouco esse pensamento de estar sempre sozinho. Observo as pessoas nas calçadas, presto atenção nos carros em minha volta, também aproveito para apreciar as mulheres bonitas, claro, e vejo o movimento nos bares que funcionam nos finais de semana.

Inconscientemente, pode ser uma forma de buscar um sentido para a vida ou uma mulher ideal para mim. Até me interessei em conhecer melhor uma pessoa que me chamou a atenção devido a uma conversa inteligente e com conteúdo. Porém, infelizmente eu não cruzei com ela.

Veículo estacionado. O jeito agora é dar uma caminhada nesses pontos movimentados. Nesses momentos, encontro sempre um colega e outro na diversão. Paro para conversar. Jogar papo fora é muito gostoso, pois faz me esquecer um pouco desse conflito.

Aproveito para falar de tudo um pouco. Também conto sobre meu acidente, pois até hoje ainda é o fato mais marcante ainda na minha mente. Muito bom fazer isso, mas logo chega a hora de ir embora.

Ainda dou os meus passos em direção ao carro. Aí eu vejo uma cafeteria. Por que não fazer uma pausa para um café? Aproveito para ver o fluxo de pessoas. Vejo casais que transbordam aquele sentimento de paixão mútua, famílias inteiras felizes e grupos de amigos aos risos devido ao clima descontraído. Não se trata de inveja, mas gostaria de estar pelo menos numa dessas situações. Saboreio a bebida, pago a conta e volto para minha caminhada.

Novamente de carro, faço o caminho de volta para casa. O aperto no coração fica ainda maior porque aquele sentimento de solidão retorna com tudo em meu peito. Apesar disso, era a hora de estar novamente em casa para o dia seguinte de batente. Como em todas as outras oportunidades, o passeio foi proveitoso por um simples motivo.

Apesar de parecer tudo perdido, ainda busco as coisas simples da vida, como o amor, a amizade e uma forma de viver dignamente e intensamente. Sem isso, como poderei ser humano? Algumas decepções, mágoas e tristezas já tentaram tirar essa dádiva da minha pessoa. O sofrimento é certo, pois tenho a impressão de que nado contra a maré.

Por isso, eu me isolo para meu interior como forma de ninguém roubar isso de mim. Pelo menos acho que eu ainda tenho um pouco de humanidade. Jamais quero perder isso.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As coisas simples na internet

É madrugada. Pareço uma verdadeira coruja, afinal tiro uma pequena parte desse período para navegar pela rede mundial de computadores. A viagem ao mundo por meio da banda larga. Em meio a essa aventura diária, obviamente passei pelo Orkut para ver os recados dos meus contatos. Durante esse percurso eletrônico, encontrei algo um tanto interessante na página de uma colega. São as coisas simples da vida.

Pode parecer repetitivo, mas vale a pena sempre reafirmar para todos essas palavras. Afinal de contas, nós precisamos nos levantar dos tombos tomados pelas barreiras sempre colocadas no caminho. Quando conseguimos isso, de fato nos descobrimos mais fortes e seguros para retomar os passos no meio dessa trilha. Realmente, as quedas nos deixam mais atentos aos percalços. Em alguns casos, a ponto de muita desconfiança.

Mesmo com as pancadas tomadas no nosso cotidiano, nunca devemos perder a nossa essência. É esse fator que torna uma pessoa única no meio da multidão. Se começamos a esquecer isso em razão das decepções e desilusões pregadas como provação, perdemos algo importante chamada identidade.

Com ela, conquistamos e mantemos por perto os verdadeiros amigos. Mesmo distantes, eles aparecem quando mais precisamos. Por isso, necessitamos ter caráter e dignidade para essas preciosas pessoas se identificarem com a nossa maneira de ser. Quem se aproxima por interesse ou oportunismo, como acontece em muitos casos, um dia desaparece no momento em que as dificuldades surgem. Tenha certeza disso.

As declarações só reforçam como devo de fato olhar para frente. Felizmente, a internet nos ensina seja da maneira mais criteriosa ou da forma bem inusitada, como ocorreu nesta ocasião. Assim, resolvi compartilhar com quem passa por aqui através de uma nova edição desse recado.

Se apenas reproduzisse, seria apenas uma mera cópia. Desta forma, resolvi reescrever sem mexer na essência do conteúdo da autora porque leva à reflexão. Mais um item anotado na minha caderneta. Para quem criou isso, o meu obrigado por aprender com outra dica. Isso só reiteira que precisamos viajar sempre pela internet, não importa a hora e o dia.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Falta apenas um mês

Estamos nessa data. De fato, é o início da contagem regressiva porque faltam apenas 31 dias para o aniversário da pessoa mais ilustre de nossa família. Como o tempo passa. Parece que a Rafaela nasceu ontem, mas já se passaram 11 meses desde quando ela chegou para trazer mais alegria a todos nós, inclusive ao tio coruja aqui. Essa pequena pessoa veio bem num momento em que mais precisava de ajuda e apoio.

