segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O strike nas bolsas de todo o mundo

De volta ao batente depois de um final de semana na casa dos meus pais. Parece que esse acúmulo de descanso acabou de uma vez só nessa segunda-feira. Há muito tempo, eu não acompanhava um assunto com tamanha intensidade. Após um bom período sem cobrir esse segmento, finalmente precisei tirar a teia de aranha e a ferrugem. Era hora de ficar atento ao movimento da bolsa de valores, a Bovespa.

A rejeição do pacote de US$ 700 bilhões no Congresso Americano para socorrer o sistema financeiro daquele país veio como uma verdadeira bola de boliche na economia mundial. Fez um verdadeiro strike nas bolsas de valores de todo o mundo, inclusive na nossa tupiniquim Bovespa, que caiu 9,36% num só dia. Nunca tinha visto isso em sete anos nesse setor.

Prova disso foi a necessidade de acionar o "Circuit Breaker". O sistema consiste em interromper automaticamente a Bovespa, toda vez que o índice atingir recuo de 10%. Parecia inacreditável, mas isso aconteceu. Suspendeu as operações por 30 minutos para evitar o pânico dos investidores. Também foi a primeira vez que acompanhei isso desde o meu ingresso na editoria de economia.

A queda ladeira abaixo prejudicou ainda mais quem investiu suas economias em ações, estimulado com os sucessivos recordes acumulados pela bolsa no primeiro semestre. Mesmo assim, os economistas de plantão recomendam as pessoas deixarem essas aplicações como estão. Afinal, os papéis têm retorno a longo prazo.

A opinião foi dada pelos feras do assunto, entrevistados por mim para o Diário de São Paulo: Carlos Daniel Coradi e o professor da FGV William Eid Júnior. Esse último, uma simpatia. "Ganharia muito dinheiro em meio à crise se fosse por produtividade", brincou ele, ao se referir à tamanha procura de jornalistas para ouvir as suas análises.

O jeito agora é acompanhar o mercado nesta terça-feira como espectador. O comportamento e o mau humor dos números poderão definir os próximos passos da taxa Selic. Os especialistas apostam num aumento de 0,5 ponto percentual em outubro por conta da crise. Quem arrisca outro palpite? Só me resta aguardar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Fujita! Parabéns pelo blog! fico pensando aqui sobre a crise, o que estaria pensando o velho comunista? lembra-se? kkk grande abraço Fujita!!!