Ainda no clima de política para passar parte da ressaca eleitoral. Afinal, esse efeito não irá embora totalmente porque haverá segundo turno em algumas cidades, inclusive na capital paulista. Esse youtube é um verdadeiro arquivo confidencial.
Por recomendação da minha primeira-dama (leia-se Adriana), assisti a um vídeo nessa página. Interessante. A proposta de um subprefeito de São Paulo é adotar o uso de jibóias no combate aos ratos.
O fato que mais chama a atenção é o autor dessa idéia. O subprefeito mencionado na reportagem é o candidato derrotado a prefeito de Diadema, José Augusto da Silva Ramos. Já pensou se ele fosse eleito e adotasse a medida na cidade? Pelo que sei, isso não estava no seu plano de governo.
Nem o âncora Carlos Tramontina conseguiu conter os risos. Infelizmente, descobri isso após essa última eleição. Vale a pena conferir. Basta clicar no link http://www.youtube.com/watch?v=El3NtVG7DPM.
sábado, 11 de outubro de 2008
domingo, 5 de outubro de 2008
Os antigos amigos
Quando vejo alguns candidatos a prefeito de São Paulo na hora dos ataques mútuos, sempre retorno há exatos dois anos. Naquela época, ocorriam as eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Mas apenas um fato que passava muito batido me chama a atenção agora. Os atuais inimigos políticos andavam de mãos dadas no palanque e na campanha política.
Agora é hora de dar o nome aos bois. Para os mais sintonizados com a política, já devem saber de quem eu falo: Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Ao acompanhá-los principalmente no horário eleitoral e nos noticiários, a situação deles de oponentes diretos passava longe do que eu presenciava enquanto fazia a cobertura do primeiro candidato nas eleições presidenciais. Os dois sempre estavam no mesmo palanque, onde se reuniam os aliados na disputa contra o presidente Lula.
Tenho até imagens para comprovar como eles só faltavam andar de mãos dadas nas eleições presidenciais de 2006. Cito dois exemplos: uma, no último comício de Alckmin no Vale do Anhangabaú antes do segundo turno. E a outra no discurso do então candidato a presidente em que reconhecia a derrota para Lula. Como eram amiguinhos ou pareciam ser em defesa de seus interesses. Afinal, na política nada é de graça.
Dois anos mais tarde, os dois só faltam trocar tapas em busca da outra passagem para o segundo turno e disputar o pleito com Marta Suplicy. Isso só prova ainda mais que a tese de não existir fidelidade na política. Na verdade, existe sim. Mas em favor de objetivos próprios. Como há dinamismo na forma de pensar nesse meio. Uma hora, um elogia o outro. Em outra, começam a denunciar os defeitos do ex-colega e vice-versa. As situações mudam numa velocidade. Coisas da política.
O primeiro turno está a poucas horas de começar. E tudo indica que Kassab vai para a próxima etapa das eleições, conforme apontam as pesquisas. Se isso acontecer, ele estará bem forte para concorrer contra Marta. Afinal, a trajetória de escalada para cima na sua campanha pode beneficiá-lo até no segundo turno. Já a queda ladeira abaixo de Alckmin fará com que ele amargue mais uma derrota na sua vida pública. Será a segunda consecutiva, já que perdeu a disputa presidencial contra Lula. Só nos resta esperar o tão aguardado resultado.
Agora é hora de dar o nome aos bois. Para os mais sintonizados com a política, já devem saber de quem eu falo: Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Ao acompanhá-los principalmente no horário eleitoral e nos noticiários, a situação deles de oponentes diretos passava longe do que eu presenciava enquanto fazia a cobertura do primeiro candidato nas eleições presidenciais. Os dois sempre estavam no mesmo palanque, onde se reuniam os aliados na disputa contra o presidente Lula.
Tenho até imagens para comprovar como eles só faltavam andar de mãos dadas nas eleições presidenciais de 2006. Cito dois exemplos: uma, no último comício de Alckmin no Vale do Anhangabaú antes do segundo turno. E a outra no discurso do então candidato a presidente em que reconhecia a derrota para Lula. Como eram amiguinhos ou pareciam ser em defesa de seus interesses. Afinal, na política nada é de graça.
Dois anos mais tarde, os dois só faltam trocar tapas em busca da outra passagem para o segundo turno e disputar o pleito com Marta Suplicy. Isso só prova ainda mais que a tese de não existir fidelidade na política. Na verdade, existe sim. Mas em favor de objetivos próprios. Como há dinamismo na forma de pensar nesse meio. Uma hora, um elogia o outro. Em outra, começam a denunciar os defeitos do ex-colega e vice-versa. As situações mudam numa velocidade. Coisas da política.