Evidente que, sem ela entender, essa chegada foi essencial para trazer mais amor a uma pessoa até então muito arrebentada, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Foram muitas perdas, dores e sacrifício. No entanto, essa sobrinha querida encheu o coração de felicidade desde o seu nascimento até agora. Isso foi suficiente para curar algumas feridas da fase pós acidente e atenuar outras ainda existentes. Ou seja, me incentivou ao caminho da superação.

A Rafaela veio como quem não queria nada e se tornou uma verdadeira terapia. Afinal, ela cresceu junto com a minha evolução durante a fase de recuperação. Se hoje estou quase inteiro, agradeço alguém lá de cima duas vezes. Uma porque Ele deve ir muito com a minha cara por ter me salvado de um desastre. Outra porque enviou alguém do céu para trazer algo de mais sagrado ao ser humano: uma combinação de amor e sinceridade. Só encontramos isso numa criança. Mais uma vez, obrigado multiplicado por dois.

Por essas e outras que faço questão de comemorar a cada mês de aniversário dela nessa fase de bebê. É muita bajulação de um tio coruja? A resposta, claro, é sim. Mas a sobrinha merece por conseguir tudo isso já relacionado acima. E estou mais feliz ainda porque estou junto dela nesse dia em que a pequena completa 11 meses. Escrevo sobre ela pela primeira vez na presença dela. Neste momento, a bebê está bem no meu colo. Fica mais difícil digitar? Sim. Porém, quem se importa com isso? É muito mais importante com ela aqui.

Além disso, aproveitei para renovar as fotos. Fiz todas elas há alguns minutos, apenas. Nessa daqui, ela olha para o tio coruja:




Agora, ela faz questão de mostrar seus primeiros dentes:



Mesmo pequena, a Rafaela aprendeu a fazer charme na frente das lentes:



A felicidade é tanta que a bebê faz o tio de gato e sapato. Será que aprendeu com o instinto feminino?



Por essas e outras, contarei a partir de agora cada dia até o aniversário de um ano da Rafaela, no próximo mês. Um tio coruja e babão serve para isso, não é mesmo. É o mínimo que posso fazer depois dela ter trazido muitas energias positivas para mim e todos nós da família. Ela merece, mesmo com a pouca idade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Olhar para frente

Olhar para frente. Essa é a lição que nem sempre conseguimos praticar e a população de São Luís do Paraitinga mostra com muito orgulho para todo o estado e Brasil também. Assim, inicio hoje com o comentário feito por mim no blog do meu grande amigo e colega de profissão Leandro Calixto. Afinal, esse grande jornalista mostra exatamente como os moradores dessa querida cidade supera a dor de ver tudo devastado pela enchente do início do ano.

Para ver adiante, os habitantes e os frequentadores mais assíduos daquele município utilizaram o que há de melhor naquele simpático povoado. Se apegaram à alegria e a musicalidade, ao fazer uma roda de viola em frente a um restaurante do centro histórico, também atingido pela inundação. Nem mesmo o cenário de destruição foi suficiente para deixar a tristeza pairar.

Ou seja, mais uma vez o povo de São Luís do Paraitinga surpreendeu a todos com seu carisma, simplicidade e o que há de mais importante: identidade com suas raízes culturais. Ao ler o texto do amigo Leandro em seu blog, isso me encheu os olhos, ainda mais porque já fui várias vezes àquela mágica cidade. É inexplicável, mas como ela encanta. Só de lembrar, eu me emociono muito e não tenho medo de admitir isso.

Por isso, indico e peço para que todos passem pelo blog "Samba de Primeira" escrito pelo amigo Leandro Calixto e confiram o texto sobre essa roda de viola. É de uma sensibilidade ímpar do autor. Enquanto isso, minha torcida é para São Luís do Paraitinga se recuperar logo e sediar novamente o Carnaval de marchinhas, a Festa do Divino e os eventos folclóricos desse encantador povoado.

A seguir, o caminho para esse maravilhoso texto. Confiram porque é algo escrito com o coração: http://blogs.estadao.com.br/samba-de-primeira/2010/01/11/sao-luis-ja-olha-para-frente/

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Lembranças das cidades devastadas

Como gostaria de começar com a primeira postagem do ano com algo alegre, ou desejar aquele tradicional "Feliz Ano Novo" para todos os amigos e amigas. Mas infelizmente não consigo isso por ser uma pessoa sincera até demais. Na verdade, minha tristeza logo nesse início de 2010 ocorre principalmente devido às fortes chuvas dessa virada. As tempestades acabaram com São Luís do Paraitinga, destruíram parte de Cunha e de Angra dos Reis. Para quem não sabe, são cidades que têm e fazem parte da minha história.

