Em meio a esses 15 anos no jornalismo, pensei ter passado por todas as situações dessa profissão. Fiz reportagens exclusivas, participei de grandes coberturas e até trabalhei em campanha eleitoral com políticos do cenário nacional. Também enfrentei atraso, corte e até calote do salário, além de demissões em massa numa redação. Quando achei que nada mais aconteceria para enriquecer minha experiência, surgiu algo como uma bomba para me surpreender mais uma vez. Agora presencio uma fase de transição, com a chegada de um novo proprietário no jornal onde trabalho.
Isso mesmo. Depois de acompanhar eleições presidenciais, casos policiais de repercussão, acidentes aéreos e entrevistas com personalidades, chegou a vez de testemunhar a troca do comando do Diário de São Paulo com a compra do jornal pelo Grupo Traffic junto à Infoglobo (braço das Organizações Globo em matutinos). Para mim, tudo isso é uma grande novidade, pois nunca havia presenciado algo assim.
A notícia sobre a compra veio como um verdadeiro tsunami entre os colegas de redação, pois a mesma proliferou antes por meio de uma nota divulgada na internet no horário do almoço daquele dia 15 de outubro de 2009. A confirmação oficial só ocorreu no final da tarde. Apesar de tudo isso, o clima de expectativa continuou por muito tempo nos corredores.
Outros colegas de profissão ficavam ansiosos para saber o que aconteceria a partir de então. Mas muitos permaneceram serenos com as alterações e continuaram a trabalhar da mesma forma, sem qualquer tipo de preocupação. Eu acho que me encaixo na segunda opção, porém com uma grande curiosidade de observar os passos dos novos controladores do jornal.
A transição passou a durar todo o mês de novembro. Os funcionários foram desligados da Infoglobo e recontratados pelo Grupo Traffic. No campo editorial, o conteúdo começou a ser analisado de forma mais criteriosa pela nova direção de redação. Como consequência imediata, a capa do matutino está mais bonita e com bons assuntos para chamar a atenção do leitor.
A empresa assumiu oficialmente a edição do jornal na última terça-feira, dia 01 de dezembro. Nessa data, o dono do grupo, o empresário e jornalista J. Hawilla, fez questão de ir à redação para cumprimentar a todos os profissionais. Conversou e falou da sua felicidade em adquirir o Diário de São Paulo. Com essa compra, o jornal passa a ser carro-chefe da Rede Bom Dia, que já atuava no interior do estado.
Apesar dos contratempos burocráticos, essa fase de transição trouxe bons ensinamentos para mim. Testou minha capacidade de me adaptar a alterações bruscas, conseguiu despertar a tranquilidade em mim nesse processo todo e será responsável por eu guardar mais uma história dentro da profissão. Sem querer ser bajulador, a torcida agora é para que tudo dê certo. Se isso acontecer, eu e os meus colegas de redação serão beneficiados de alguma forma.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
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