O primeiro turno está a poucas horas de começar. E tudo indica que Kassab vai para a próxima etapa das eleições, conforme apontam as pesquisas. Se isso acontecer, ele estará bem forte para concorrer contra Marta. Afinal, a trajetória de escalada para cima na sua campanha pode beneficiá-lo até no segundo turno. Já a queda ladeira abaixo de Alckmin fará com que ele amargue mais uma derrota na sua vida pública. Será a segunda consecutiva, já que perdeu a disputa presidencial contra Lula. Só nos resta esperar o tão aguardado resultado.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Desta vez, na defesa de um candidato
O primeiro turno das eleições está cada vez mais perto de acontecer. Ao mesmo tempo, se aproxima o dia de trabalhar duas, três ou quatro vezes mais em relação aos dias considerados normais (nem tanto). Como nossa vontade de ter um domingo tranqüilo é meramente um sonho, o jeito é contar mais uma história. Agora, não irei muito longe. Somente quatro anos atrás.
Estava de volta a Mogi das Cruzes, após três anos em São José dos Campos. Nesta oportunidade, a experiência era bem diferente das demais. Agora, na campanha de um dos candidatos a prefeito da cidade. Disputavam o prefeito Junji Abe, o deputado estadual Luís Carlos Gondim Teixeira, Thamara Strelec e Mário Berti. A disputa estava mais polarizada entre os dois primeiros concorrentes.
Ao invés de cobrir as eleições, eu atuava com um dos candidatos. Fui convidado para trabalhar na campanha do deputado Luís Carlos Gondim Teixeira. Primeiramente, era para cuidar do conteúdo do material publicitário impresso. Foi o pontapé inicial na minha experiência em marketing político. Como sempre, cresci aos poucos. Depois, ajudei a assessorar o candidato em alguns eventos e, em seguida, a convivência mais importante: participar da elaboração do horário eleitoral gratuito na TV. Mogi das Cruzes tem uma afiliada da Globo.
Apesar dos erros e tropeços do candidato e do marqueteiro - ambos não se entendiam -, trabalhar na produtora de TV foi um aprendizado tremendo. Saía para rua e fazia externas como se estivesse numa reportagem de TV, elaborava os textos de televisão, conversava com os responsáveis pela campanha para aprender. Foi nessa passagem que aprendi muito analisar as campanhas eleitorais.
Essa seria a história interessante se não fosse um outro ponto marcante. A campanha de Gondim era cacifado por um grande político da cidade: Valdemar Costa Neto. Ele mesmo, um dos acusados pelo envolvimento no escândalo do mensalão. Naquele tempo, o então presidente do antigo PL tinha dinheiro de sobra para investir na campanha. Trouxe seu marqueteiro de confiança com um único objetivo: eleger a qualquer custo o seu candidato.
No entanto, a vontade dele aparecer mais que o próprio candidato na TV e a necessidade de comandar tudo com mão de ferro foram suficientes para a campanha de Gondim sucumbir. Este último viu sua popularidade cair ladeira abaixo. A população o taxava de marionete do Boy (é desta forma que Costa Neto é conhecido na cidade). O candidato havia perdido seu brilho próprio.
Em meio à campanha, as divergências entre os dois se acentuavam. Com a queda, a campanha passou a fazer ataques ao principal concorrente com aval de Costa Neto. Mas Gondim discordava. Isso chegou a balançar toda a estrutura montada. O candidato chegou a admitir nos bastidores que desistiria da candidatura. Quem trabalhava no estúdio montado não sabia o que aconteceria. Suspense total. O fato chegou a vazar para toda a cidade.
No entanto, Gondim decidiu recuar da sua decisão. O fato nunca foi admitido por nenhum dos envolvidos para a imprensa, que acompanhava todos os passos das eleições. Ambos falaram que tudo era manobra inventada pelos concorrentes. Alguém acredita?
Conclusão: o candidato caiu nas pesquisas sucessivamente. Ele perdeu a eleição já no primeiro turno para o prefeito e candidato à reeleição Junji Abe. E olha que os dois começaram a campanha empatados com 35% das intenções de voto cada. Nem era o tal do empate técnico.
Para Gondim, restou retomar suas atividades de deputado. Já Valdemar Costa Neto foi apontado como um dos envolvidos no escândalo do mensalão. No ano seguinte, o então deputado federal renunciou o mandato para escapar de uma cassação. E admitiu que pegou dinheiro do esquema montado em Brasília. Foi o suficiente para saber de onde veio todo o dinheiro investido numa campanha que sucumbiu e o fez perder o prestígio que seu pai, o falecido ex-prefeito Waldemar Costa Filho tinha conquistado e repassado para o filho na cidade.