Só para refrescar a memória e o lado jornalístico, o primeiro município foi invadido pelas águas do Rio Paraitinga por conta das chuvas torrenciais a ponto de alagar toda área central. Nos outros dois, houve deslizamentos. Em Angra, várias pessoas ficaram soterradas, a ponto de muitos morrerem. Só não colocarei números porque esse texto pode ficar defasado logo com a agilidade da internet.

Então, o jeito é contar histórias, as boas claro para justificar a minha tamanha tristeza. Afinal, a bucólica São Luís do Paraitinga sempre me traz ótimas lembranças. Ao visitar o centro histórico pela primeira vez, no verão de 2001, fiquei encantado com as conservadas casas do século 19. Foi uma passagem com o grande amigo Aurélio Moreira quando íamos a Ubatuba. Para não passar em branco, ainda comprei a conhecida cachaça da cidade, a Luizense, por tamanha curiosidade. Bons tempos da minha passagem pelo Vale do Paraíba.

Mas não foi somente essa oportunidade. Ainda tive várias passagens por essa cidade. Na verdade, foram três vezes todas elas para curtir aquele maravilhoso Carnaval de marchinhas. O único tipo que realmente gosto. As composições são feitas por grupos do próprio município. Quem nunca ouviu falar do bloco Juca Teles? A manifestação popular é algo apaixonante. Presenciei essa festa nos anos de 2002, 2005 e 2007.

Confesso, cada ano com diferentes namoradas (hahahaha). Mas isso não vem ao caso e vamos voltar à parte interessante. Em todas essas ocasiões, sempre passeava pelas ruas do centro para admirar as antigas casas e a igreja matriz. Afinal, foi nessa linda capela que fui agradecer o então conquistado emprego de assessor de imprensa na Assembleia Legislativa, em pleno Carnaval de 2005. É esse mesmo local devastado pelas águas.

Nesse mesmo ano, também tive a agradável companhia da amiga Eliane Mendonça e da sobrinha dela, a Natália, durante todo o dia. A criança brincava com desenvoltura nas ruas a ponto de jogar água nos demais. Dava gosto de ver como um Carnaval à moda antiga podia encantar os mais novos. Fora outros amigos que encontrei, como Leandro Calixto. Ele estava tão animado que mal parava para me cumprimentar. Algo compreensível, pois não tinha como perder um só segundo dessa comemoração.

Ainda voltei pela última vez em 2007. Enfrentei três horas no volante ainda quando morava no ABC paulista. A disposição e a vontade eram muito maiores que o cansaço. Além disso, encontrei por acaso a então editora de economia do Diário de São Paulo, Vanessa Pessoa, e o marido dela, o César. Fora isso, achei antigos colegas de trabalho dos tempos do jornal ValeParaibano em serviço. O centro estava lotado até demais. Foi a última visita minha. Só de comparar as minhas lembranças com as fotos dos últimos dias, dá um aperto no coração.

Já Cunha tem um típico clima de interior. Passei três vezes por essa cidade, sempre para me refugiar. Uma delas foi no Carnaval de 2003. A vontade era fugir da correria habitual. Foi muito bom porque aproveitei para visitar algumas cachoeiras e curtir a tranquilidade. Até os bares eram muito aconchegantes.

Nesse mesmo ano, mais precisamente em junho, voltei para uma festa junina da cidade, conhecida como Arraiá de Itacuruçá. O evento era realizado em pleno ar livre no meio de baixas temperaturas do inverno no pé de serra. Era um frio, mas foi divertido. Fui por recomendação de uma ex-namorada. Como companheiro de empreitada, novamente o grande amigo Aurélio. Chegamos a levar gente bêbada para a enfermaria. Damos muita risada.

E a última visita em Cunha aconteceu em outubro de 2005. Queria descansar um feriado prolongado após trabalhar numa campanha a prefeito de Mogi das Cruzes. Como também havia ficado solteiro, minha vontade era o isolamento para colocar a cabeça no lugar. E funcionou muito bem. Além do sossego, alguns pontos têm vistas muito lindas. Ainda voltarei lá.

Por último, passei duas vezes por Angra dos Reis. Na última, em 2004, levei o meu irmão, o Jonathan. A gente se divertiu tanto nas praias. Só ficamos porque havia um colega que mora na cidade. Ficamos numa região mais popular do município, sem aquela ostentação vendida por revistas e a imprensa das celebridades. Mas a gente nem se importou, pois faltou pouco para entrarmos num baile funk. No final, desistimos. No entanto, foi muito engraçado.

Por esse motivo, as tragédias nessas cidades trouxeram uma mistura de ótimas recordações com um clima de tristeza. Afinal, é muito doloroso ver imagens da devastação nos locais conhecidos pessoalmente. Desta forma, o jeito é torcer e tentar ver alguma forma de poder contribuir para levantar essas regiões que me trouxe tantas alegrias e fatos que jamais me esquecerei.