domingo, 5 de outubro de 2008

Os antigos amigos

Quando vejo alguns candidatos a prefeito de São Paulo na hora dos ataques mútuos, sempre retorno há exatos dois anos. Naquela época, ocorriam as eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Mas apenas um fato que passava muito batido me chama a atenção agora. Os atuais inimigos políticos andavam de mãos dadas no palanque e na campanha política.

Agora é hora de dar o nome aos bois. Para os mais sintonizados com a política, já devem saber de quem eu falo: Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Ao acompanhá-los principalmente no horário eleitoral e nos noticiários, a situação deles de oponentes diretos passava longe do que eu presenciava enquanto fazia a cobertura do primeiro candidato nas eleições presidenciais. Os dois sempre estavam no mesmo palanque, onde se reuniam os aliados na disputa contra o presidente Lula.

Tenho até imagens para comprovar como eles só faltavam andar de mãos dadas nas eleições presidenciais de 2006. Cito dois exemplos: uma, no último comício de Alckmin no Vale do Anhangabaú antes do segundo turno. E a outra no discurso do então candidato a presidente em que reconhecia a derrota para Lula. Como eram amiguinhos ou pareciam ser em defesa de seus interesses. Afinal, na política nada é de graça.

Dois anos mais tarde, os dois só faltam trocar tapas em busca da outra passagem para o segundo turno e disputar o pleito com Marta Suplicy. Isso só prova ainda mais que a tese de não existir fidelidade na política. Na verdade, existe sim. Mas em favor de objetivos próprios. Como há dinamismo na forma de pensar nesse meio. Uma hora, um elogia o outro. Em outra, começam a denunciar os defeitos do ex-colega e vice-versa. As situações mudam numa velocidade. Coisas da política.

O primeiro turno está a poucas horas de começar. E tudo indica que Kassab vai para a próxima etapa das eleições, conforme apontam as pesquisas. Se isso acontecer, ele estará bem forte para concorrer contra Marta. Afinal, a trajetória de escalada para cima na sua campanha pode beneficiá-lo até no segundo turno. Já a queda ladeira abaixo de Alckmin fará com que ele amargue mais uma derrota na sua vida pública. Será a segunda consecutiva, já que perdeu a disputa presidencial contra Lula. Só nos resta esperar o tão aguardado resultado.

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