Estava de volta a Mogi das Cruzes, após três anos em São José dos Campos. Nesta oportunidade, a experiência era bem diferente das demais. Agora, na campanha de um dos candidatos a prefeito da cidade. Disputavam o prefeito Junji Abe, o deputado estadual Luís Carlos Gondim Teixeira, Thamara Strelec e Mário Berti. A disputa estava mais polarizada entre os dois primeiros concorrentes.
Ao invés de cobrir as eleições, eu atuava com um dos candidatos. Fui convidado para trabalhar na campanha do deputado Luís Carlos Gondim Teixeira. Primeiramente, era para cuidar do conteúdo do material publicitário impresso. Foi o pontapé inicial na minha experiência em marketing político. Como sempre, cresci aos poucos. Depois, ajudei a assessorar o candidato em alguns eventos e, em seguida, a convivência mais importante: participar da elaboração do horário eleitoral gratuito na TV. Mogi das Cruzes tem uma afiliada da Globo.
Apesar dos erros e tropeços do candidato e do marqueteiro - ambos não se entendiam -, trabalhar na produtora de TV foi um aprendizado tremendo. Saía para rua e fazia externas como se estivesse numa reportagem de TV, elaborava os textos de televisão, conversava com os responsáveis pela campanha para aprender. Foi nessa passagem que aprendi muito analisar as campanhas eleitorais.
Essa seria a história interessante se não fosse um outro ponto marcante. A campanha de Gondim era cacifado por um grande político da cidade: Valdemar Costa Neto. Ele mesmo, um dos acusados pelo envolvimento no escândalo do mensalão. Naquele tempo, o então presidente do antigo PL tinha dinheiro de sobra para investir na campanha. Trouxe seu marqueteiro de confiança com um único objetivo: eleger a qualquer custo o seu candidato.
No entanto, a vontade dele aparecer mais que o próprio candidato na TV e a necessidade de comandar tudo com mão de ferro foram suficientes para a campanha de Gondim sucumbir. Este último viu sua popularidade cair ladeira abaixo. A população o taxava de marionete do Boy (é desta forma que Costa Neto é conhecido na cidade). O candidato havia perdido seu brilho próprio.
Em meio à campanha, as divergências entre os dois se acentuavam. Com a queda, a campanha passou a fazer ataques ao principal concorrente com aval de Costa Neto. Mas Gondim discordava. Isso chegou a balançar toda a estrutura montada. O candidato chegou a admitir nos bastidores que desistiria da candidatura. Quem trabalhava no estúdio montado não sabia o que aconteceria. Suspense total. O fato chegou a vazar para toda a cidade.
No entanto, Gondim decidiu recuar da sua decisão. O fato nunca foi admitido por nenhum dos envolvidos para a imprensa, que acompanhava todos os passos das eleições. Ambos falaram que tudo era manobra inventada pelos concorrentes. Alguém acredita?
Conclusão: o candidato caiu nas pesquisas sucessivamente. Ele perdeu a eleição já no primeiro turno para o prefeito e candidato à reeleição Junji Abe. E olha que os dois começaram a campanha empatados com 35% das intenções de voto cada. Nem era o tal do empate técnico.
Para Gondim, restou retomar suas atividades de deputado. Já Valdemar Costa Neto foi apontado como um dos envolvidos no escândalo do mensalão. No ano seguinte, o então deputado federal renunciou o mandato para escapar de uma cassação. E admitiu que pegou dinheiro do esquema montado em Brasília. Foi o suficiente para saber de onde veio todo o dinheiro investido numa campanha que sucumbiu e o fez perder o prestígio que seu pai, o falecido ex-prefeito Waldemar Costa Filho tinha conquistado e repassado para o filho na cidade.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Uma cobertura em terra desconhecida
A contagem regressiva para as eleições deste ano continua. Conforme previsto, me lembrei de uma história muito boa. Desta vez, o túnel do tempo nos levará a outubro de 2000. Trabalhava apenas dois meses e meio no jornal ValeParaibano, em São José dos Campos, quando me escalaram para cobrir o pleito municipal. Eu mal conhecia os candidatos. Era muito pouco tempo para me ambientar à disputa política daquela cidade.
Ao todo, quatro concorrentes disputavam a cadeira máxima do município. O então prefeito Emanuel Fernandes, a deputada federal naquela época Ângela Guadagnin, o sindicalista Ernesto Gradella e o advogado Anibal Monteiro de Castro. Mal sabia quem era quem. O jeito era ler um pouco mais de jornal e assistir aos telejornais locais. Nem podia contar com rádio, pois não havia conseguido um aparelho desse para a minha nova moradia.
