A pedido da chefia, fui fazer uma reportagem na rua, mais precisamente nas farmácias de São Paulo. Parei na primeira drogaria, próxima ao jornal onde trabalho para conversar com o responsável pelo estabelecimento. A entrevista seria algo habitual no nosso dia-a-dia, mas a chegada de um cliente mudou completamente a situação.
Em meio à conversa, o entrevistado interrompeu a conversa para atender o consumidor recém-chegado ao local. O representante da farmácia perguntou se o rapaz gostaria de alguma coisa, mas o mesmo cliente fez uma fisionomia de que não havia entendido nenhuma palavra.
O responsável pela drogaria tentou mais uma vez. No entanto, o cliente nada respondeu com um rosto que transparecia total desconhecimento. Só começamos a entender a reação dele quando ele perguntou em inglês se alguém falava esse idioma, com a frase antológica "do you speak english?"
Eu entrei em combate a partir deste questionamento. O jeito foi praticar essa língua na qual estudei por cinco anos, nos tempos de adolescência. Disse, no mesmo idioma, que falava mais ou menos. Como ele entendeu, passei a intermediar a conversa entre o consumidor estrangeiro e o funcionário da farmácia.
Sempre em inglês, o turista me contou que passava mal desde a madrugada e fez gestos para apontar a região do estômago. Em movimentos circulares, disse que estava com problemas e começou a explicar sobre o fato de ter ido ao banheiro várias vezes.
Assim, o questionei quantas vezes ele havia ido ao banheiro. O estrangeiro respondeu que foram cinco vezes desde a madrugada daquele dia. Em seguida falei para o funcionário que se tratava de uma diarreia.
O responsável pela drogaria indicou um medicamento e explicou para mim que o mesmo deveria ser ingerido uma vez a cada seis horas. Desta forma, passei as orientações em inglês para o consumidor. Ainda perguntei se havia entendido e o rapaz me respondeu que sim.
Ele quis saber quanto custava o medicamento e, nessa intermediação, informei que saía por R$ 20. Ele pagou e agradeceu. Por curiosidade, questionei de onde ele era. O estrangeiro me disse ser de Chicago, Estados Unidos. A visita dele ao Brasil ocorreu devido a um serviço.
O turista logo foi embora. O funcionário da farmácia também me agradeceu e confidenciou que não conseguiria vender nada se eu não estivesse por lá. O representante do estabelecimento não sabia falar inglês.
Após esse episódio inusitado, eu retomei a entrevista. Claro, a conversa rendeu muitos assuntos, facilitada pela minha ajuda. O fato me trouxe duas conclusões importantes. Numa delas, eu percebi que o investimento num outro idioma não foi em vão. A outra foi a necessidade de aprimorar ainda mais o meu inglês para me preparar ainda mais para o mercado.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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Um comentário:
me veio outra conclusão além das suas. COmo que este país quer investir em Copa e Olimpíadas? Nosso povo não é estimulado pela grade curricular nas escolas a estudar mais de uma língua. Tivemos um tempo que havia o frances e o latim. Hoje me parece que lingua estrangeira é matéria "prainglês ver". Já pensou quantos turistas com diarréia ou coisa pior vão as farmácias ou em outras ocasiões pedir uma informação e você fica com cara de bunda sem saber o que fazer? É pra se pensar desde já, faltam 4 anos e nesse tempo dá pra se investir em duas linguas tranquilamente as pessoas que lidarão com essas situações.
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