segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meus dois anos de existência

O dia era para ser lembrado como um fato ruim na minha vida. Claro, pois foi a minha fase mais difícil em meio à permanência terrena. A exemplo do ano passado, eu não encaro desta forma. Prefiro ver tudo isso com bons olhos. Em vez de reclamar ou falar que foi um atraso de vida, digo o contrário. Simplesmente, eu nasci de novo quando sofri o grave acidente de trânsito, há exatos dois anos. Ou seja, agora eu completo dois anos de existência justamente por ter nascido de novo.

Estou bem jovem, não é mesmo? Não é bem assim, pois prefiro fazer essa contagem porque de fato tive a oportunidade de recomeçar em todos os âmbitos. Quem tem um chance igual? Após esse período, o tempo definitivamente clareou a minha cabeça. Se no hospital eu perguntava "por que", agora eu sei os motivos que me levaram a passar pela fase turbulenta, de internação, recuperação e superação. Nossa, as três palavras rimaram. E olha que desta vez não era nem a minha intenção.

Para quem não sabe, fui vítima de um acidente de trânsito em primeiro de novembro de 2008 em São Bernardo do Campo. Ao tomar uma "fechada" de outro carro, perdi o controle do meu veículo e fui direto num poste que sustenta anúncios. O automóvel bateu de frente e minha perna esquerda se deslocou do resto do corpo. Ficou sustentada apenas por músculos. Sofri cirurgia, fiquei sem sair da cama por 40 dias e voltei de ambulância. Fora os cinco meses de fisioterapia. Isso já é passado.

De volta ao presente, dois anos depois, eu só quero comemorar por causa dessa nova oportunidade. A sensação de felicidade é tanta a ponto de transbordar nas minhas ações, na fisionomia e na forma de falar. Alguém conseguiria disfarçar? Quem consegue se preservar assim, me ensina a fórmula. Apesar de ter sofrido feridas físicas e mesmo na alma, ainda me sinto um privilegiado por poder reaprender a viver, com aquela chance de ser mais humano.

Em outro aspecto, a nova oportunidade serviu como uma verdadeira peneira. Mostrou uma maneira de conhecer de fato as pessoas. A situação me proporcionou a possibilidade de perceber que uma certa pessoa realmente não era para mim, apesar de me remoer muito como se estivesse num triturador. Afinal, eu amei e me dediquei. Mas não me arrependo do antes. O importante é o agora. Depois, ganhei muitas amizades das quais conheci mulheres interessantes. Uma hora aparece alguém legal.

Por essas e outras, eu agradeço alguém lá em cima por ser premiado com um recomeço. Como costumo falar, acho que ele vai com a minha cara. Não tem outra explicação. Agora, quero sempre honrar esse verdadeiro presente. Aprendi mais a extrair e compartilhar as minhas virtudes. Procuro controlar mais os meus defeitos. É o jeito de manter a humanidade. Também interpreto essa segunda chance como um alerta para melhorar a minha realidade interior. E conseguirei isso aos poucos. Pode acreditar.

Um comentário:

Regina Moreno disse...

Fujita.
Quando parece ser o final;
Deus dá um novo começo.
Quando o sonho se acaba;
Deus reconstrói.
Quando não há mais amor;
Deus faz nascer.
Quando o coração é machucado por alguém;
Deus derrama seu balsámo curador.
Quando parece difícil a caminhada;
Ele nos carrega no colo.
Enfim, Deus é maravilhoso!!!
É claro que existem feridas na nossa vida que por mais que se fechem, as cicatrizes sempre saltam aos olhos, sei bem o que é isso. Mas procure pra essa sua nova vida, momentos que valham a pena, felizes, como eu sei que tem vivido com seus amigos. Pra mim você é um vencedor. Parabéns viu. Beijo.