No primeiro turno, a chefia de reportagem me mandou entrar às 7h30 para cobrir um desses candidatos na hora da votação. Desta vez, a urna já era eletrônica. Fui o último repórter a chegar à escola. Todos estavam mal humorados. Não tiro a razão deles, pois ninguém merece acordar no domingo bem cedo. O jeito foi provocar um clima de descontração. "Ânimo gente, vamos valorizar a nossa profissão", gritei e exaltei. Os risos foram inevitáveis.
O clima ficou bem melhor. Estavam repórteres dos jornais locais, emissoras de TV e de rádios, além dos fotógrafos e cinegrafistas. O candidato, ou melhor, a candidata chegou às 8 horas. Era a Ângela Guadagnin. Em vez de passar na frente, ela enfrentou a fila existente para votar.
Quem a viu toda certinha nessa fila não imaginava que cinco anos mais tarde faria um tremendo papelão. Isso, é ela mesma. Trata-se da deputada federal que fez a "Dança da Pizza" dentro do plenário da Câmara dos Deputados. A coreografia foi feita para comemorar a absolvição absolvição do colega João Magno das acusações de se beneficiar do esquema do mensalão.
De volta àquela eleição, eu nunca imaginava que a então respeitada deputada que tinha uma boa reputação porque havia sido prefeita de São José dos Campos faria uma bobagem sem tamanho. Nesse pleito, ela foi derrotada no primeiro turno pelo candidato à reeleição Emanuel Fernandes, o Mané, como os jornalistas se referiam ao prefeito.
Por conta da "Dança da Pizza", a deputada conseguiu fazer a sua carreira sucumbir. Não se reelegeu em 2006. Agora tenta se reerguer na política, ao concorrer a uma modesta vaga de vereadora em São José dos Campos. Já o seu principal oponente desta época elegeu seu sucessor em 2004, virou secretário de Habitação do Estado e se elegeu deputado federal em 2006 como recordista de votos pelo PSDB.
Enquanto ela se afundou por uma bobagem, o oponente dela em 2000 conseguiu alcançar grandes vôos. Coisas da política.
Ao todo, quatro concorrentes disputavam a cadeira máxima do município. O então prefeito Emanuel Fernandes, a deputada federal naquela época Ângela Guadagnin, o sindicalista Ernesto Gradella e o advogado Anibal Monteiro de Castro. Mal sabia quem era quem. O jeito era ler um pouco mais de jornal e assistir aos telejornais locais. Nem podia contar com rádio, pois não havia conseguido um aparelho desse para a minha nova moradia.
No primeiro turno, a chefia de reportagem me mandou entrar às 7h30 para cobrir um desses candidatos na hora da votação. Desta vez, a urna já era eletrônica. Fui o último repórter a chegar à escola. Todos estavam mal humorados. Não tiro a razão deles, pois ninguém merece acordar no domingo bem cedo. O jeito foi provocar um clima de descontração. "Ânimo gente, vamos valorizar a nossa profissão", gritei e exaltei. Os risos foram inevitáveis.
O clima ficou bem melhor. Estavam repórteres dos jornais locais, emissoras de TV e de rádios, além dos fotógrafos e cinegrafistas. O candidato, ou melhor, a candidata chegou às 8 horas. Era a Ângela Guadagnin. Em vez de passar na frente, ela enfrentou a fila existente para votar.
Quem a viu toda certinha nessa fila não imaginava que cinco anos mais tarde faria um tremendo papelão. Isso, é ela mesma. Trata-se da deputada federal que fez a "Dança da Pizza" dentro do plenário da Câmara dos Deputados. A coreografia foi feita para comemorar a absolvição absolvição do colega João Magno das acusações de se beneficiar do esquema do mensalão.
De volta àquela eleição, eu nunca imaginava que a então respeitada deputada que tinha uma boa reputação porque havia sido prefeita de São José dos Campos faria uma bobagem sem tamanho. Nesse pleito, ela foi derrotada no primeiro turno pelo candidato à reeleição Emanuel Fernandes, o Mané, como os jornalistas se referiam ao prefeito.
Por conta da "Dança da Pizza", a deputada conseguiu fazer a sua carreira sucumbir. Não se reelegeu em 2006. Agora tenta se reerguer na política, ao concorrer a uma modesta vaga de vereadora em São José dos Campos. Já o seu principal oponente desta época elegeu seu sucessor em 2004, virou secretário de Habitação do Estado e se elegeu deputado federal em 2006 como recordista de votos pelo PSDB.
Enquanto ela se afundou por uma bobagem, o oponente dela em 2000 conseguiu alcançar grandes vôos. Coisas da política.
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